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de Mamando a caducando

Clubes eram coniventes com a corrupção no futebol de MS, aponta Gaeco

Documento revela que dirigentes dos clubes depositaram mais de R$ 450 mil na conta particular de um dos sete suspeitos que foram presos na operação Cartão Vermelho

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A investigação do Ministério Público sobre a suposta organização criminosa que comanda a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) aponta que os dirigentes dos clubes tinham conhecimento e eram coniventes com a corrupção, fazendo até uma espécie de “rachadinha” com Francisco Cezário e seus familiares. 

Prova disso é que Aparecido Alves Pereira, ou Cido, um dos presos na terça-feira (21), “recebeu em sua conta pessoal mais de R$ 450.7331 de clubes de futebol entre os anos de 2019-2023 sem qualquer justificativa aparente”, diz o texto do Gaeco ao pedir a prisão dele e de outros seis “cabeças” do esquema. 

Os repasses da Federação aos clubes são feitos da conta oficial da instituição. Pagamentos dos clubes, porém, eram depositados em outra conta, de uma pessoa física.

E, ao depositarem dinheiro na conta pessoal de Aparecido ficava claro que havia algo de errado, a não ser que os diretores destes clubes fossem extremamente ingênuos ao ponto de não saberem que estes depósitos teriam de ser feitos na conta oficial da Federação

Esta suposta conivência dos clubes com o esquema de corrupção também fica evidenciado pelo fato de não existirem, pelo menos publicamente, denúncias de que pagamentos fossem feitos na conta particular de Aparecido Alves Pereira. 

E, graças ao voto destes dirigentes de clubes é que Francisco Cezário conseguia se perpetuar no comando da Federação, da qual desviou, segundo o Gaeco, mais de R$ 6 milhões somente entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023.

Esse valor, porém, é muito maior, deixa claro a denúncia do MPE. Isso porque o esquema está em pleno andamento e exatamente por isso foi pedida a prisão de Cezário e demais envolvidos, justifica a promotoria ao fazer pedido para que o juiz decretasse a prisão preventiva.

A decisão judicial que decretou a prisão de Cezário e outros seis não traz detalhes sobre a quantidade de depósitos ou sobre os clubes que repassavam estes valores para Cido. Também não esclarece se os valores eram relativos ao pagamento de taxas ou se eram alguma devolução (rachadinha) de parte daquilo que recebiam da Federação. 

Uma das únicas referências que a decisão judicial  faz a algum clube é relativa ao Misto, de Três Lagoas. “Durante os diálogos mantidos com sua esposa, Valdir reclama que Francisco Cezário diz não ter dinheiro para pagar o seu veículo, mas que possui recursos para gastar com Jamiro Rodrigues de Oliveira (MIRO), presidente do Clube Misto de Três Lagoas”. Cezário e Miro mantiveram parceria durante décadas. 

Outro indício de que os clubes conheciam o esquema e que eram coniventes é o fato de que, apesar da prisão e das evidências apresentadas até agora, nenhum dirigente ter vindo a público até agora para exigir a destituição Cezário ou para pedir a intervenção na Federação. 

PREFERIDOS

E não era somente dos clubes que Aparecido recebia dinheiro irregularmente. “As investigações ainda demonstraram que, entre os anos de 2020-2023, Aparecido Alves Pereira realizou saques bancários, bem como e recebeu transferências injustificadas da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, que totalizaram R$ 411.420,00”, diz o MPE. 

Aparecido, porém, não era o “preferido” de Francisco Cezário para fazer os supostos desvios da Federação. O predileto é Umberto Alves Pereira. “Embora não seja funcionário da entidade, entre os anos de 2018-2023, recebeu da Federeção de Futebol de Mato Grosso do Sul R$ 2.265.829,33, transferências também não justificadas”. 

“No mesmo sentido, o relatório extraído da quebra do sigilo bancário identificou que Umberto recebeu 279 depósitos em espécie, sem identificação de origem, totalizando R$ 621.180,00. Ou seja, somando os dois valores, ele recebeu quase R$ 2,9 milhões.

Umberto Alves Pereira é um dos cinco sobrinhos de Francisco Cezário presos na terça-feira. Além  dos sobrinhos, o “imperador” do Futebol de Mato Grosso do Sul também usava uma irmã para suposta lavagem de dinheiro, aponta o MPE. 

