Cidades

CRIME ORGANIZADO

Chefão do PCC preso em Assunção já está em poder da PF

Principal gerente da facção, 'Pisca' tem destino mantido em sigilo

Da Redação

19/07/2018 - 16h01
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O traficante Eduardo Aparecido de Almeida, 39 anos, conhecido como 'Pisca' e preso pela polícia paraguaia na mansão onde morava em Assunção, capital do país vizinho, na última quarta-feira (18), já em poder das autoridades brasileiras.

De acordo com informações da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, 'Pisca' foi extraditado em tempo recorde pelo Judiciário local, visto que a operação para prendê-lo foi desencadeada em conjunto com a Polícia Federal do Brasil, que forneceu informações e contatos.

Ainda de acordo com a polícia paraguaia, 'Pisca' foi entregue de madrugada a agentes da PF em Foz do Iguaçu (PR), durante a madrugada. Seu destino não foi revelado e o assunto é tratado com sigilo pelo lado brasileiro.

'Pisca' é apontado como um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraguai e foi detido na casa de luxo onde morava, com um agente da polícia local que o protegia.

O brasileiro contava com seis ordens de captura por delitos ligados ao tráfico de drogas e armas, associação criminosa, sequestro e homicídios.

Procurado pela Justiça brasileira por diversos crimes, 'Pisca' foi acusado de ser um dos responsáveis, em 2006, pelo sequestro da mãe do ex-lateral-esquerdo Kléber, que na época defendia o Santos e passou também por Corinthians e Internacional, entre outros clubes e a Seleção Brasileira. 

Ele também possuía a função de fortalecimento das rotas de tráfico oriundas da Bolívia dentro da organização criminosa.

Segundo o ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Hugo Vera, não consta nenhum registro de entrada do traficante em território paraguaio, o que leva a crer que ele utilizou documentos falsos.

Durante a operação policial que levou à prisão do traficante, ele tentou fugir pelos fundos da casa, localizada no bairro Herrera, próxima da sede da Controladoria Geral da República, mas foi interceptado.

A casa, alugada, pertence ao ex-jogador argentino de futebol do Cerro Porteño Roberto Nanni, que deixou o imóvel à disposição em uma imobiliária. 

O local tinha um sistema de câmeras de segurança que mostrava a movimentação em todo o quarteirão. 

Além de Almeida, foi preso o brasileiro Ricardo Moraes Alves e o policial paraguaio Carlos Alfredo Mendoza. 

O paraguaio emprestava seus documentos de identidade ao criminoso do PCC e realizava atividade de segurança no local.

Apesar do esquema de segurança, as autoridades informaram que ele levava uma vida tranquila e aproveitava o tempo para fazer passeios turísticos e de compras dentro do Paraguai. 

Carros, motos e relógios foram apreendidos na casa, mas armas não foram encontradas.

"Pisca' ascendeu no crime como um dos principais ladrões de carga na região de Itaim Paulista, zona leste de São Paulo (SP). 

Não demorou para assumir papel de destaque na facção, atuando em pontos estratégicos do tráfico, como Diadema (SP) e o litoral sul paulista. 

Além do caso de Kléber, a polícia descobriu na ocasião, diversos planos de sequestro, tanto de familiares de jogadores de futebol, como de artistas e empresários.

Há um mês na função no Paraguai, é mais um membro do PCC com destaque na Baixada Santista a reforçar o quadro no Paraguai, conforme revelou o Correio do Estado.

De acordo com informações do Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo (Deic), 'Pisca' foi ao Paraguai assumir funções administrativos sob a benção do ex-ladrão de carros, Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', principal braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, e que depois da crise interna na facção assumiu o controle da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e Bolívia, esse último o país onde vive e controla plantações de hectares de coca.

A FACÇÃO

Denúncia oferecida pelo Ministério Público à Justiça neste mês detalhou o funcionamento da organização criminosa. 

O documento mostrou que o PCC montou um setor de “recursos humanos”, responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de seus integrantes, além de ter organizado cursos de fabricação de bombas e de formar um “time” de matadores profissionais. 

Os criminosos chegaram a organizar uma espécie de “código penal” para seus membros. 

O promotor Lincoln Gakyia, que investiga o grupo, definiu o PCC como a maior organização criminosa da América do Sul.

