Nesta segunda-feira (21), a Prefeitura de Corumbá lançou aviso de licitação informando que está disposta a pagar até R$ 424,5 mil pela de locação de internet via satélite para 17 unidades escolares por um período de 12 meses. O valor, porém, é quatro vezes maior do que o encontrado em uma pesquisa de preços feita pelo Correio do Estado.
Segundo descrito no edital, o produto precisa ofertar, principalmente, velocidade média
de download de 200Mbps e dados ilimitados, com conexão à internet banda larga, via satélite de baixa órbita.
No site oficial da Starlink, empresa do bilionário Elon Musk que atende aos requisitos acima, o plano mais caro prestado em Corumbá é o residencial com kit padrão, que é mencionado como “ideal para as suas necessidades diárias de Internet residencial”.
Nele, o serviço custa R$ 235,52 por mês e, o equipamento, R$ 2.400. Ao multiplicar ambos os valores por 17, referente à quantidade de unidades escolares presentes no edital, o serviço poderia ser adquirido por R$ 88.846,08 pelo período de 12 meses. Ou seja, a prefeitura oferece 381% acima daquilo que pagaria se fizesse a contratação diretamente com a empresa.
Mas, em vez de fazer a assinatura diretamente com o fornecedor do serviço, a administração municipal pretende terceirizar o serviço. Esta empresa, por sua vez, ficará responsável pela contratação e instalação dos kits. A respeito das manutenções e assistências técnicas, elas serão de total responsabilidade da empresa contratada, além da questão da mobilização de material e pessoal.
A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Prefeitura de Corumbá para saber como foi feito o cálculo para chegar no montante de R$ 424,5 mil e qual o motivo da terceirização do serviço. Porém, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.
Para justificar a necessidade de instalação do serviço, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirma que a internet é uma das principais aliadas da comunicação, sendo possível melhorar a eficiência nos estudos e oferecer inovação nas práticas educativas, como a realização de atividades e pesquisas com maior facilidade, o que era considerado impossível há pouco tempo “devido ao alto custo na contratação deste tipo de serviço”.
Porém, a pasta salienta que esse recurso deve ser utilizado de forma objetiva, direcionada e adequada pelos profissionais e alunos para que todo o potencial seja alcançado. Além disso, a internet nas escolas “servirá também como uma forma de comunicação dos profissionais de educação destas unidades escolares que estão localizadas nessas regiões de difícil acesso, oferecendo uma segurança para quem trabalha nessa região”.
A ideia do executivo é que o serviço também consiga contribuir com eventos pedagógicos externos realizados pela Semed
O recebimento de propostas abriu às 9h desta segunda-feira e segue até às 9h29 do dia 04 de agosto. A partir das 9h30 da mesma data, será realizada a sessão pública com as empresas interessadas. Vencerá aquela que oferecer o menor preço e seguir os requisitos presentes no edital.


