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INVESTIGAÇÃO

Contrabando de combustível na fronteira rende milhões por mês

Corumbá é a cidade com a gasolina mais cara de MS e Bolívia é o 2º país com melhor preço da América do Sul

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Entre os itens que mais pesam no bolso dos moradores de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá, para citar apenas as maiores cidades, estão os combustíveis. 

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O aumento neste ano já foi de 73% somente no preço da gasolina.  

Dentro dessa situação de escalada constante, em Corumbá há um fator diferencial porque o município sul-mato-grossense faz divisa com a Bolívia, que tem o segundo preço mais barato de combustível da América do Sul, atrás somente da Venezuela. 

Ao mesmo tempo, os postos da cidade são os que vendem o combustível mais caro de Mato Grosso do Sul.

Essas contradições incentivaram o contrabando de combustível entre a cidade de Puerto Quijarro e Corumbá. 

A prática vem ocorrendo regularmente neste ano e, conforme apurado com autoridades bolivianas, o contrabando cresceu à medida que os preços no Brasil foram subindo.  

O contrabando permite que corumbaenses e outros moradores que estejam na região paguem valores muito abaixo do que a Agência Nacional de Hidrocarbonetos (ANH) da Bolívia estabelece, driblando assim a lei nacional nº 100.

Uma estimativa verificada com funcionários da petrolífera estatal boliviana YPFB, que atuam na região de Puerto Quijarro, aponta que diariamente há até 20 mil litros de gasolina que chegam a ser transportados de forma ilegal para o Brasil.

Com o litro do combustível sendo comercializado a R$ 4, o esquema pode movimentar até R$ 1,9 milhão somente em dias úteis. 

Esse combustível é trazido para território brasileiro dentro de tanques dos próprios carros e vans bolivianos e também em galões de diferentes tamanhos, principalmente os de 50 litros, ao longo de dezenas de viagens diárias.

Enquanto abastecer na capital do Pantanal custa entre R$ 7,05 e R$ 7,09 o litro da gasolina, na Bolívia o litro custa R$ 4 no mercado ilegal. A diferença de preço é de mais de R$ 3 por litro.

Os números atraentes para o consumidor brasileiro acabam fortalecendo o mercado ilegal de combustível. Dessa forma, em Puerto Quijarro, por exemplo, o abastecimento da gasolina custa 3,74 de bolivianos (em torno de R$ 3,04). 

O posto de combustível mais perto da região de fronteira fica a cerca de 10 km de Corumbá e é obrigatório que essas empresas especifiquem o valor praticado no mercado interno e qual seria o preço que um estrangeiro pagaria.

Quem é estrangeiro está autorizado a realizar o abastecimento na Bolívia, porém, o preço a ser praticado para carros com placa brasileira seria de 8,68 bolivianos (R$ 7,05).

Essa regra existe por conta do subsídio que o governo boliviano mantém sobre o combustível para garantir o abastecimento no país e evitar que as pessoas encontrem dificuldade para andar de carro.

O combustível também é um fator primordial para controle de preços e da inflação, porque ele está atrelado a vários níveis na cadeia produtiva.

“É um esquema de venda. Por aqui, esse negócio ilegal acontece com gasolina e diesel e está sendo incrementado cada vez mais, porque o preço do combustível no Brasil está subindo. Por outro lado, na Bolívia, o governo subvenciona o valor”, explica um funcionário boliviano que atua no setor e que pediu anonimato.

Até mesmo quando a fronteira entre Brasil e Bolívia ficou fechada por uma semana, em novembro, o contrabando acontecia livremente. Os galões eram transportados por um local chamado Trilha do Gaúcho, que é um caminho feito por mata e que passa ao lado do controle de fronteira dos dois países.

“Isso acontece dia e noite. É um esquema de formiguinha. Vão passando, passando. Em Corumbá, há grupos de WhatsApp e nas redes sociais que indicam onde acontece a venda. É muito bem articulado”, diz o funcionário do setor.

Na Bolívia, a venda muitas vezes acontece perto da aduana, que fica na faixa de fronteira com o Brasil. Em território brasileiro, essas vendas são feitas em casas e até terrenos baldios, geralmente localizados na parte alta, em bairros como o Guatós. 

Por lá, nas redondezas da Rua República da Bolívia, há mais de um ponto que sugere esse tipo de comercialização ilegal.

PERIGO À SAÚDE

O contrabando de combustível da Bolívia para o Brasil é um esquema já identificado anteriormente pela Polícia Federal. Em 2018 e 2019, houve operação que ficou denominada de Mad Max I e II. 

