Cidades

especial tragédia pantaneira

Cheia antecipada causa morte de gado nas fazendas do Pantanal

Cheia antecipada causa morte de gado nas fazendas do Pantanal

MONTEZUMA CRUZ

20/03/2011 - 13h41
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Gado morto e gado cansado, sem ter onde dormir, com data marcada para morrer: hoje um tanto, amanhã, mais um pouco.

Capim e gramíneas totalmente submersos, fome. Eis o retrato da tragédia pantaneira ao longo dos rios Aquidauana e Negro, cujas águas emendadas transbordaram por quilômetros Cerrado adentro.

Imobilizadas, sem rumo, boiadas inteiras vêm morrendo a cada 24 horas nas fazendas da região.

Estradas boiadeiras, antigas pontes de madeira e pistas de aviação desapareceram há quase duas semanas.

Às 10h15min, um solitário peão “empurra” cerca de 300 bois no interior da Fazenda Rancharia. Caminham lentamente, em fila indiana. Pequenas ilhas e extensas faixas nos dois lados do rio Aquidauana transformaram-se num gigantesco barreiro.

Três sobrevoos na área permitem contar nos dedos as reses fora da manada – algumas dezenas perto do rio Taboco (afluente do rio Negro), a 50 km da cidade.

Às 11h o monomotor Skylane PT-DST pilotado pelo comandante Denir Barreto passa duzentos metros acima dos telhados das fazendas Califórnia, Barra Mansa, Rio Negro, Santa Edwirges e Barranco Alto – todas com sedes vistosas, mas agora judiadas.

O volume d’água cobriu cercas, postes, currais e quintais. Rodeada por altos coqueiros, a casa de Juma Marruá – personagem da atriz Cristiana Oliveira na novela “Pantanal” – está isolada no interior da Fazenda Rio Negro.

No cenário modificado, em vez de avião, canoas podem navegar sem problemas nas pistas da Fazenda Barra Mansa. Isso já ocorre, com resultados razoáveis no interior de algumas fazendas onde, pelo menos alguns bezerros são alcançados e imediatamente retirados.
Não se vê um só metro quadrado de pastagem.

13h: com fisionomia desolada o presidente do Sindicato Rural de Aquidauana e proprietário da Fazenda Retirinho, Timóteo Proença, resume outras, de companheiros pecuaristas que perdem centenas de reses nelore nessa cheia. Ele também é uma das vítimas do flagelo.

Não há escapatória para os animais. Desde as inundações, o capim não aparece à flor da água, o que representaria a esperança da alimentação regular dos animais. Segundo os pecuaristas, atualmente eles comem apenas folhas de bacuri e arbustos. “A cidade viu passar a sua fase crítica, agora a tristeza é nossa”, disse Proença.

A cheia antecipada reconhecida por especialistas em hidrologia, fazendeiros e prefeitos dos municípios pantaneiros já é tida como “fenômeno da década” – mais um –, pois ninguém esperava que fosse tão repentina. Proença está pessimista: “Quando chegar o frio, aí o prejuízo vai ser grande”.

Sofrem muito esses animais. “O que mata o gado é não ter lugar para se deitar; só cavalo e burro conseguem dormir em pé”, lamenta o pecuarista Luiz Fernando Alves Ribeiro.

Há quase 40 anos na profissão, o piloto Antonio Barbosa pousa na pista de terra do Aeroclube de Aquidauana. Vem de mais uma viagem à Fazenda Retiro Alegrete, da família Coelho. “A sede está dentro d´água”, ele conta.

15h40min: ficam para trás áreas imensas de pastos submersas. Quando se supõe que as águas dos rios da região caminham turbulentas para desaguar no Rio Paraguai, aumentando a sua vazão, chove novamente.

O piloto Denir Barreto consulta o aparelho GPS e desvia de nuvens escuras sobre o trecho da Serra de Maracaju que divide o planalto e o baixo e médio Pantanal sul-mato-grossense.
Sinal de que o ciclo da cheia se completará com maior volume d’água. E que o temor dos fazendeiros procede: cheia perto do período de frio só aumentará o flagelo de 2011.
 

Metade da região já está debaixo d´água e o pior ainda está por vir

Sílvio Andrade, de Corumbá

Metade dos 88,5 mil quilômetros quadrados do Pantanal sul-mato-grossense transformou-se em mar de água doce, reflexo das chuvas de janeiro a meados de março. E o pior ainda está por vir, entre maio e julho: a cheia do Rio Paraguai, que deve ser uma das maiores já registradas na planície. A inundação se espalha pelos municípios de Corumbá, Miranda, Aquidauana, Rio Verde, Coxim e Porto Murtinho.

O Rio Paraguai sobe em média cinco centímetros por dia e o nível de alerta em Ladário (4 metros) é esperado para a próxima semana. A Embrapa Pantanal estima uma superenchente de até 6,40 metros na régua centenária, que fica na base naval da Marinha. (Veja detalhes em histórico abaixo)

Nesta segunda-feira, os sindicatos rurais dos municípios pantaneiros entregam um relatório ao governador André Puccinelli, dando-lhe subsídios para decretar o estado de emergência na região. Elaborado pela Embrapa Pantanal, o relatório tem imagens de satélite e fotográficas de períodos secos e a situação atual, bem como vídeo mostrando fazendas e o gado ilhados e estimativas de prejuízos. Um dos técnicos da Embrapa que recolheu as informações técnicas, o veterinário e pantaneiro Urbano Gomes de Abreu adiantou que os impactos econômicos e sociais na região serão expressivos, superiores ao estimado na cheia rigorosa de 2007, os prejuízos chegaram a R$ 120 milhões somente em Corumbá.

