Cidades

Brota um futuro sustentável

De muda em muda: Viveiro da Águas Guariroba preserva nascentes e recupera áreas degradadas

São mais de 50 mil mudas produzidas anualmente, que levam o verde e ajudam a preservar mais de 68 municípios de Mato Grosso do Sul

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Reflorestar, reconstruir e replantar são ações necessárias para garantir o verde solo sul-mato-grossense e as cristalinas águas de nossas nascentes. O equilíbrio entre o homem e a natureza depende da sustentabilidade ambiental e social, que interligados garantem o futuro das novas gerações.

Esse é o legado do Viveiro Isaac de Oliveira, uma iniciativa da Águas Guariroba desenvolvida em parceria com a Aegea e a Ambiental MS Pantanal. Ao longo dos últimos 13 anos, mais de 650 mil mudas já foram cultivadas e doadas para a recuperação de áreas urbanas e rurais e ainda, para a preservação do entorno de nascentes. 

“As árvores estão totalmente ligadas à quantidade e a qualidade da água que nós temos no meio ambiente, por isso é muito importante preservarmos as matas ciliares dos rios, porque assim vamos ter água de qualidade em abundância. Por isso, esse viveiro é tão importante para o saneamento, para a Águas Guariroba e principalmente para a população de Campo Grande”, explica o gerente de Meio Ambiente e Qualidade da concessionária, Fernando Garayo.

Com essa consciência ambiental e social, a Águas Guariroba promove desde 2010 o reflorestamento de nascentes e matas ciliares dos córregos Guariroba e Lageado, através do replantio de mudas típicas do nosso bioma, o cerrado.

Com o passar dos anos, a missão do Viveiro foi ampliada, e hoje, a doação dessas mudas extrapola os limites de Campo Grande, e alcança todo o Estado de Mato Grosso do Sul, através de parceria com o Rotary Club e a empresa Ambiental MS Pantanal, responsável pelos serviços de coleta, afastamento e tratamento de esgoto em 68 municípios do interior do Estado.

A reportagem visitou o viveiro, que tem a capacidade de produzir 50 mil mudas por ano, de 28 espécies nativas do cerrado.

Motivação é a recuperação de áreas degradadas em mananciais. Foto: Gerson Oliveira

"A maior parte do bioma em nosso Estado, cerca de 90%, é de cerrado. Por isso, nossas mudas são de espécies nativas daqui, podendo ser plantadas tanto em áreas urbanas, quanto rurais. A gente trabalha com bastante frutíferas, como Nêspera, Pitanga e Baru", destaca Kamila Fernandes, engenheira sanitarista e ambiental da Águas Guariroba.

O local já se prepara para expandir, e a expectativa é de que a capacidade seja dobrada em 2024, com a produção de 100 mil mudas por ano. Parte dessa produção é destinada para plantio nas unidades operacionais e ações socioambientais da Águas Guariroba e da Ambiental MS Pantanal, enquanto outra parte é doada para instituições, empresas e órgãos públicos de todo o Estado.

A iniciativa tem parceria, inclusive, com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, com a Prefeitura de Campo Grande e com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No Parque dos Poderes, que possui um cinturão verde, as plantações realizadas servem como casa de diversas espécies da fauna regional.

“O reflorestamento garante a preservação e o retorno da água nos mananciais e nas nascentes. Realizamos o plantio em torno de nascentes, como na Área de Proteção Ambiental (APA) do Guariroba e do Lajeado. Em parceria com os produtores rurais, fazemos a doação de mudas para o replantio em áreas degradadas para manter o fluxo da água nessas regiões”, enfatiza a engenheira ambiental.

De muda em muda, a semeadura do Viveiro Isaac de Oliveira está por toda parte: nos córregos Segredo, Prosa, Bandeira e Lageado, nas escolas públicas, hospitais, em propriedades rurais e nas nascentes sul-mato-grossenses com essa missão de transformar o meio ambiente.

Sustentabilidade social

Três jardineiros cuidam da semeadura e tornam possível o crescimento e desenvolvimento das mudas. O trabalho é feito por custodiados do sistema penitenciário, que encontram no plantio oportunidade de reinserção na sociedade e aprendizagem.

E.G.C, que atua no viveiro há quatro meses, trabalhava como jardineiro, e agora vê no plantio uma oportunidade de aprender ainda mais sobre as plantas e os processos de recuperação da fauna.

“Você ir lá e podar é uma coisa, mas agora você fazer ela nascer, ver o tanto de tempo que ela demora para germinar e crescer, é outra coisa, né? É mais legal”, comenta.

"Eu me sinto bem, fazendo um trabalho que me dá orgulho de fazer". Foto: Gerson Oliveira

Para ele, o trabalho é essencial para o ecossistema, já que é um movimento no sentido contrário ao desmatamento.

“O homem faz isso, né? Desmatamento, poluição… Acaba com tudo. O plantio é ‘uma boa’ para o meio ambiente, traz as veias d'água pro solo, é uma boa para o ser humano”, pontua.

Além de ser importante para todo o Estado, o trabalho também traz um sentimento de realização pessoal.