Nestas ações, houve a apreensão total de 1,8 mil litros de combustível e oito pessoas acabaram presas.

Os crimes praticados em Corumbá com a venda ilegal envolvem contrabando e armazenamento de substâncias tóxicas irregularmente. A Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605, de 1998) prevê sanções e regulamenta as regras com relação aos delitos. A pena prevista é de 3 a 9 anos de prisão, além de multa.

As restrições na Bolívia estão atreladas à lei nacional nº 100, que trata sobre o desenvolvimento e a segurança fronteiriça boliviana. O armazenamento e a comercialização sem autorização por entidade competente preveem pena de três a seis anos de prisão e o confisco de bens encontrados em uma fiscalização. 

Quem compra o combustível também pode sofrer sanção, com prisão de 2 a 4 anos. Até mesmo quem é legalizado e facilitar esse tipo de comércio ilegal pode ser condenado à prisão.

Apesar de todo o esquema ser antigo e prosseguir, o ato de fiscalização praticamente não existe. Na Bolívia há poucos funcionários da estatal petrolífera que conseguem averiguar as irregularidades.  

Do lado brasileiro, a Receita Federal, no Posto Esdras, tem apenas quatro funcionários para atender um fluxo de mais de 2 mil veículos transitando diariamente, 24h, na fronteira.

Além das questões legal e fiscal, há outro perigo nesse comércio. 

“Manusear e ou transportar combustíveis é algo de imenso perigo, pois estas substâncias são de grande volatilidade, liberam gases que podem com uma faísca causar uma grande explosão. Atualmente, estamos em época de altas temperaturas, ocorrendo assim uma volatilização ainda maior destas substâncias, ou seja, o perigo é muito maior de ocorrer explosões, principalmente quando não há o correto manuseio destes combustíveis”, detalha o professor doutor de Química Industrial da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) de Dourados Alex Jeller.

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Cidades

Justiça determina que Facebook exclua fotos íntimas de mulher vítima do ex-companheiro

O homem criou um perfil fake para expor os nudes da mulher que procurou a Defensoria Pública do Estado

27/11/2024 17h15

Reprodução Instagram CVV

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Após determinação da Justiça, o Facebook removeu fotos íntimas de uma mulher que havia sido exposta pelo ex-companheiro. O prazo estipulado para remoção do conteúdo foi de 48 horas.

A mulher, que não teve a idade revelada, conseguiu, por meio da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que as fotos fossem removidas da rede social.

O ex-companheiro criou um perfil falso no Facebook e publicou as imagens.

A vítima solicitou medidas protetivas e, na ocasião, foram determinadas restrições para evitar publicações em redes sociais que envolvessem o nome ou a imagem da mulher, assim como de seus familiares.

Mesmo com as restrições, o juízo não ordenou a remoção imediata das imagens.

“A mulher enfrentou sérios abalos emocionais e, inclusive, desenvolveu um quadro depressivo grave em razão da exposição de sua intimidade”, explicou a defensora.

Diante da situação, a mulher procurou a Defensoria Pública, que entrou com um pedido de urgência para a retirada das mídias do Facebook, por entender que as publicações configuravam abuso ou ofensa à honra da vítima.

O parecer também citou decisões anteriores, como o uso do sistema “notice and takedown”.

Por esse sistema, quando alguém avisa a plataforma de que o conteúdo é ilegal ou não respeita os direitos da comunidade, a rede social deve remover o conteúdo.

“A violência digital, caracterizada pelo uso de meios tecnológicos para cometer abusos, é uma extensão da violência doméstica, que busca desestabilizar emocionalmente a vítima”, pontuou a defensora.

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Perigo

Inmet alerta para chuvas intensas e tempestade em MS

Previsão aponta ventos de até 100 km por hora

27/11/2024 16h30

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de "perigo" para Mato Grosso do Sul, indicando a possibilidade de tempestades e chuvas intensas a partir de hoje (27). O aviso faz parte de uma série de alertas que abrangem diversas regiões do país, com Mato Grosso do Sul sendo um dos estados mais afetados.

O alerta de "perigo" para o estado prevê chuvas com precipitações entre 30 e 60 mm por hora e ventos intensos que podem chegar a 100 km/h.

Essas condições meteorológicas gerar uma série de riscos potenciais, incluindo: cortes no fornecimento de energia elétrica, queda de galhos e árvores, alagamentos e descargas elétricas.

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado

Recomendações de segurança

Diante da gravidade da situação, o Inmet faz as seguintes recomendações aos moradores das áreas afetadas:

  • Evitar se abrigar debaixo de árvores devido ao risco de queda e descargas elétricas
  • Desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia, quando possível

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