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Com hospitais superlotados, Capital tem 50 pacientes aguardando leitos

Dois anos após lotação causada pelo período pandêmico, unidades de saúde voltam a ficar acima da capacidade

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Passado dois anos desde que Campo Grande registrou alerta vermelho por conta do aumento de casos confirmados e de internações por Covid-19, o que deixou a rede de saúde sem leitos, a situação de lotação nas unidades de saúde retornou.

 A desaceleração dos indicadores da pandemia desde o fim de 2021 não impediu que a superlotação hospitalar voltasse, deixando 50 pacientes aguardando leitos em unidades de saúde 24 horas de Campo Grande.

Ontem, por causa dessa superlotação, a Santa Casa de Campo Grande informou que o pronto-socorro do hospital estava com muito mais pessoas que o local comportaria.

Até o fim da tarde de ontem, o hospital estava atendendo 84 pacientes no pronto-socorro, 66 desses estavam na unidade de decisão clínica não crítica (antiga área verde) e 18 na unidade de decisão clínica crítica (antiga área vermelha). Dos 66 pacientes informados pela Santa Casa em situação não crítica, 40 seguiam internados e 26 estavam em observação. 

Dos pacientes em situação crítica eram 15 internados, sendo que cinco precisaram ser intubados, e três em observação. No centro cirúrgico da Santa Casa, 18 pacientes que passaram por cirurgias não tinham leitos para seguirem no processo de recuperação do pós-operatório.

De acordo com o hospital, nove leitos já haviam sido alocados na recepção do centro cirúrgico e outros nove na parte interna. A situação é tão crítica que alguns pacientes estão sendo atendidos nos corredores do hospital por conta da superlotação. Segundo a Santa Casa, apenas os enfermos que aguardam leitos de enfermaria estão nessa situação.

Conforme informado pela Santa Casa, a administração do hospital enviou um ofício para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) avisando sobre a superlotação e solicitando apoio para desviar o fluxo de pacientes da unidade. 

“Internamente, a diretoria técnica do hospital tenta acelerar as altas dos internados para não entrar em ponto de colapso. A possibilidade de restrição total do serviço de atendimento está sendo analisada pela Santa Casa”, declarou, em nota, o hospital.

De acordo com a Sesau, cerca de 120 pacientes são encaminhados por dia para os hospitais públicos de Campo Grande, vindos de unidades de saúde 24 horas. 

A secretaria afirmou que, apesar do anúncio da Santa Casa, “todos os pacientes que necessitam de encaminhamento estão sendo transferidos dentro do que é pactuado com o hospital, assim como para as demais unidades hospitalares contratualizadas, como o Hospital Universitário e o Hospital Regional”.
Esses locais, porém, também informaram não terem vagas disponíveis para novos pacientes.

HOSPITAL REGIONAL

O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) vem enfrentando o mesmo problema de superlotação em todos os leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) e do centro de terapia intensiva (CTI).

De acordo com o HRMS, todos os 56 leitos do CTI estão lotados, sendo 38 no CTI adulto, oito no CTI infantil, 10 na unidade coronariana (UCO) e 10 na unidade neonatal.

Nas UTIs do Hospital Regional, 10 pacientes aguardavam vagas de UTI adulta e dois da UTI pediátrica na tarde de ontem. Os pacientes que necessitam dos leitos estão sendo atendidos na área crítica do pronto atendimento médico (PAM). 

Diante dessa ocupação completa, o Hospital Regional ressaltou, em nota para a reportagem do Correio do Estado, que a administração do hospital “está empenhada em fornecer todo o atendimento necessário aos pacientes encaminhados via regulação municipal”. 

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO 

Procurado pela reportagem do Correio do Estado, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) também informou que o pronto atendimento do hospital segue cheio.

Além do pronto atendimento, o CTI do Hospital Universitário está funcionando com a sua capacidade máxima de pacientes preenchida. São nove leitos de CTI adulto, cinco de CTI pediátrico e seis de UTI neonatal.

DESOCUPAÇÃO

Na semana passada, membros da diretoria de quatro grandes hospitais da Capital (HRMS, Hospital São Julião, Santa Casa e Humap) discutiram estratégias unificadas de desospitalização de pacientes, em reunião no gabinete da presidência do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

Durante a reunião, a diretora técnica do HRMS, Patrícia Rubini, explicou que a proposta do encontro foi alinhar questões de desospitalização de pacientes com condições de ir para a casa, mas que ainda precisam de cuidados.

“Essa universalização de cuidados é muito importante. Com a superlotação que acontece nos grandes hospitais, principalmente na Capital, entendemos que precisamos girar leitos, mas não podemos abandonar pacientes. Então, nós desospitalizamos os pacientes mais crônicos que podem ter os cuidados divididos com a família, tendo na retaguarda todo o corpo médico e os serviços de saúde do hospital para que assim consigamos atender os pacientes que precisam de um atendimento imediato, que estão aguardando leitos hospitalares”, detalhou.

Para o diretor-técnico da Santa Casa de Campo Grande, Willian Lemos, o fórum veio justamente para discutir a possibilidade de se articular em rede, como é a proposta do SUS.

“Estamos em cooperação mútua para que a gente consiga desospitalizar pacientes e otimizar os recursos para aqueles pacientes que necessitam. São importantes essas reuniões, para que os hospitais conversem entre si e entendam as necessidades e as realidades de cada um para propor soluções”, afirmou.

SAIBA

Os hospitais da rede particular de Campo Grande foram procurados pela reportagem para saber como estava a situação nesses locais, porém, até o fechamento da matéria, nenhum deles respondeu aos questionamentos. Entretanto, fontes do Correio do Estado relataram que, em ida recente a unidades hospitalares da rede privada, presenciaram muitas pessoas aguardando para serem atendidas e internadas nas unidades particulares.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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