Cidades

EDUCAÇÃO

Crise econômica e evasão do Ensino Médio reduzem inscrições no Enem

Exame deste ano registra uma queda de 21% no número de candidatos em MS

LUANA RODRIGUES E BRUNA AQUINO

01/11/2018 - 07h00
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O número de inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caiu 21% em Mato Grosso do Sul, na comparação com o ano passado. Enquanto em 2017 foram 92.299 inscritos, este ano, a quantidade de candidatos é de 72.393, um total de 19.908 inscrições a menos. Para especialistas na área, a situação econômica do País nos últimos anos e um Ensino Médio precário são as principais causas para o desinteresse de possíveis candidatos.

“Caiu muito o número de matriculados no Ensino Médio. Dos egressos do Ensino Fundamental, só um terço está matriculado no Ensino Médio. Outro grave problema são essas escolas de tempo integral, pois muitos alunos não têm disponibilidade para estudar nelas, já que muitos trabalham. O que aconteceu é que, com a situação socieconômica do País em apuros, muitos estudantes pararam de estudar para trabalhar, por isso, o Enem não interessa mais a eles”, explica o doutor em Educação Antônio Osório.

Ter de trabalhar, estar à procura de emprego ou ter conseguido uma vaga para começar a trabalhar em breve foram as principais justificativas para a interrupção dos estudos apontadas por 39,6% dos jovens, na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda segundo o levantamento, dos 48,5 milhões de jovens brasileiros, entre 15 e 29 anos de idade, mais da metade, 25,2 milhões, não havia concluído o Ensino Superior nem frequentava escola, curso, universidade ou qualquer outra instituição regular de ensino em 2017. São mais de 330 mil pessoas, em comparação com 2016. 

“Os jovens precisam de emprego para ajudar as famílias e também estão desmotivados a concluir os estudos. Outro problema é que o Ensino Médio não tem uma identidade, uma função. Por isso, a tendência é cada vez menos estudantes se inscrevam no Enem”, considera o especialista.

Para Angela Costa, que também é doutora na área, tanto o ensino médio quanto o Enem precisam ser reformulados. “Estão colocando as pessoas dentro da universidade de qualquer maneira. Eu tive alunos no curso de Pedagogia que não sabiam nem o que estavam fazendo ali. O Ensino Médio está sendo reformulado há anos, mas continua de péssima qualidade. Eles [estudantes] vão fazer o Enem sem saber de nada e acabam caindo num curso com que não se identificam, pois não alcançam nota suficiente”, revela.
Atualmente, o Enem seleciona estudantes para cursos superiores de inúmeras universidades do País.

Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o Ensino Médio.
Em coletiva de imprensa realizada em maio, o ministro da Educação, Rossieli Soares, afirmou que a redução no número de inscritos representa “o sucesso das mudanças adotadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para promover a inscrição consciente e evitar o desperdício da verba pública”.

Segundo o ministro, entre 2013 e 2017, os ausentes no Enem causaram um prejuízo de quase R$ 1 bilhão, de acordo com dados do Inep. Dentro deste quadro, a maior parte dos faltosos é composta por participantes contemplados com a isenção da taxa.

ESTRUTURA

O Enem 2018 será estruturado com base na matriz de referência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. O exame será constituído de redação em Língua Portuguesa e de quatro provas objetivas, que terão 45 questões de múltipla escolha, cada.

As provas objetivas e a redação avaliarão as seguintes áreas de conhecimento do Ensino Médio e os respectivos componentes curriculares:  linguagens, códigos e suas tecnologias, língua portuguesa, literatura, língua estrangeira (inglês ou espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação, ciências humanas e suas tecnologias, história, geografia, filosofia e sociologia, além de ciências da natureza e suas tecnologias, química, física, biologia e matemática.


 

Cidades

Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024

05/12/2025 19h00

Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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Em crise, os Correios decidiram não renovar este ano um benefício de vale-natal de R$ 2,5 mil aos seus funcionários, valor que foi pago em 2024, após Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A empresa comunicou seus funcionários sobre o não pagamento na noite de quarta-feira. Ao mesmo tempo, a estatal espera a avaliação da equipe econômica sobre os próximos passos nas negociações com os bancos.