“Me sinto bem. É um trabalho que dá orgulho de fazer. Saber que a semente vai nascer, você vai ver ela crescer e seus netos vão ver ela quando ela estiver lá grandona… É bem legal”, conclui.

Do berçário ao solo

"Da semente sai futuro
Nem que seja temporão"
Almir Sater

O processo da semente à árvore não é tão rápido: a planta leva de cinco a 10 anos para crescer e se desenvolver completamente. Os processos iniciais - e essenciais para o bom desenvolvimento da muda - acontecem no viveiro.

“Fazer um reflorestamento demora muito tempo. Vai desde o começo do cultivo da mudinha", explica a engenheira sanitária ambiental.

Primeiro, as sementes são preparadas, de acordo com a necessidade de cada espécie. Quando estão prontas são levadas ao "berçário" e colocadas no substrato - um composto de terra e adubo.

“Tem semente que você tem que colocar na água, para ela soltar a casca e ir pra terra, e tem umas que já vão direto", acrescenta E.G.C.

 Após alcançarem um tamanho adequado, são retiradas do solo e colocadas em saquinhos com terra e adubo, para crescerem ainda mais e se fortalecerem.

Cada espécie tem seu tempo de germinação. Foto: Gerson OliveiraCada espécie tem seu tempo de germinação. Foto: Gerson Oliveira

"Elas se desenvolvem individualmente, cada espécie tem seu próprio tempo. Quando são levadas ao campo para reflorestamento, demora em média de cinco a 10 anos para que comecem a florescer”, relata a engenheira.

 

Ao atingir os 30 centímetros, as mudas estão, enfim, prontas para a doação. Todo esse processo é importante para que, quando realizado o plantio no local de reflorestamento, a muda tenha mais condições de se adaptar ao ambiente, às condições climáticas variadas e sobreviver.

Preparadas para o clima

 

Mesmo diante do impacto das altas temperaturas que têm atingido Campo Grande e todo o Estado neste ano, com recordes sendo batidos semana após semana, a engenheira ambientalista garante que as mudas não "sofrem" com o clima, já que as espécies do Cerrado já são prontas para enfrentar as altas temperaturas.

São espécies nativas do cerrado, já são naturalmente criadas para aguentar fortes temperaturas e se desenvolverem. Foto: Gerson Oliveira

Como no viveiro as mudas são irrigadas duas vezes ao dia, a recomendação é de que o plantio seja feito em períodos de chuva e que os responsáveis irriguem as plantas nos primeiros dias, para que elas se adaptem mais rápido.

"Aqui no viveiro a muda é acostumada a ser irrigada, aí se ela pega um período de estiagem ela sofre bastante. Então indicamos o plantio agora em novembro, dezembro, janeiro, até março”, explica Fernandes.

Ipês

Os Ipês são menores e mais propícios à urbanização. Não prejudicam a tubulação e nem a fiação de energia. Foto: Marcelo Victor

Além das árvores frutíferas, o viveiro também possui grande quantidade de sementes e mudas de Ipê, árvore característica do Cerrado e um dos símbolos do Mato Grosso do Sul.

Além dos Ipês mais comuns, como o amarelo e o roxo, que colorem as paisagens durante a primavera, o viveiro também produz o Ipê verde, árvore rara de ser encontrada em Campo Grande.

Monitoramento

Para evitar que mudas sejam perdidas, é necessário que os responsáveis pelo local do plantio realizem monitoramento, e relatem o desenvolvimento e adaptação das espécies ao viveiro.

"Às vezes a gente pede relatório fotográfico de acompanhamento, para saber também se quem recebeu a doação está cuidando. O reflorestamento ajuda na transparência da água, porque as árvores impedem que o carregamento de sedimentos pro interior dos córregos. Isso mantém a qualidade e a quantidade de água. Fazendo isso estamos garantindo água de qualidade para as futuras gerações”, enfatiza a engenheira ambiental, Kamila Fernandes.

Semeadura é o que fica de quem parte

Artista plástico, Isaac de Oliveira era apaixonado por Ipês. Arquivo Pessoal

Apesar de ter sido criado em 2010, o Viveiro da Águas Guariroba foi reinaugurado em 2022 recebendo o nome “Viveiro Isaac de Oliveira”, em homenagem ao artista regional, falecido em 2019, que eternizou em suas obras as cores da fauna e flora sul-mato-grossenses.

Nas palavras do artista, “O florescer dos Ipês é uma explosão de cores em meio a estação com menos cores”, dizia Isaac de Oliveira - In memorian.

Para a esposa do artista, Selma M. Rodrigues, carinhosamente conhecida por Secéu, o ciclo da natureza e da vida nunca se encerram.

“Isaac sempre foi super interessado na flora e fauna sul-mato-grossense. Ele dizia que a luz do MS era diferente e encantadora. Acredito que ele está feliz, pois sempre gostou de cuidar do jardim de casa e de todas as plantas em geral”, relembra Secéu.