 

VALORES REDEFINIDOS

Câmara aprova projeto que suspende cortes de adicionais em plantões da saúde

Assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o Decreto nº 16.440 reduz em 10% o valor pago aos servidores da saúde e as bonificações de final de ano

18/12/2025 18h15

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10% FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Foi aprovado, hoje (18), na última sessão ordinária na Câmara Municipal de Campo Grande, o Projeto de Decreto Legislativo n° 3.108/25, que suspende os atos normativos do decreto responsável por alterar os dispositivos relativos à remuneração de produtividade e aos plantões eventuais no âmbito da Secretaria de Saúde (Sesau). 

O decreto, publicado no Diário Oficial do dia 6 de novembro, causou insatisfação no Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande e entre os trabalhadores da categoria, por cortar pela metade o adicional de plantões dos servidores da saúde.

Com a aprovação do projeto, ficam redefinidas as proporções de cálculo do incentivo Produtividade SUS – Eventual (VIPSUS) devido aos servidores que realizarem plantões no âmbito do SUS. A proposta é do vereador Jean Ferreira (PT).

Como justificativa para suspender o decreto, a emenda argumenta que a Prefeitura alterou os dispositivos sem prévia deliberação do Conselho Municipal de Saúde, causando impacto direto na remuneração dos profissionais de saúde.

Além disso, o projeto analisa que a redução dos adicionais dos plantões realizados em períodos de maior demanda assistencial, como nas escalas relativas aos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro, desestimula a adesão dos profissionais às escalas.

Isto favorece vazios assistenciais e comprometendo o acesso da população aos serviços de saúde, em afronta ao dever estatal de assegurar acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.

Por fim, Jean Ferreira argumenta que o decreto viola a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STF), segundo a qual as verbas pagas a título de plantão presencial e de sobreaviso (bem como as
rubricas de produtividade diretamente vinculadas à prestação desse serviço) possuem caráter comutativo e retributivo do trabalho realizado, não se destinando ao ressarcimento de despesas extraordinárias, assumindo, portanto, natureza eminentemente remuneratória.

Decreto Municipal 

Assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o Decreto nº 16.440 reduz em 10% o valor pago aos médicos, odontólogos, veterinários, técnicos, enfermeiros e demais servidores na área da saúde no regime de escala em plantão nos finais de semana, feriados e pontos facultativos. 

Além disso, a medida também altera a bonificação de plantões no final do ano, reduzindo pela metade o adicional sobre o valor pago aos profissionais que trabalharem nos dias 25 de dezembro de 01 de janeiro. 

A alteração aparece no Diogrande sem nenhuma justificativa para a decisão e pegou os profissionais de surpresa. 

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Diogrande nº 8.119 de 07 de novembro de 2025 - Edição Extra

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Diogrande nº 7.524 de 04 de junho de 2024 - Edição Extra

Em matéria publicada pelo Correio do Estado na época, o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sindmed), Marcelo Santana, disse que a medida é um “desrespeito” com os profissionais na saúde, e, segundo ele, vem sendo desvalorizada a cada ano. 

O presidente afirmou ao Correio do Estado que, na reunião convocada pela Prefeitura com os presidentes dos sindicatos no dia 31 de outubro, onde foram comunicadas as reduções de jornada de trabalhos dos servidores municipais, o Executivo alegou que os trabalhadores da área da saúde não sofreriam as mudanças, nem em carga horária, nem salarial, por ser considerado um serviço essencial. 

Uma semana depois do comunicado, o novo decreto foi publicado, jogando por terra o que havia sido afirmado aos trabalhadores. 

“Para nossa surpresa, numa sexta-feira, vem esse decreto, e esse decreto vem como ilegal, porque reduz o valor dos rendimentos dos profissionais. A Prefeitura municipal não concede reajuste aos servidores nos últimos cinco anos e ainda pra completar, vem numa véspera de final de ano, a comunicação de que vão reduzir o valor dos plantões, principalmente os plantões de final de semana. Nós entendemos isso como uma falta de respeito”. 

De acordo com o decreto de junho de 2024, os profissionais podem trabalhar em escala de plantão de 4 horas, 6 horas ou 12 horas. De segunda a sexta-feira, no período diurno, o valor pago mantém sem alteração, passando a ter acréscimo de 10% nos plantões noturnos e de 20% nos plantões de finais de semana e de feriados e pontos facultativos, como mostra a tabela. 

