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Condenado por organização criminosa, deputado Jamilson Name irá recorrer

Jamilson Name é apontado pelo Ministério Público Estadual como líder do esquema de jogo do bicho, responsável por tratar das movimentações financeiras

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Condenado e sentenciado a 8 anos de prisão nessa quinta-feira (20) após investigação da Operação Omertà, a defesa do deputado estadual Jamilson Name (PSDB) anunciou que vai recorrer à decisão da Justiça.

Jamilson Name é apontado pelo Ministério Público Estadual como líder do esquema de jogo do bicho em Campo Grande.

O deputado foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa.

'Não existem provas diretas'

Em nota, o advogado Tiago Bunning publicou que, apesar de estar ciente da condenação de Name, relatou que não há provas diretas contra Jamilson e que também não foi esclarecido a forma como o dinheiro do jogo do bicho era movimentado.

Além disso, a defesa alega que a prática do jogo do bicho não foi comprovada, uma vez que "houve prescrição desta contravenção penal".

Por fim, a nota critica a falta de apuração dos valores supostamente lavados e ressalta que a decisão não produz qualquer efeito neste momento e não afeta o mandato parlamentar de Jamilson.

A defesa fecha o texto pontuando que será apresentado recurso ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e, se necessário, às instâncias superiores — Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Superior Tribunal Federal (STF).

Além de Jamilson Name, outros dois investigados pela Operação Omertà foram condenados nessa quinta-feira (20).

Entenda o caso

As recentes condenações foram alvos da 6ª fase da Operação Omertà, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) em dezembro de 2020.

Ela foi batizada de "Arca de Noé" e tinha como alvo uma organização criminosa responsável pela exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro, feita através da empresa Pantanal Cap.

Jamilson Name foi apontado como líder da organização, cuidando especialmente da parte financeira. Ele seria o idealizador das atividades da empresa, e começou a ter ainda mais destaque e autonomia após a prisão do pai, Jamil Name, que morreu em 2021 vítima da Covid-19 no presídio de Mossoró (RN), e do irmão, Jamil Name Filho.

Além do parlamentar, uma mulher, apontada como gerente do jogo do bicho, também foi condenada e deverá cumprir 8 anos de prisão; o terceiro condenado teve pena estabelecida em 7 anos e 6 meses.

Foi definida ainda a perda de metade dos valores bloqueados, que superavam R$ 18 milhões.

"A condenação serve como grande marco na justiça local, reafirmando o compromisso do GAECO/MPMS no combate às organizações criminosas e na defesa da sociedade", diz nota divulgada pelo MPMS.

Arca de Noé

A 6ª fase da operação Omertà foi desencadeada no dia 2 de dezembro de 2020, quando foram cumpridos 13 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 18 milhões da Pantanal Cap.  

Além do deputado Jamilson Name, outras 15 pessoas viraram réus: Jamil Name, Jamil Name Filho, Darlene Luiza Borges, Agustinho Barbosa Gomes, Cícero Balbino, Cláudio Rosa de Moraes, José Ney Martins, Leonir Pereira de Souza, Marcilene de Lima Ferreira, Paulo Sérgio Paes de Lira, Patrícia Pereira Lira, Raimundo Nery de Oliveira, Renato Lima Fontalva, Ricardo Alexanfre Cáceres Gonçalves e Tatiana Freitas.

Jamilzinho inocentado

Jamil Name Filho, o Jamilzinho, também era alvo da Arca de Noé, mas foi inocentado pela 1ª Vara Criminal de Campo Grande.

Ele já soma cinco condenações provenientes de inquéritos da Operação Omertà, que somadas chegam a penas de 69 anos de prisão. O ex-empresário foi apontado pelo MPMS como chefe de uma milícia armada que realizou diversas execuções ao longo dos anos.

Em dezembro de 2020, ele foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, acusado de ser proprietário de um arsenal de 26 armas apreendidas durante investigação para esclarecer a morte de Matheus Xavier, morto por engano no lugar do pai.

O armamento estava num imóvel residencial no bairro São Bento, na região central de Campo Grande, que pertencia à família Name. E justamente por conta desta casa é que Jamil Name Filho foi condenado a outros 12 anos e oito meses de prisão, no final de junho de 2022.

Conforme a denúncia do Ministério Público, o imóvel havia sido tomado à força de um casal que havia pegado um empréstimo de R$ 80 mil da família Name. Como o casal não conseguiu quitar o empréstimo e os juros, foi forçado, sob ameaça de espancamento com tacos de basebol e sob mira de arma de fogo, a repassar a casa para Jamilzinho.

A terceira condenação de Jamil Name Filho, de seis anos de prisão, veio no final de julho de 2023, por envolvimento em organização criminosa, já que foi evidenciado que ele tinha a seu serviço um pequeno batalhão de pistoleiros para executar uma série de crimes.

As condenações mais recentes saíram no ano passado. Em agosto, foi condenado a sete anos e meio de prisão e 120 dias de multa, em regime fechado, pelo envolvimento com milícia armada ligada à exploração do jogo do bicho e do crime de obstrução de justiça. Ele teve a maior pena dentre os julgados na ocasião por ser dono do apartamento de onde foram retiradas as provas.

Em setembro, foi condenado a 15 anos de prisão pela execução de Marcel Hernandes Colombo, conhecido como o Playboy da Mansão, morto no dia 18 de outubro de 2018.

*Colaborou Alanis Netto

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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