Cidades

Covid-19

Colapso: Regional tem 21 pacientes intubados de forma improvisada e 17 em estado crítico em UPAs

Segundo o secretário, "leitos que vagam são de pessoas que morrem em Mato Grosso do Sul"

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O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), unidade de referência no combate a pandemia da Covid-19, tem 21 pacientes intubados de forma improvisada na ala vermelha, sendo que eles precisam estar em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que já no momento estão lotadas.

“Temos 21 pacientes entubados recebendo tratamento improvisado na ala vermelha do Regional. Estamos prestes ao colapso total na área de saúde pública. Estamos vivendo a pior tragédia sanitária e hospitalar da história do Brasil”, relatou o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende durante transmissão nesta quarta-feira (17). 

Além disso, outros 17 pacientes estão em estado crítico em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), aguardando vagas em UTIs. 

“Temos 7 pacientes entubados e dez recebendo oxigênio através de máscaras nas UPAs de Campo Grande, nós não temos equipamento suficientes para esse enfrentamento”, informou Resende.

Na manhã de hoje, Mato Grosso do Sul estava com taxa de ocupação de leitos UTI para Covid-19 em 96,2%, com apenas 18 vagas restantes. Resende destacou não haver vagas disponíveis para atendimento nas principais unidades hospitalares do Estado.

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“Ontem foram abertos 10 novos leitos UTI de Covid-19 no Regional e todos já estão ocupados, além dos pacientes intubados de maneira improvisada”.

Por fim, Resende ainda mencionou que pacientes do Paraguai e Mato Grosso querem vir a Mato Grosso do Sul para se tratar do vírus, mas que o governo estadual "não tem como atendê-los". 

MANIFESTAÇÃO 

Seis hospitais particulares de Campo Grande divulgaram um comunicado que "alcançaram o limite" de internações. Cassems, Unimed, do Coração (Clínica Campo Grande), Proncor, Pênfigo e El Kadri fizeram um apelo em conjunto alertando a população sobre o aumento do tempo de espera para atendimento e dificuldade na regulação de vagas. 

As unidades hospitalares enfrentam dificuldades para regulação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e semi-intensiva; contratação de profissionais de saúde e aquisição de equipamentos e medicamentos. Além disso, não possuem mais capacidade de ampliar seu espaço físico.

O objetivo do documento assinado pelas instituições é de conscientizar sul-mato-grossenses a respeito da gravidade da situação no Estado, principalmente na Capital.

BOLETIM

Mato Grosso do Sul atingiu um novo recorde, com 42 óbitos registrados em apenas 24 horas e 1.447 casos , conforme boletim epidemiológico divulgado pela SES. Com isso, já são 197.541 diagnósticos positivos e 3.709 óbitos, desde o início da pandemia. 

De ontem para hoje, Campo Grande registrou 400 novos casos; Três Lagoas 198; Naviraí 84; Sidrolândia 48; Dourados 89; Corumbá 50; Eldorado 45; Ponta Porã 42; entre outros municípios.

Campo Grande, Corumbá, Dourados, Naviraí, Costa Rica, Novo Horizonte do Sul, Paranaíba, Água Clara, Angélica, Aquidauana, Cassilândia, Chapadão do Sul, Itaquiraí, Ladário, Maracaju, Ponta Porã, Rio Verde de Mato Grosso, Sidrolândia e Três Lagoas são as cidades do Estado que apresentaram mortes nas últimas 24 horas.

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Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atvidades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 


 

Cidades

Aneel anuncia que janeiro terá bandeira verde e contas de luz não terão custo extra

Com condições de geração favoráveis, foi possível mudar da bandeira amarela para verde

23/12/2025 17h50

MS é o estado onde mais se pesquisou como se cadastrar na tarifa social de energia elétrica

MS é o estado onde mais se pesquisou como se cadastrar na tarifa social de energia elétrica Divulgação

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou, nesta terça-feira (23), que a bandeira tarifária no mês de janeiro de 2026 será verde, ou seja, começará sem custo extra na conta de energia da população brasileira. 

Isto porque, apesar do período chuvoso estar abaixo da média histórica, os meses de novembro e dezembro tiveram uma manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas. Com isso, em janeiro de 2026 não será necessário despachar as termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor.

O último mês deste ano teve o acionamento da bandeira amarela, representando um alívio em relação à vermelha patamar 1, que vigorou em novembro. A medida reduziu em R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (KW/h) consumidos e passou a R$ 1,885.

Sistema de bandeiras 

O mecanismo das bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para indicar o custo real da energia. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, e o acionamento de fontes de geração. 

De acordo com a Aneel, sua aplicação gerou economia em juros evitados na ordem de R$ 12,9 bilhões desde sua criação.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.

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