Cidades

EDUCAÇÃO

Cufa e Fundação Dom Cabral criam primeira escola de negócios da favela do país

A primeira edição do projeto foi realizada em formato híbrido, com aulas virtuais e presenciais

Continue lendo...

Dez empreendedores negros, vindos de periferias de todo o Brasil, formaram a turma-piloto da primeira Escola de Negócios da Favela do país. O projeto é uma parceria entre a Cufa (Central Única das Favelas), a Fundação Dom Cabral e a Favela Fundos.

A primeira edição do projeto foi realizada em formato híbrido, com aulas virtuais e presenciais. A formação presencial aconteceu em um campus da Dom Cabral, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os participantes foram escolhidos durante a ExpoFavela, feira de negócios realizada pela Cufa. No mês de outubro terá início uma nova turma em formato online. Desta vez participarão 300 empreendedores de favelas espalhadas pelo Brasil.

Segundo Ana Carolina de Almeida, diretora de empreendedorismo da fundação, o projeto tem objetivo de promover o desenvolvimento da sociedade por meio da educação. Para ela, as escolas de negócio têm que ajudar a enfrentar os desafios que o país enfrenta.

"O projeto começou após a Cufa nos provocar sobre a necessidade de os empreendedores da favela terem acesso a uma educação de qualidade, com linguagem e formato próprio, que gerasse valor para a comunidade, para os próprios empreendedores e para os pequenos negócios", diz Almeida.

Celso Athayde, fundador da Cufa, diz enxergar o empreendedorismo como uma forma de combate à pobreza, visto que possibilita geração de renda e criação de empregos nas favelas e periferias.

Para ele, é importante que o conhecimento especializado chegue aos empreendedores da favela. Athayde diz que a linguagem do mundo dos negócios ainda é uma barreira para muitos empreendedores das periferias.

Outro ponto de atenção são as dificuldades para formalização dos negócios.

"O impacto que a gente espera causar é um impacto comunitário, ter empreendedores qualificados e com uma linguagem de empreendedor. Vai impactar a vida dessas pessoas, elas vão empreender e vão empregar. Vai ser um impacto muito significativo na medida em que conseguirmos dar escala para isso", diz ele.

Os participantes receberam formação em áreas como autoconhecimento, gestão de negócios, finanças básicas, inovação, marketing digital, gestão de pessoas, vendas e plano de negócios. Todos eles também recebem uma mentoria individualizada.

A empreendedora Silvana Santos, 27, criou a marca de lingeries La Piel Negra, em Salvador. O negócio surgiu durante a pandemia e tem o objetivo de desenvolver roupas íntimas que atendam a todos os tipos de corpo, sem limitação de tamanho.

"Eu comprei alguns retalhos de tecido e comecei a confeccionar algumas roupas, que ficaram todas tortas no começo, porque eu nunca tinha costurado na vida. Quando eu fiz a minha primeira peça íntima, eu mostrei para uma amiga e ela de imediato comprou. A partir daquele momento eu nunca mais parei de vender", diz Silvana.

Segundo ela, a formação na escola de negócios foi importante para entender mais sobre a gestão de uma empresa. "A gente ter acessado aquele espaço da Fundação Dom Cabral foi de extrema importância para mim. A bagagem que eu trouxe de Minas Gerais para Salvador foi enorme", conta ela.

Saiba mais  

Outro participante do curso foi Alan Almeida, 30, de São Paulo. Ele é um dos três fundadores da Parças Developers School, que forma pessoas egressas do sistema prisional para atuarem como desenvolvedores no mercado de tecnologia da informação.

"O nosso propósito é que essa pessoa que é vista como alguém que pode ofertar um risco, passe a ser vista como alguém que agregue valor para o lugar onde ela está, e para as relações que ela desenvolve", afirma Almeida.

Alan e seus sócios não tinham experiência com empreendedorismo. Para ele, a formação foi importante por oferecer ferramentas práticas para otimizar o negócio. Segundo ele, durante o curso, eles conseguiram perceber erros que faziam na gestão e já conseguiram colocar as orientações em prática.

Em Curitiba (PR), a empreendedora Ariane Santos, 43, criou a Badu Design, que capacita mulheres para a confecção de produtos de design a partir de resíduos industriais. O objetivo da empresa é gerar emprego e renda para as mulheres e reduzir os resíduos que vão para o lixo.

