Amostras de DNA e impressões digitais de condenados por crimes hediondos em Mato Grosso do Sul serão inseridos no Bancos Estadual e Nacional de Perfis Genéticos e comparadas com dados de crimes sem soluções em todo o país.
As informações genéticas foram coletados em mutirão feito na última semana pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Na ocasião, 350 condenados por crimes sexuais, homicídios, feminicídios e roubos, passaram pela análise. Eles são obrigados a fornecer o material de identificação do perfil genético, conforme o artigo 9º-A da Lei N.º 12.654.
Os dados são de caráter sigiloso e apenas a Segurança Pública tem acesso a eles.
"“Esse material será confrontado com os vestígios que colhemos em locais de crimes, com o objetivo de identificar os autores”, disse a diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), Josemirtes Fonseca Prado da Silva.
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Além de apontar autoria de crimes sem solução, o banco com grande amostragem de dados também é capaz de comprovar inocência de suspeitos e interligar um caso com outras investigações em esferas policiais distintas.
"A coleta do DNA é realizada através de um Swab bucal, ou seja, um cotonete coleta saliva da parte interna da bochecha. Depois, a amostra é transferida para um cartão, onde será armazenado e reservado. Chamamos isso de amostra referência", explicou Josemirtes.
A ação é realizada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, em pareceria com os estados brasileiros.
Em Mato Grosso do Sul, as amostras começaram a ser coletadas no fim de 2017, mas foram interrompidas por mais de um ano em razão à pandemia da Covid-19.
Para a retomada dos trabalhos, o IALF destinou 10 peritos criminais e 2 peritos papiloscopistas para as coletas.
Pessoas desaparecidas
Trabalho similar começou a ser feito pela Sejusp há pouco tempo para auxiliar nas buscas de pessoas desaparecidas.
O perfil genético de familiares está sendo incluído no Banco Nacional, para reconhecimento dos parentes desparecidos.
"Toda ossada de pessoas desconhecidas que são encontradas tem uma amostra coletada pelo Imol, que também é inserido também no Banco Nacional e Estadual de Dados. Com a inserção do perfil dos familiares, a gente busca os entes que estão desaparecidos", apontou Josemirtes.
Caso o desaparecido seja identificado e esteja vivo, a família é avisada sobre informações e localização da pessoa.
Mato Grosso do Sul faz parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Atualmente, a Rede é formada por 22 laboratórios de genética forense, vinculados a unidades de perícia estaduais, distrital e federal.
Recentemente, o Banco Nacional de Perfis Genéticos ultrapassou a marca de 100 mil perfis cadastrados, a maior parte é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual.
Criado em 2013, o banco é usado em investigações criminais de todo o Brasil por meio da prova pericial do DNA. O material genético é coletado pela perícia no local do crime ou no corpo da vítima.
Os vestígios podem ser fios de cabelo, sangue e outros materiais biológicos. Além de exames feitos pelas vítimas de violência no Instituto Médico Legal (IML).




