Mato Grosso do Sul atravessa um período crítico caracterizado pela combinação de estiagem prolongada, temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar. Esse cenário tem intensificado de forma significativa o risco de ocorrência e propagação de incêndios florestais em diferentes regiões do estado.
A atuação de um sistema de alta pressão atmosférica é a causa para estas condições, de acordo com análise técnica elaborada pelo entro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Em Três Lagoas, Paranaíba e Coxim, as condições críticas persistem há pelo menos 13 dias consecutivos, com temperaturas acima de 30°C e umidade relativa inferior a 30%. Essa combinação forma o chamado “triângulo do fogo”, em que calor e ar seco criam ambiente altamente favorável à ignição e rápida propagação das chamas.
As temperaturas máximas superaram os 38°C em diversas localidades, enquanto a umidade relativa do ar caiu para índices entre 8% e 15% em municípios como Amambai, Ponta Porã, Três Lagoas e Bataguassu.
Ainda de acordo com a análise técnica, os próximos dias permanecem com índices de perigo de fogo em nível extremo, situação que representa alta probabilidade de incêndios de difícil controle, mesmo com emprego de meios aéreos.
A ausência de precipitações significativas agrava a situação. Em Campo Grande, Coxim, Corumbá, Dourados, Ivinhema, Paranaíba e Três Lagoas não chove de forma expressiva há mais de 37 dias. Porto Murtinho lidera o registro, com 94 dias sem acumular mais de 10 mm de chuva.

Em escala sazonal, de acordo com informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a previsão probabilística para o trimestre setembro-outubro-novembro de 2025 aponta que a maior parte do estado se encontra sob níveis de risco de fogo de Atenção.

Entre outubro e dezembro de 2025, a tendência é de temperaturas acima da média e chuvas mal distribuídas, o que deve prolongar a vulnerabilidade ambiental.




