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CNJ revela que Brasil não possui mais vagas para jovens infratores

CNJ revela que Brasil não possui mais vagas para jovens infratores

terra

11/04/2012 - 07h00
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou na tarde desta terça-feira dados do estudo "Panorama Nacional - A execução de Medidas Socioeducativas de Internação", que faz uma radiografia das unidades de internação de adolescente e das varas da infância. De acordo com a pesquisa, na totalidade dos estabelecimentos brasileiros, não restam vagas, considerando-se que a taxa de ocupação das unidades é de 102%.

Os Estados federativos com maior sobrecarga estão todos no Nordeste, considerando que o Ceará tem taxa de ocupação de 221%, Pernambuco 178% e Bahia 160%. Ainda no Nordeste os Estados de Sergipe (108%), Paraíba (104%) e Alagoas (103%) possuem superlotação em suas unidades. Neste quesito, Distrito Federal (129%) e o Mato Grosso do Sul (103%) merecem destaque no Centro-Oeste; enquanto no Sudeste, Minas Gerais possui 101% de ocupação. Por fim, na Região Sul, Paraná (111%) e Rio Grande do Sul (108%) apresentam ocupação superior à capacidade.

Conforme levantamento realizado pelo Programa Justiça ao Jovem vinculado ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, o Brasil possuía, entre julho de 2010 e outubro de 2011, 17.502 internos, distribuídos pelos 320 estabelecimentos de execução de medida socioeducativa existentes no País. Em número de unidades, São Paulo lidera com 112, bem a frente do segundo Estado, Santa Catarina, com 19 unidades.

A média de jovens por estabelecimento no Brasil é de 55 internos por unidade. A maior densidade de internos está no Distrito Federal, que possui 163 adolescentes para cada unidade, seguido pela Bahia com 126, Rio de Janeiro com 125, Ceará com 114 e Pernambuco, com 101.

A pesquisa revelou ainda que a idade média dos adolescentes entrevistados é de 16,7 anos, sendo que a maioria dos jovens (47,5%) cometeu o primeiro ato infracional entre os 15 e 17 anos. Segundo o estudo, os atos infracionais correspondentes a crimes contra o patrimônio (roubo, furto, entre outros) foram os mais praticados pelos entrevistados. O roubo obteve os mais altos percentuais, representando de 26% (Região Sul) a 40% (Região Sudeste) dos delitos praticados. O crime de homicídio apresentou-se bastante expressivo em todas as regiões do País, com exceção da Sudeste, onde este delito corresponde a 7% do total. Nas regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, o percentual varia de 20% a 28%.

O tráfico de drogas se destaca nas regiões Sudeste e Sul, sendo o segundo ato infracional mais praticado, tendo obtido representação de 32% e 24%, respectivamente. Estupro, furto, lesão corporal e roubo seguido de morte apresentam-se em menores proporções.

Estrutura
O estudo apresentou um dado alarmante sobre a prestação de serviços aos internos. Observa-se que os psicólogos e os assistentes sociais são os profissionais mais comumente disponíveis nas unidades de internação em todas as regiões, estando presentes em 92% e 90% dos estabelecimentos, respectivamente. Porém, advogados e médicos estão presentes em apenas 32% e 34% das unidades. "Observa-se, deste modo, que os direitos básicos à saúde e à defesa processual dificilmente estão sendo observados, considerando a carência da prestação destes serviços nos estabelecimentos. A indisponibilidade destes profissionais mostrou-se mais expressiva nos Estados das regiões Sul e Norte", dizia o relatório.

Quanto às áreas essenciais para a reeducação dos jovens, algumas não são adotadas em todas as unidades, como bibliotecas, que estão presentes em 51% das unidades; enfermaria (68%); refeitório (79%) e salas de aula (87%). A área mais comum nas unidades é a de banho de sol, presente em 91% dos locais de internação. Por outro lado, a área de visita íntima está presente em apenas 3% das unidades.

Uso de drogas
Nesta pesquisa averiguou-se que o uso de substâncias psicoativas é comum entre os adolescentes infratores. Dos jovens entrevistados, aproximadamente 75% faziam uso de drogas ilícitas, sendo este percentual mais expressivo na Região Centro-Oeste (80,3%). Dentre as substâncias utilizadas pelos jovens que se declararam usuários, a maconha foi a mais citada, seguida da cocaína, com exceção do nordeste, onde o crack já aparece como a segunda substância mais utilizada.

Violência
Foram analisados os casos de violência registrados nos últimos meses em todas as unidades do País. De acordo com o relatório, foram registrados 34 casos de abuso sexual, 19 mortes por homicídio, 7 mortes por doenças pré-existentes e 2 mortes por suicídio.