Semeadura é o que fica de quem parte. Confira o vídeo da reinauguração do Viveiro em homenagem ao artista: 

 

 

 

Estragos

Ventania deixou o interior e 40 bairros sem energia na Capital; saiba o que fazer

Conforme a concessionária de energia, os bairros estão parcialmente sem luz, e várias equipes trabalham desde ontem (20) para restabelecer o serviço, tanto em Campo Grande quanto no interior do Estado

21/09/2024 14h30

Divulgação Energisa

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Com ventos que ultrapassaram 60 km/h, vários municípios de Mato Grosso do Sul registraram estragos e, consequentemente, falta de luz em decorrência da queda de árvores. Em Campo Grande, 40 bairros estão parcialmente sem energia elétrica.

A Energisa informou que, desde a sexta-feira (20), iniciou o plano de contingência para agilizar os reparos causados pela chuva que trouxe alívio, mas gerou dor de cabeça  ao consumidor. A concessionária também relatou queda de postes e até rompimento de cabos.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), houve registro de ventos de mais de 82 km/h.

No total, foram contabilizadas 655.438 descargas atmosféricas.

Municípios com maior índice de ventos:

  • Dourados: 51,1 km/h;
  • Camapuã: 51,1 km/h;
  • Nova Andradina: 58,3 km/h;
  • Três Lagoas: 62 km/h.
Crédito: Nova News

Em Nova Andradina, um galpão teve a cobertura de alumínio arrancada, e a estrutura caiu em cima de uma residência, assim como quedas de árvores na região central.

Enquanto isso, em Dourados e Anaurilândia, moradores registraram a queda de granizo. Em decorrência dos ventos fortes, vários municípios estão sofrendo com a queda de energia.

Entre os municípios que foram afetados pela queda de energia estão:

  • Campo Grande;
  • Jaraguari;
  • Bandeirantes;
  • Camapuã;
  • Sidrolândia;
  • Terenos;
  • Nova Andradina;
  • Bataguassu;
  • Ivinhema;
  • Dourados;
  • Caarapó;
  • Laguna Caarapã;
  • Jardim;
  • Bonito;
  • Nioaque;
  • Bela Vista;
  • Ponta Porã;
  • Antônio João;
  • Aquidauana;
  • Maracaju;
  • Rio Brilhante;
  • Itaquiraí;
  • Iguatemi.

Enquanto isso, em Campo Grande, os bairros parcialmente afetados são:

  • Jardim Centro Oeste;
  • Vila Nasser;
  • Parque do Lageado;
  • Santo Amaro;
  • Mata do Segredo;
  • Jardim dos Estados;
  • Moreninhas;
  • Parque dos Novos Estados;
  • Vila Popular;
  • Tiradentes;
  • Universitário;
  • Jardim Centenário;
  • Guanandi;
  • Conjunto Aero Rancho;
  • Jardim São Conrado;
  • Vila Carvalho;
  • Vila Bandeirantes;
  • Coronel Antonino;
  • Jardim Tijuca;
  • Parque Residencial Rita Vieira;
  • Pioneiros;
  • Maria Aparecida Pedrossian;
  • Carandá Bosque;
  • Jardim Tarumã;
  • Santa Fé;
  • Jardim Batistão;
  • Vila Taquarussu;
  • Jardim Seminário;
  • Parque Residencial União;
  • Vila Planalto;
  • Cabreúva;
  • Vila Sobrinho;
  • Amambai;
  • Cruzeiro;
  • Vila Taveirópolis;
  • Jardim Los Angeles;
  • Jardim São Lourenço;
  • Chácara dos Poderes;
  • São Francisco;
  • Jardim Jockey Club;
  • Vilas Boas;
  • Portal Caiobá;
  • Jardim Veraneio;
  • Chácara Cachoeira.

Saiba o que fazer

Em caso de queda de fio de energia, a orientação da concessionária é que a população mantenha distância e não mexa em poda de árvores enquanto a rede não for desligada.

Outros canais de contato foram disponibilizados para que a população busque auxílio, como o canal de WhatsApp: Gisa: (67) 99980-0698 Aplicativo Energisa On (disponível no Google Play ou App Store do celular).

“A Energisa segue atendendo como prioridade hospitais, unidades de saúde e situações que coloquem a segurança da comunidade em risco, como presídios. Além disso, é priorizado o atendimento ao cliente sobrevida, ou seja, a pessoa que necessita de algum equipamento vital para sobrevivência. Cabe destacar que todo o trabalho é realizado dentro dos protocolos de segurança.”

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Decisão

STF tem maioria para rejeitar revisão da vida toda do INSS

Decisão mantém entendimento da Corte sobre aposentadorias

21/09/2024 12h30

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) Divulgação/ Agência Brasil

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A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (20) dois recursos contra a decisão da própria Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é julgado pelo plenário virtual.

O placar da votação é de 7 votos a 1 pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

Além do relator, ministro Nunes Marques, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram para negar os recursos.

O único voto favorável aos aposentados foi proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu que o STF já decidiu validar a revisão da vida toda. Faltam três votos. 

O julgamento virtual será finalizado na sexta-feira (27).

Entenda


Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi de 7 votos a 4.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.

Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.

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