“Agora são muitos os complicadores”, aponta Urbano. “A cheia pegou todos de surpresa devido ao volume de chuvas. Em 2007, foi uma enchente de rio. A mortandade desse ano será muito maior”. A Embrapa finaliza hoje o cálculo dos prejuízos.

A cheia, do alto

Foto Silvio Andrade

A reportagem do Correio do Estado sobrevoou durante duas horas os pantanais da Nhecolândia e Abobral, ontem de manhã, a bordo de um helicóptero modelo Bell Jet Ranger, da Marinha. Outra equipe sobrevoou o Pantanal no encontro dos rios Negro e Aquidauana (veja mais na página 12A). Observando a planície a uma altitude de 300 metros se percebe a intensidade da cheia. Centenas de bovinos estão no meio da água, sem para onde ir. Vão morrer, com certeza. Todas as fazendas estão ilhadas.

Pelo alto também se tem ideia da chegada repentina da água no Passo da Lontra, uma comunidade de pescadores e pousadas situada na Estrada Parque, a apenas 10 quilômetros da BR-262. O Rio Miranda, que corta a região para desaguar no Rio Paraguai, mais a sudoeste, transbordou, inundando todas as propriedades ribeirinhas. A água também corre forte cruzando a estrada, interditada.

Cidades

Exército nega irregularidade em visitas a presos no Inquérito do Golpe

Visitas são feitas conforme regras militares, diz corporação

26/12/2024 20h00

Agência Brasil

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O Exército negou, nesta quinta-feira (26), irregularidades nas visitas de familiares e advogados aos presos no inquérito que apura a tentativa de instauração de um golpe de Estado no país após as eleições de 2022.

As explicações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes pedir que a corporação informe se os generais Braga Netto e Mario Fernandes, além dos tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra Azevedo e Hélio Ferreira Lima, estariam recebendo visitas diárias de parentes e advogados sem autorização judicial.

De acordo com ofício do Comando Militar do Leste, não há irregularidades nas visitas, que ocorreram conforme as regras militares. De acordo com as informações prestadas, Fernandes recebeu visitação às segundas, quartas e sextas-feiras e aos domingos. As visitas a Braga Netto ocorreram às terças e quintas-feiras e aos domingos.

"Esta divisão de Exército esclarece que não há que se falar em visitação diária por ocasião da custódia do general de brigada Mario Fernandes, tampouco do general de Exército Walter Souza Braga Netto. Neste sentido, salvo outro juízo, não houve desrespeito ao regulamento de visitas estabelecido nesta OM [organização militar]", declarou o Exército.

No mês passado, Mario Fernandes, Rodrigo Bezerra e Hélio Fernandes foram presos no Rio de Janeiro e transferidos para Brasília. Braga Netto continua detido na capital fluminense.

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Golpe

Estelionatário se passa de médico e idosa perde R$ 4,2 mil em MS

Criminoso relatou que valor seria destinado a compra de medicamentos para seu esposo, que está internado

26/12/2024 18h31

Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário Centro, onde o caso foi registrado

Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário Centro, onde o caso foi registrado Divulgação Depac

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Uma idosa de 74 anos perdeu R$ 4,6 mil após cair em golpe na manhã desta quinta-feira (26), em Campo Grande.

Conforme boletim de ocorrência, o criminoso entrou em contato por telefone se passando por um médico. Ele justificou a ligação para informar a suposta necessidade de compra de medicamentos. Os remédios seriam destinados a seu marido, que de fato está internado na Santa Casa de Campo Grande desde o dia 9 de dezembro.

Além dos medicamentos, o criminoso informou à vítima que seu marido também precisava urgentemente de um novo aparelho hospitalar. Nesse sentido, ele solicitou duas transferências bancárias, uma de R$ 4 mil e outra de R$ 600 reais. Os pedidos foram prontamente atendidos pela idosa, que preocupada com a saúde de seu marido, não cogitou ser um golpe no momento.

Ao tentar transferir o valor, contudo, a idosa enfrentou problemas e não conseguiu realizar o depósito. Assim, ela pediu a seu irmão fazer o pagamento.

Momentos depois, ao entrar em contato com seu marido, a idosa percebeu que foi vítima de um golpe. Após este momento, a vítima reembolsou seu irmão e posteriormente procurou a Polícia Civil para relatar a situação.

O caso está registrado como crime de estelionato e está em investigação.

Idosa cai em golpe e perde R$ 13,2 mil na véspera de Natal em MS

Uma idosa de 60 anos caiu em um golpe e perdeu R$ 13,2 mil reais nessa terça-feira (24), véspera de Natal, em Dourados, interior de Mato Grosso do Sul.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima recebeu duas ligações de uma pessoa que se identificou como mecânico. Na chamada, o estelionatário informou que estava socorrendo uma pessoa conhecida da família, que supostamente estava parado na estrada com problemas em seu veículo.

O criminoso ainda revelou uma falsa surpresa: o suposto conhecido estava se dirigindo a casa da idosa. A vítima então prontamente passou a colaborar com o criminoso. Inicialmente, o golpista pediu R$ 2 mil, que supostamente seria para a compra de peças do veículo.

Ainda segundo o registro policial, assim que recebia o depósito solicitado, o estelionatário relatava um problema diferente no carro. Depois do primeiro Pix, ele pediu mais um de R$ 2 mil, depois um depósito de R$ 4,5 mil e outro de R$ 5,2 mil. Por fim, ele entrou em contato novamente e pediu à idosa uma transferência de R$ 1,5 mil. 

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