A Berton Reciclagem e Preservação Ambiental Ltda está sendo investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) após moradores de um condomínio às margens do Shopping Bosque dos Ipês denunciarem o centro de reciclagem por barulho excessivo, mau cheiro, emissão de gases tóxicos e queima irregular de resíduos no bairro Jardim dos Estados.
Conforme a denúncia, o espaço que conta com 142 casas e cerca de 568 moradores e homônimo ao shopping foi construído ao lado do centro de reciclagem, estaria sendo afetado pelo funcionando irregular da empresa, que segundo denúncia, estaria em desacordo com normas ambientais, especialmente uma determinação do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que exige que atividades como a de aterros sanitários mantenham uma distância mínima de dois quilômetros de áreas residenciais, fato contrariado pela empresa, que opera colada aos muros do condomínio.
A reclamação foi registrada por meio da Ouvidoria do MPMS, em março deste ano, e apontou diversos transtornos provocados pelas atividades da Berptram como queima frequente de resíduos, e a frequente movimentação de caminhões, inclusive durante a madrugada.
Além disso, os moradores teriam alegado que a presença da empresa de reciclagem naquela área representa um risco à saúde pública e ao meio ambiente, fatores flagrados por técnicos da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), já que uma medição de barulho, constatou ruídos de 57,1 decibéis durante o dia, acima do limite legal para áreas residenciais, que é de 55 decibéis.
Além disso, foi identificado o armazenamento inadequado de lodo da estação de tratamento de efluentes da empresa. De acordo com a licença de funcionamento, o material deveria estar guardado em local coberto, mas estava ao ar livre, com sinais de transbordamento, fatores que culminaram em auto de infração e multa à empresa de reciclagem.
Apesar da queixa sobre mau cheiro, os técnicos informaram que, no momento da vistoria, não foi possível sentir odores fora do limite da empresa. A estação de tratamento, inclusive, havia sido coberta, o que pode ter ajudado a controlar o problema destacado pelos moradores do condomínio.
O caso está sob análise da 26ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente de Campo Grande, e segue em andamento, de responsabilidade da promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro.
Entre os pedidos, o condomínio pede a realização de perícias, a responsabilização da empresa pelos danos causados, e até mesmo a possibilidade de interdição das atividades, caso as irregularidades sejam confirmadas.
A Promotoria aguarda agora nova manifestação da Planurb sobre eventuais medidas adotadas para corrigir os problemas apontados e garantir o cumprimento da legislação ambiental por parte da empresa.


