Cidades

Golpe

Criminosos usam nome de Camila Jara para aplicar golpe em funcionária, que perde R$ 4,1 mil

A mulher trabalhava na Apae há 16 anos e disse que usou dinheiro próprio para pagar as despesas impostas pelos criminosos

Continue lendo...

Uma funcionária da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da cidade de Corumbá, a 426 quilômetros de Campo Grande, caiu em um golpe e perdeu R$4.130 na última sexta-feira (18).

O criminoso usou o nome da deputada federal Camila Jara (PT) visando atingir a instituição, porém, a vítima foi a funcionária, que trabalha na Apae há 16 anos. 

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Ladário, cidade vizinha, como crime de estelionato.

Segundo o boletim de ocorrência, um homem, se passando por assessor da deputada, entrou em contato com a instituição alegando existir uma suposta doação de peixes, kits de alimentação e materiais de irrigação feita por empresas parceiras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Ele teria orientado a funcionária a entrar em contato com um suposto servidor da Conab para dar continuidade ao processo, enviando documentos institucionais como a ata da diretoria, CNPJ, comprovante de residência, estatuto da entidade e CNH do presidente. Os documentos foram enviados pela mulher por WhatsApp e por e-mail. 

Em seguida, os golpistas alegaram que o termo de doação havia sido concluído e informaram um endereço onde os produtos poderiam ser retirados.

Porém, iniciaram as cobranças: deveria ser desembolsado R$1.650 pelo frete, R$620 pelos isopores para armazenamento e R$480 pela mão de obra dos carregadores. 

A funcionária explicou ao Diário Corumbaense que realizou os pagamentos através da sua conta pessoal, com a promessa de que a carga sairia de Campo Grande rumo a Corumbá ainda no sábado. No entanto, o caminhão nunca chegou. 

Os golpistas solicitaram mais uma transferência  no valor de R$1.380 para consertar o caminhão que teria quebrado, por isso não havia chegado ao destino. A mulher teria feito o pagamento acreditando que seria ressarcida. 

“Na Apae, é comum termos que arcar com o transporte de doações. Já recebemos várias assim, por isso não desconfiei. Foi no final da tarde de sexta-feira que fiz as primeiras transferências”, afirmou. 

No domingo, o contato parou. Foi aí que a funcionária percebeu que havia caído em um golpe. 

“Em 16 anos de trabalho na Apae, nunca passei por algo assim. Como sempre lidamos com doações, jamais imaginei que alguém pudesse se aproveitar dessa situação. Fiquei muito chateada porque achei que estava fazendo o correto”, disse. 

Segundo o diretor-administrativo da Apae de Corumbá, o prejuízo poderia ter sido bem maior, já que o sistema bancário da instituição conseguiu bloquear uma tentativa de movimentação suspeita. 

“A tentativa foi contra a instituição, mas quem acabou sendo lesada foi a funcionária. Já informamos a assessoria da deputada Camila Jara sobre o ocorrido”, alegou. 

Em nota, a equipe de comunicação de Jara disse que está apurando a situação e reforçou que não solicita nenhum tipo de doação, pagamento ou transferência. 

Confira a nota na íntegra: 

Foi registrado um boletim de ocorrência após uma liderança comunitária receber uma mensagem de um golpista que se passava por assessor parlamentar, oferecendo supostas doações de empresas em troca de um depósito antecipado.

No golpe, a pessoa se apresenta como “assessor da deputada Camila Jara” e promete liberar recursos para a entidade, condicionando a liberação ao pagamento de um valor antecipado. Trata-se de um crime grave, que configura falsidade ideológica e tentativa de extorsão.

O mandato da deputada Camila Jara não solicita nenhum tipo de pagamento, doação ou transferência para liberação de recursos públicos.

Toda comunicação oficial é feita de forma transparente, pelos canais institucionais, e jamais envolve qualquer cobrança.

As autoridades já foram acionadas e o gabinete está colaborando com as investigações para identificar e punir os responsáveis.

Denuncie

Para denunciar um crime de estelionato em Mato Grosso do Sul, você pode utilizar a Delegacia Virtual (DEVIR) do site da Polícia Civil de MS ou registrar a ocorrência em qualquer delegacia física, ou ligar para o Disque-Denúncia 181 para denúncias anônimas. 

É recomendado reunir o máximo de informações e provas sobre o crime para auxiliar na investigação. 

*Com informações do Correio Corumbaense
 

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

Continue Lendo...

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

Assine o Correio do Estado

TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

Continue Lendo...

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).