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SEGURANÇA

Cinco acidentes são registrados por dia em rodovias de Mato Grosso do Sul

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar Rodoviária, o Estado teve 175 mortes em estradas este ano

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As rodovias estaduais e federais que cortam Mato Grosso do Sul já registraram cerca de 1,5 mil acidentes em quase 10 meses este ano, uma média de cinco acidentes por dia. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), enviados ao Correio do Estado.

De janeiro a agosto deste ano, as rodovias federais de Mato Grosso do Sul (BR-060, BR-158, BR-163, BR-262, BR-267, BR-376 e BR-487) somaram 1.090 acidentes, dos quais 320 foram graves e 91 foram com mortes. Além disso, 99 pessoas morreram e 1.140 ficaram feridas.

“As principais causas dos sinistros estão ligadas principalmente à falta de reação, ou reação tardia, por parte do condutor, o que, muitas vezes, está relacionado à falha humana, como em casos de falta de atenção ou de desrespeito às leis de trânsito, como excesso de velocidade, dirigir sob efeito de álcool ou drogas, uso de celular e outras atitudes perigosas”, explica a PRF ao Correio do Estado.

Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 1.201 sinistros com 109 mortes, o que representa uma redução de cerca de 9,2% nos sinistros de trânsito, e de 9,1% dos óbitos, em comparação com os dados deste ano.

No detalhamento enviado à reportagem, a BR-163 e a BR-262 foram as que apresentaram números mais preocupantes em ambos os anos. Este ano, elas apresentaram 32 mortes (em 516 acidentes) e 28 óbitos (em 197 acidentes), respectivamente. No ano passado, elas somaram 70 óbitos (46, na BR-163, e 24, na BR-262), além de mais de 800 acidentes.

ESTADUAIS

De acordo com números fornecidos pela PMRv, do dia 1º de janeiro a 18 de setembro deste ano, aconteceram 393 acidentes em rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul, 67 foram fatais, e 76 pessoas morreram.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, 2025 apresenta uma queda no número de acidentes, já que 2024 registrou 471 colisões, dos quais 69 foram fatais. Porém, o número de mortes este ano já está pior, visto que 75 pessoas perderam a vida nas rodovias estaduais no ano passado, uma a menos que neste ano.

Conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), a rede rodoviária estadual de Mato Grosso do Sul é composta por 145 rodovias estaduais, com extensão total de 15.215,1 km, sendo 1.557,0 km de rodovias planejadas, 5.256,2 km de rodovias pavimentadas e 8.360,3 km de rodovias não pavimentadas.

Inclusive, a MS-156, que compreende os municípios de Amambai, Caarapó e Dourados, aparece em primeiro lugar como a mais perigosa do Estado, com oito mortes, seguida pela MS-162 (Sidrolândia a Maracaju) e a MS-112 (entroncamento com a BR-158, em Três Lagoas, até o entroncamento com a mesma rodovia federal, em Cassilândia), com cinco e quatro óbitos, respectivamente.

VICE PREOCUPADO

Na semana passada, durante a abertura da Semana Nacional de Trânsito, o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, alertou sobre o alto índice de acidentes nos últimos meses, principalmente aqueles que envolvem motociclistas.

“São famílias que perdem seus pais, seus filhos, pessoas jovens e mutiladas para a vida toda. É uma força de trabalho extremamente importante, preciosa, porque ela é perdida diariamente, a cada duas horas, acontece um acidente com motociclista. Cerca de 83% dos acidentes que nós temos no Estado são de motociclistas. Então, essa conscientização é muito importante”, disse o vice-governador.

Barbosinha também falou que a alta taxa de acidentes impacta diretamente nos serviços prestados pela Santa Casa, que, segundo ele, não consegue realizar as cirurgias eletivas, procedimento cirúrgico não urgente, que pode ser agendado e programado com antecedência para corrigir uma condição médica específica, por causa dos feridos que chegam a todo instante no hospital.

“É um impacto muito grande para a saúde. Por exemplo, a Santa Casa não consegue fazer as cirurgias chamadas eletivas, porque marca a cirurgia e, quando vai realizá-la, chega um mutilado de trânsito, principalmente motociclistas, e aquela cirurgia é suspensa. Então, acho que as pessoas precisam tomar consciência de que é necessário um trânsito mais humano”, explica.

A fim de melhorar as condições das estradas do Estado, o vice-governador também disse que há um grande pacote de concessões das rodovias, nos quais envolvem pavimentação e restauração das mesmas. 

Como exemplo, ele cita a BR-163, que tem a previsão de contar com mais 147 quilômetros de faixas adicionais e 203 km de duplicação, como reportado pelo Correio do Estado em julho.

O contrato com a antiga CCR, a Motiva Pantanal, está em andamento e as obras já tiveram início.
orém, além da BR-163, há também a concessão da Rota da Celulose, composta por trechos de cinco rodovias que totalizam 870 km de melhorias. Este contrato deve ser assinado até o fim de outubro.

*SAIBA

Último acidente com morte no Estado

Na segunda-feira, Valdinei Ferreira das Neves, de 49 anos, morreu esmagado ao colidir de frente com um caminhão carregado de agrotóxicos, em Dourados, na BR-163.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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