“As investigações puderam concluir que Francisco Cezário de Oliveira, utilizava-se de sua irmã, Francisca Rosa de Oliveira, para ocultar e dissimular a origem do dinheiro desviado da Federação. Isso porque, o endereço em que Francisca reside também está registrado como sede da empresa de confecção de roupas, denominada TEXLIN CONFECÇÃO, de propriedade de Ricardo Matheus de Andrade Pereira, filho de Ricardo de Oliveira Pereira, Diretor de Marketing da FFMS”, diz o documento do MPE.

 

Cidades

Aneel aprova ajuste no cadastro da Tarifa Social de Energia Elétrica

A resolução aprovada nesta terça-feira (9), visa regularizar o cadastro de consumidores

09/12/2025 19h00

Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 9, uma resolução visando regularizar os cadastros de consumidores elegíveis para a gratuidade no pagamento da tarifa de energia, no âmbito da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE).

O órgão regulador quer a correspondência entre o CPF do titular do benefício e o dado registrado no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

A mudança de endereço das famílias também está no radar. Há casos em que a unidade consumidora está fixada em determinado endereço, mas as informações no CadÚnico apontam para outro município.

A norma aprovada nesta terça visa evitar esses casos. Foi decidido que as distribuidoras devem encaminhar relatórios trimestrais da evolução da regularidade cadastral dos consumidores de baixa renda.

Os técnicos da Aneel deverão elaborar e apresentar em 2026 à diretoria uma análise sobre os impactos regulatórios e a diligência das distribuidoras na regularização da titularidade e do endereço das famílias beneficiadas com a TSEE

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) e algumas distribuidoras pediram a exclusão da correspondência entre endereço da instalação, CadÚnico e Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Foi argumentado que haverá eventual exclusão de famílias que não conseguirem regularizar seu cadastro, por exemplo. A associação solicitou a criação de regra de transição de médio prazo.

A diretora e relatora, Agnes da Costa, apontou que está em curso na Controladoria-Geral da União (CGU) uma avaliação sobre a efetividade da política da TSEE nos exercícios de 2022 e 2023.

No relatório de avaliação preliminar, com previsão para conclusão em janeiro de 2026, a CGU já teria sinalizado que a falta de controle na identificação dos beneficiários acaba permitindo a concessão do benefício a pessoas não elegíveis.

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Cidades

Juiz nega prisão de suspeito de injúria racial contra delegada de Dourados

Fato ocorreu por meio de uma rede social enquanto Thays Bessa prestava esclarecimentos em uma transmissão ao vivo

09/12/2025 18h45

Foto: Reprodução / Redes Sociais

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A Justiça negou o pedido de prisão preventiva de um homem suspeito de cometer injúria racial contra a delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, adjunta da Depac de Dourados, há dois meses. A decisão, assinada em 6 de dezembro, considerou que não há elementos concretos que justifiquem a medida extrema, nem risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal.

Embora o Ministério Público tenha se manifestado favoravelmente, o juiz Caio Márcio de Britto entendeu que não havia demonstração concreta de que o investigado que reside em Minas Gerais pudesse interferir nas provas, fugir ou gerar risco processual.

O caso ocorreu em 2 de outubro de 2025, durante uma transmissão ao vivo da página Folha de Dourados no Facebook. Na ocasião, a delegada concedia entrevista sobre investigações em andamento quando um usuário publicou um comentário ofensivo, supostamente em alusão ao fato dela ser negra, conduta que, em tese, configura o crime de injúria racial previsto no artigo 2º-A da Lei 7.716/89.

Conforme a apuração, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva e pela expedição de mandados de busca e apreensão em endereços do suspeito, além do afastamento de sigilo telemático.

Segundo a decisão, boletins de ocorrência antigos, não possuem lastro judicial e não são suficientes para justificar a segregação cautelar. O magistrado ressaltou ainda que o fato já estava documentado nos autos e que o comentário publicado e depois retirado da rede social não depende de novas diligências invasivas para comprovação.

O juiz também rejeitou os pedidos de busca e apreensão, afirmando que não havia indícios de que computadores ou celulares armazenassem provas relevantes além das já disponíveis. Para ele, a medida configuraria uma “fishing expedition”, uma investigação especulativa e sem causa provável.

Saiba*

A delegada, que atua em Dourados, a cerca de 231 quilômetros de Campo Grande, foi alvo do comentário preconceituoso aproximadamente oito horas após a veiculação de um vídeo em formato quebra-queixo pelo portal Folha de Dourados. Com a decisão, o investigado permanece em liberdade enquanto o inquérito segue em andamento.

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