Destaca-se o número de estabelecimentos que registraram situações de abuso sexual sofrido pelos internos: em 34 estabelecimentos pelo menos um adolescente foi abusado sexualmente nos últimos 12 meses. Em 19 estabelecimentos há registros de mortes de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Além disso, sete estabelecimentos informaram a ocorrência de mortes por doenças preexistentes e dois registraram mortes por suicídio nos últimos 12 meses.

A violência física também foi levada em conta neste levantamento. Dos jovens entrevistados, 28% declararam ter sofrido algum tipo de agressão física por parte dos funcionários, 10% por parte da Polícia Militar dentro da unidade da internação e 19% declararam ter sofrido algum tipo de castigo físico dentro do estabelecimento de internação. Neste estudo, foram entrevistados 1.898 adolescentes em cumprimento de medida de privação de liberdade em todas as regiões do país.

Até janeiro

Greve: dentistas suspendem atendimentos em 44 postos de saúde da Capital

Categoria manterá apenas serviços de urgência e emergência durante paralisação grevista

15/12/2025 16h45

Assembleia realizada na sede do sindicato em novembro deste ano

Assembleia realizada na sede do sindicato em novembro deste ano Foto: Sioms / Divulgação

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Por unanimidade, os dentistas que trabalham na Prefeitura de Campo Grande suspenderam por 30 dias os atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, paralisação que se inicia já nesta quarta-feira (17). 

A decisão da categoria acontece após a Prefeitura de Campo Grande descumprir as decisões judiciais referentes ao reposicionamento do Plano de Cargos, Carreira, além de reivindicações sobre a falta de condições de trabalho nas unidades de saúde da capital.

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, os profissionais buscam reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

Presidente do Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) David Chadid destacou que várias foram as tentativas de acordo com o município.

"As propostas apresentadas (pela prefeitura) não atendem os interesses da categoria, que além de exigir o cumprimento das decisões judiciais, também precisam de melhores condições de trabalho para o atendimento da população", declarou.

Cabe destacar que, nas últimas semanas, sindicalistas e membros do Comitê de Saúde da Capital sentaram-se para discutir os ajustes já previstos por lei, entretanto, a administração municipal não apresentou propostas aprovadas pelos sindicalistas. 

Com isso, 71 dos 168 profissionais seguem trabalhando. Atendimentos ambulatoriais eletivos serão mantidos.

"Esse movimento paredista visa garantir o cumprimento dos direitos legalmente reafirmados por processos judiciais e que não estão sendo cumpridos", declarou o presidente em ofício encaminhado ao Ministério Público do Trabalho nesta segunda-feira (15). 

Paralisação

Apesar da suspensão em grande parte dos pontos de atendimento, os profissionais garantiram mais de 50% de funcionamento do setor odontologico da Capital, de forma que a população não fique desassistida.

"Legalmente seria necessário manter 30% do atendimento, mas optamos por 50% em consideração à população, que já está sofrendo com a falta de insumos e equipamentos para os atendimentos odontológicos, que não estão sendo fornecidos pela gestão", pontuou o presidente.

David Chadid também garantiu que todos os casos de urgência e emergência serão atendidos. "Todo o processo de paralisação cumpre rigorosamente o que está preconizado por lei. Estaremos atendendo esses casos e remanejando os demais". E acrescentou: "Pedindo a compreensão da população neste momento, pois nos falta o básico para trabalhar, como é o caso dos compressores, que há muito tempo estamos denunciando."

O presidente reforçou que para que não haja greve será necessário o imediato cumprimento das decisões judiciais.

Imbróglio

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a paralisação, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Recentemente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

Pontos que seguem em funcionamento

DISTRITO ANHANDUIZINHO

  • CF Dr. Mauro Rogério de Barros Wanderley - Iracy Coelho
  • USF Paulo Coelho Machado
  • USF Dr. Wagner Jorge Bortotto Garcia - Mário Covas
  • USF Dr. Jorge David Nasser-Jockey Club
  • USF Nova Esperança
  • USF Dr. Olimpio Cavalheiro - COHAB
  • USF Dom Antônio Barbosa
  • USF Los Angeles
  • USF Macaúbas

Subtotal: 9 unidades - 20 profissionais

DISTRITO BANDEIRA

  • USF Dr. Germano Barros de Souza - Universitário
  • USF Dra. Maria José de Pauli - Três Barras
  • USF Maria Aparecida Pedrossian - MAPE
  • USF Edson Quintino Mendes - Jardim Itamaracá
  • USF Moreninha