Para ela, a formação proporcionou uma visão mais estratégica do negócio, possibilitando um melhor planejamento com a ajuda da mentoria.

"A escola de negócios veio para a gente em um momento muito importante, eu acho que é de consolidação da empresa. Além disso, ampliou os nossos horizontes e oportunidades, trazendo temas que estão em alta no mercado", afirma ela.

O empreendedor Victor Garcez, 25, de São Paulo, é responsável pela Vision03, uma empresa que desenvolve jogos com temáticas de diversidade e inclusão. Segundo ele, a escola de negócios foi fundamental para reforçar as práticas que ele já conhecia e apresentar novas ferramentas.

Além disso, para Garcez, a parceria criada entre os dez empreendedores participantes foi o ponto alto da formação.

"Eles conseguiram reunir dez grandes projetos inovadores de cunho periférico. Meu principal aprendizado é a fortaleza e a alimentação dessa base de relações. Eu me sinto mais seguro em ver outros projetos que já passaram por situações que eu estou passando. Então, eu aprendo muito com eles e consequentemente eu ensino também", afirma ele.

De acordo com os organizadores, os objetivos para o futuro envolvem a busca de investidores para expansão do projeto. Além disso, também estão em planejamento o crescimento da formação virtual e a criação de mais cursos presenciais em diferentes favelas.

 

CIDADES

Segunda parcela do 13º salário deve ser paga até a próxima sexta-feira

Salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia, segundo o Dieese

14/12/2025 23h00

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Continue Lendo...

A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada a 95,3 milhões de brasileiros até a próxima sexta-feira (19). A primeira foi paga até 28 de novembro, conforme a legislação.

Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia neste ano, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada deverá receber R$ 3.512, somadas as duas parcelas.

Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Como nos últimos anos, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio e a segunda, entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito

Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Com isso, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.

Trabalhadores em licença-maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Cálculo proporcional

O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa.

Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. A cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a um doze avos (1/12) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.

A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontado do décimo terceiro se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.

Tributação

O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o décimo terceiro, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.

A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

BRASIL

Segunda parcela do décimo terceiro deve ser paga até sexta-feira

Valor extra vai beneficiar 95,3 milhões de trabalhadores e injetar R$ 369,4 bilhões na economia

14/12/2025 19h00

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro Divulgação/ Agência Brasil

Continue Lendo...

A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada até a próxima sexta-feira (19) para cerca de 95,3 milhões de brasileiros. O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro.

Considerado um dos principais direitos trabalhistas do país, o décimo terceiro salário deve injetar aproximadamente R$ 369,4 bilhões na economia brasileira em 2025, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada receberá R$ 3.512, considerando a soma das duas parcelas.

O calendário de pagamento vale apenas para trabalhadores na ativa. Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram o décimo terceiro antecipado, como ocorreu nos últimos anos. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio, enquanto a segunda foi liberada entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito ao décimo terceiro

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, que instituiu a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro salário os trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas que tenham trabalhado por pelo menos 15 dias no ano. Nesses casos, o mês em que o empregado trabalhar 15 dias ou mais é considerado como mês completo para efeito de cálculo.

Também recebem o benefício trabalhadores em licença-maternidade e aqueles afastados por doença ou acidente. Já em casos de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser pago de forma proporcional ao período trabalhado, junto com as verbas rescisórias. O direito é perdido apenas quando a demissão ocorre por justa causa.

Como é feito o cálculo

O pagamento integral do décimo terceiro é garantido a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Para quem atuou por menos tempo, o valor é calculado de forma proporcional: a cada mês com ao menos 15 dias trabalhados, o empregado tem direito a 1/12 do salário de dezembro.

A regra, porém, também prevê descontos. Caso o trabalhador tenha faltado mais de 15 dias no mês sem justificativa, aquele período não entra no cálculo do décimo terceiro.

Atenção à tributação

Os descontos de Imposto de Renda e contribuição ao INSS incidem apenas sobre a segunda parcela do décimo terceiro. A primeira metade do benefício é paga integralmente, sem descontos. Já o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é obrigação do empregador.

As informações sobre a tributação do décimo terceiro salário devem constar em campo específico na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

**Com Agência Brasil**

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).