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024. Ele vem sendo renovado, enquanto a atual direção negocia novos termos, mas o benefício de Natal foi cancelado em função da crise e da necessidade de cortes de custos. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Em paralelo, a empresa aguarda avaliação do Tesouro Nacional sobre o plano de recuperação, para poder voltar a negociar com os bancos um empréstimo na casa dos R$ 20 bilhões. A expectativa era de que isso fosse concluído ainda esta semana, mas o desfecho dessa análise deve ficar para a semana que vem.

Na terça-feira, o Tesouro informou à estatal que não dará aval a um empréstimo de R$ 20 bilhões caso as taxas de juros estejam acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A proposta dos bancos, segundo apurou o Estadão, foi de 136% do CDI. Ou seja: com essa taxa, a proposta foi recusada, dando início a uma nova rodada de negociação.

A equipe econômica estuda uma forma de dar um fôlego de curto prazo para a companhia, para que ela não negocie com os bancos sob forte pressão. Mas o desenho dessa ajuda ainda não foi definido.

Nesta quinta-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se isso ocorrer com aportes do Tesouro, será dentro das regras fiscais.

Rombo bilionário

Os Correios correm para conseguir a liberação do empréstimo para lidar com uma crise financeira sem precedentes. De janeiro a setembro deste ano, a empresa teve prejuízo de R$ 6,05 bilhões, em uma combinação de queda de receitas com aumento de despesas.

Com o empréstimo, a empresa pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, além de financiar um programa de desligamento voluntário (PDV) e fazer investimentos para tentar recuperar espaço no mercado de encomendas e elaborar novas fontes de receitas.

A estatal também precisa regularizar pendências com fornecedores Isso é visto como crucial pela atual gestão para que a empresa recupere a performance no setor de entregas, a confiança de clientes e tenha aumento de receitas.

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Prefeita sanciona lei que dificulta emissão de atestado médico em Campo Grande

Lei pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestado

05/12/2025 18h45

Foto: Reprodução

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A prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou a o Projeto de Lei que endurece e dificulta o acesso a atestado médico aos pacientes da rede municipal de Saúde em Campo Grande.

O texto foi aprovado em regime de urgência e única discussão instituindo o Programa Atestado Responsável, com a finalidade de endurecer a emissão de atestados, proposta  dos vereadores Rafael Tavares e André Salineiro.

Segundo o texto aprovado, a emissão de atestados deverá ocorrer de forma criteriosa e ética, sendo prerrogativa exclusiva do médico, que decidirá sobre a necessidade e o período de afastamento do paciente.

Quando não houver justificativa médica para afastamento, poderá ser emitida apenas uma declaração de comparecimento, comprovando a presença do paciente na unidade de saúde. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica sobre a apresentação deste documento para abonar  a falta no trabalho, ou seja, a empresa não tem a obrigação de pagar o salário do dia.

Conforme a lei, o programa “Atestado Responsável” tem objetivo de promover a emissão de atestados médicos de forma responsável e ética, priorizando as reais necessidades clínicas dos pacientes, contribuir para a redução da sobrecarga de atendimentos nas UPA’s e Postos de Saúde, direcionando os recursos para os casos de maior urgência e gravidade. 

Além disso, pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestados para fins de justificação de ausências sem real necessidade de afastamento laboral, fortalecer a autonomia, a segurança e a responsabilidade do profissional médico na tomada de decisão clínica sobre a necessidade de afastamento do trabalho.

Conforme o texto, o intuito do programa é implementar medidas de controle, registro e transparência na emissão de atestados médicos incluindo o monitoramento da quantidade de documentos emitidos, identificação de padrões de uso e eventuais fraudes, de modo a permitir a avaliação contínua da política pública e seus ajustes futuros.

O que diz as regras da CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica a declaração de comparecimento, exceto em situações específicas, prevista no Artigo 473, em que o trabalhador pode se ausentar sem prejuízo do salário para acompanhar a esposa ou companheira durante a gravidez até dois dias para consultas médicas e exames, ou para acompanhar um filho de até 6 anos em consulta médica, uma vez por ano.

Para outros tipos de consultas e exames, o abono de faltas não é previsto na lei e a aceitação do documento depende da política interna da empresa ou de acordos coletivos.

 

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