Subtotal: 5 unidades-13 profissionais

DISTRITO CENTRO

  • USF Vila Carvalho - Dr. Pedro Nango Dobashi

Subtotal: 1 unidade - 1 profissional

DISTRITO SEGREDO

  • CF Dra. Márcia Guedes de Sá Earp - Nova Lima
  • USF Dr. Fernando de Arruda Torres - José Tavares
  • USF Mestre José Alberto Veronese - Jardim Seminário (Policlín
  • USF Vida Nova

Subtotal: 4 unidades - 9 profissionais

DISTRITO LAGOA

  • USF Or. Alberto Neder - Calçara
  • USF Dr. Hirose Adania - Bonança
  • USF Alfredo Neder-Coophavila II
  • USF Portal Calobá
  • USF Santa Emilia
  • USF Dr. Hélio Martins Coelho-Jardim Batistão

Subtotal: 6 unidades-14 profissionais

DISTRITO IMBIRUSSU

  • USF Dr. Sumie Ikeda Rodrigues - Serradinho

  • USF Albino Coimbra Filho - Santa Carmélia

Subtotal: 3 unidades - 9 profissionais

DISTRITO PROSA

  • USF JD Marabá
  • USF JD Noroeste

Subtotal: 2 unidades - 6 profissionais

UNIDADE COM PARALISAÇÃO PARCIAL

  • USF Aero Itália-1 profissional

Saiba* 

Nas 44 unidades de saúde em que as atividades serão suspensas, contratados e residentes seguirão trabalhando. 

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Destaque

Dourados atinge universalização do saneamento básico com mais de R$ 191 mihões em investimentos

Repasses contemplam 90,07% de área de cobertura de esgoto no município do interior

15/12/2025 15h00

Foto: Divulgação

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Às vésperas de completar 90 anos, Dourados alcança um marco histórico quanto a universalização do saneamento básico, avanço que é reflexo da ampliação da rede de água tratada, aceleração de obras de esgotamento sanitário e ajustamento das metas do Marco Legal do Saneamento oito anos antes do prazo estabelecido para 2033.

Desde janeiro de 2023, o executivo estadual investiu R$ 191,8 milhões no setor, repasses que contemplaram 90,07% de área de cobertura de esgoto no município do interior. Com a ação, Dourados passa a figurar entre as cidades brasileiras com maior índice de atendimento, fatores que elevam a sua posição em rankings de saneamento do País. 

Quanto ao volume de obras executadas em tratamento de água, os dados da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) mostraram aplicações de R$ 63.937.253,48 em recursos próprios, R$ 34.450.299,83 por meio de financiamentos e R$ 2.498.450,25 em outros investimentos. 

No esgotamento sanitário, o aporte total inclui R$ 29.337.572,93 em recursos próprios, R$ 16.641.625,00 financiados e R$ 45.028.347,86 provenientes do Governo Federal.

Do montante geral, R$ 37.378.321,58 já foram concluídos, R$ 107.089.498,13 estão em andamento e R$ 47.425.729,64 encontram-se programados para execução, completando R$ 191.893.549,35 investidos na atual gestão.

Para o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio, os efeitos da expansão são estruturantes.

“Saneamento é futuro. É a base que garante saúde, valoriza os imóveis, atrai investimentos e protege o meio ambiente. Esses mais de R$ 191 milhões aplicados agora, todos dentro da gestão do governador Eduardo Riedel, entregam um legado que beneficia gerações futuras. Dourados entra para a lista das cidades que tratam seu esgoto, cuidam da água e asseguram um desenvolvimento que não destrói, mas preserva”, afirma.

O resultado está alinhado ao planejamento estratégico da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), responsável pela execução das obras.

“Cada real investido em saneamento é uma entrega direta na vida das pessoas. É menos criança doente, é mais dignidade dentro de casa, é valorização de bairro e é uma cidade preparada para os próximos 50 anos. Fizemos aqui uma decisão de governo: antecipar metas do Marco Legal e transformar Dourados em referência nacional”, afirmou o governador Eduardo Riedel (PP). 

O líder do executivo estadual destacou que a política municipalista adotada pelo Estado tem sido determinante para acelerar a infraestrutura urbana de grandes municípios.

Na prática, a universalização traz reflexos diretos na qualidade de vida da população. Entre eles estão a redução do uso de fossas, a proteção dos córregos urbanos, a diminuição do risco de contaminação do solo e a ampliação da segurança hídrica. 

O ciclo de investimentos também impulsiona a economia douradense, fortalece o comércio, amplia a competitividade regional, incentiva a instalação de novas empresas e melhora os indicadores sociais, fatores que reforçam a importância do saneamento como motor de desenvolvimento socioeconômico.

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