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IFRAESTRUTURA

Contenção de erosão é primeiro passo para recapeamento da Ernesto Geisel

Prefeitura de Campo Grande deve lançar, ainda este ano, licitação de R$ 5 milhões para recuperação do asfalto na Avenida

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A Prefeitura de Campo Grande começou ontem os trabalhos para recuperação de erosão antiga na Avenida Ernesto Geisel, em frente ao Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão. Este é o primeiro passo para que a Avenida seja recapeada em um de seus trechos mais problemáticos.

Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, os trabalhos estão sendo executados com recursos da prefeitura e com materiais que “sobraram” de outras obras.

A contenção da erosão em uma das margens do Rio Anhanduí iniciada ontem está focada no sentido bairro/centro, em frente ao Guanandizão, porém, outros trechos de desmoranamento de pista na avenida também receberão a medida feita pela prefeitura.

Miglioli afirmou ao Correio do Estado que espera concluir essas intervenções até o final deste ano, para evitar o período chuvoso.

Em nota, a prefeitura afirmou que os pontos onde existem as erosões estão sinalizados e pediu que os motoristas “tenham atenção redobrada” nesses trechos durante a execução das obras, “por conta da movimentação de máquinas e caminhões que estão envolvidos nesse trabalho. Para evitar o avanço dos buracos na pista, será feita a contenção com uso de pedras e aterro”, alerta.

EROSÃO ANTIGA

Os primeiros problemas no trecho em obras da Avenida Ernesto Geisel foram sentidos após forte chuva em 2009. Na época, manilhas foram colocadas no local onde o trecho começou a desmoronar. Após 16 anos, o problema já havia engolido uma das pistas praticamente inteira e só estava aumentando.

Após o fim desse projeto de recuperação das erosões na pista, uma segunda etapa deve ter início, o recapeamento da Avenida, desde a Rua Bom Sucesso até depois da Avenida Manoel da Costa Lima, o que corresponde a pouco mais de um quilômetro.

O trecho será feito por meio de licitação, que tem previsão para ser aberta ainda este ano. A estimativa de gasto é de R$ 5 milhões, referente a emenda feita pela senadora Tereza Cristina (PP) no ano passado.

“Nós vamos recapear desde onde termina o trecho licitado, na [Rua] Bom Sucesso, até depois da [Avenida] Manoel da Costa Lima, até onde der o dinheiro”, afirmou o secretário do Correio do Estado.

“Esse dinheiro seria para recapear o trecho da [Avenida] Ernesto Geisel entre a [Rua] Antônio Maria Coelho e a [Avenida] Salgado Filho, mas como esse trecho nós fizemos com recursos próprios, realocamos para essa região”, completou Miglioli.

A previsão é de que, caso tudo seja cumprido conforme a expectativa, o recapeamento seja iniciado no começo do próximo ano, quando também deverá ser entregue o trecho entre as Ruas da Abolição e Bom Sucesso, feito com recursos do governo federal e estadual.

RELICITAÇÃO

No ano passado, a Prefeitura de Campo Grande relicitou o trecho entre as Ruas da Abolição e Bom Sucesso, que estava parado desde a pandemia de Covid-19, quando a empresa responsável, a Dreno Engenharia, paralisou a obra.

A vencedora foi a HF Engenharia e Construção LTDA, que aceitou fazer a obra por R$ 20,9 milhões.

O projeto para evitar erosões e enchentes o canal do córrego Anhanduí prevê um sistema gabião, que consiste na montagem manual de pedras em gaiolas metálicas. A iniciativa contempla ainda o recapeamento da Avenida, nova sinalização e guarda-corpo.

Esta foi a terceira vez que o trecho foi licitado, já que em 2023 o mesmo local foi oferecido ao mercado, em um investimento máximo de R$ 19,7 milhões, no entanto, nenhuma empresa se interessou. 

A previsão para conclusão deste trecho é em fevereiro do ano passado. Segundo a prefeitura ele já está com 68% do cronograma cumprido. Para o secretário, para que essa previsão seja acertada é necessário que a parte de canalização seja concluída ainda neste ano, antes do período das chuvas de verão.

NOVO PAC

A contenção de enchente no Rio Anhanduí foi um dos projetos enviados pela Prefeitura de Campo Grande ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), lançado pelo governo federal em agosto de 2023. Porém, ele ficou de fora das obras, ou, pelo menos, de fora da liberação de recursos.

Apesar de constar na lista de obras aprovadas pelo programa, o governo federal não vai enviar recursos para executar a obra. O que ficou liberado foi que a prefeitura fizesse um financiamento (empréstimo) para, assim, realizar as melhorias previstas.

Orçado em R$ 150 milhões, o projeto previa a colocação de gabião até a Avenida Manoel da Costa Lima e depois seria feita apenas a recomposição de algumas áreas, com ciclovia, recapeamento e até espaço de lazer nos trechos que a distância entre a margem do rio e a Avenida ficam maiores.

De acordo com Miglioli, por se tratar de um empréstimo, com o qual a prefeitura teria de arcar com os custos, foi decidido que esse financiamento não será executado. 

Ainda segundo o secretário, por se tratar de um grande volume de recursos, a administração Municipal optou por realizar obras apenas nos trechos mais críticos da Avenida, como este que está em execução.

*SAIBA

O recapeamento da Avenida Ernesto Geisel deverá ser licitado ainda neste ano e conta com recursos de emenda parlamentar, da senadora Tereza Cristina, na ordem de R$ 5 milhões. A execução deverá ser no próximo ano.

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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