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transporte coletivo

Pagamento cai na conta, greve é suspensa e ônibus voltam a circular nesta quinta

Motoristas foram convocados para retornarem ao trabalho imediatamente, após o repasse adiantado pelo governo cair na conta do Consórcio

18/12/2025 17h29

Ônibus devem voltar a rodar na noite desta quinta-feira

Ônibus devem voltar a rodar na noite desta quinta-feira Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após quatro dias de greve, a greve dos motoristas de ônibus foi suspensa na tarde desta quinta-feira (18) e os ônibus devem voltar a circular ainda hoje. A antecipação do repasse, anunciada pelo Governo do Estado durante a manhã, caiu na conta e a suspensão da greve foi decidida nesta tard, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24).

"Com a garantia de pagamento, sabendo que todos os trabalhadores vão receber e era isso que a gente esperava, a greve vai ser suspensa", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Demétrio Freitas.

Pela manhã, o Governo de Mato Grosso do Sul antecipou, a pedido da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG), o repasse referente as gratuidades dos estudantes da Rede Estadual de Ensino (REE-MS) ao Consórcio Guaicurus.

Este valor seria destinado para pagamento dos salários dos motoristas que estão atrasados.

À tarde, na audiência foi realizada no TRT24, onde foi homologado o acordo e decidido pela suspensão da greve.

"Foi depositado o valor que estava atrasado, de novembro, e garantiram que amanhã, ou se der tempo ainda hoje, o pagamento das outras verbas, 13º mais o vale. Com essa garantia de pagamento, vou convocar todos os trabalhadores. Aqueles que ainda tem horário, para que se retorne ao trabalho imediatamente, e amanhã volta à normalidade desde a manhã", disse Demétrio.

A expectativa é que os ônibus comecem a sair da garagem entre 17h e 18h. Isto porque os motoristas serão convocados para retornar ao trabalho e precisarão se deslocar de suas residências até as garagens.

"A gente espera que vários carros estejam rodando no período da noite, mas amanhã será normal, a partir das 5h", disse Demétrio.

Com relação à multa diária de R$ 200 mil por dia de descumprimento da ordem judicial que determinou o retorno dos motoristas ao trabalho, Demétrio informou que será discutida no processo. O Ministério Público pediu que ela seja revista, mas ainda não há decisão se ela será retirada ou não.

No entanto, os motoristas terão descontados do salário os dias em que ficaram parados.

Greve

A greve dos motoristas de ônibus de Campo Grande começou na segunda-feira (18), por falta de pagamento dos motoristas. 

Themis de Oliveira, diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, afirmou que não tinha recursos financeiros em caixa para efetuar o pagamento do restante da folha salarial de novembro, que deveria ter sido quitada integralmente no quinto dia útil deste mês.

Além disso, Themis informou que seria necessário cerca de R$ 1,3 milhão para que isso acontecesse, montante que a empresa não teria no momento, sob alegação de inadimplência no repasse mensal contratualizado com o poder público municipal.

Em contrapartida, a Prefeitura de Campo Grande, representada na audiência pela procuradora-geral do Município, Cecília Saad Cruz Rizkallah, e o diretor-executivo da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Otávio Gomes Figueiró, disse que os repasses por parte da Capital estão em dia. 

Além disso, a administração municipal reforçou que o Estado, que também contribui com uma parcela do convênio, estaria em débito com o que foi acordado na concessão, com uma dívida que soma cerca de R$ 4,8 milhões, referente a quatro meses não pagos, quase quatro vezes mais que o necessário para pagar o que a empresa deve aos funcionários.

Em audiência realizada no TRF24 na terça-feira, o desembargador anunciou a majoração da multa diária para R$ 200 mil (na segunda-feira o valor era de R$ 20 mil e foi aumentado para R$ 100 mil ontem) em caso de descumprimento da ordem judicial.

Após a audiência, os motoristas e o sindicato se reuniram em frente ao TRT24 e, novamente, decidiram por manter 100% da paralisação, mantendo a posição de retomada das atividades somente em caso de pagamento da folha salarial.

Hoje, o governo antecipou o repasse de R$ 8 milhões, que seria pago em janeiro de 2026, mas foi adiantado para dezembro de 2025 para resolver a crise financeira do transporte coletivo na Capital.

Com isso, em nova audiência, a categoria decidiu pela suspensão da greve.

 

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