Cidades

Habeas Corpus

Defesa apela para nova tentativa de soltura de estudante que matou corredora

Encaminhado à segunda instância, pedido de liberdade será analisado por um colegiado de juízes

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A defesa do estudante de medicina João Vitor Fonseca Vilela, entrou com novo pedido de liberdade para o jovem de 22 anos, que dirigia embriagado quando atropelou e matou a corredora Danielle Oliveira, no dia 15 de fevereiro deste ano, na MS-010.

Desta vez, o habeas corpus encaminhado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) deve ser julgado por um colegiado de três juízes, que decidem se o estudante goiano segue preso em Campo Grande. Cabe destacar que no último dia 11, o juiz Aluízio Pereira dos Santos negou um pedido de liberdade de João Fonseca Vilela.

De acordo com o advogado de defesa, José Roberto da Rosa, as fundamentações do pedido de soltura de João Vilela já foram protocoladas e serão distribuídas ao TJMS nesta semana.

“O argumento utilizado para mantê-lo preso não cabe. Todo acidente de trânsito tem clamor público, vamos manter o posicionamento de que ele não possui antecedentes criminais e pedir para que utilize uma tornozeleira, vá pra casa e aguarde o julgamento em liberdade”, destacou o advogado  

Conforme a denúncia, apesar dos esforços da defesa em pedir a revogação de prisão preventiva, o MP destacou que o crime abala a sensação de segurança indispensável ao cidadão comum, uma vez que, mesmo com o caso ainda sob investigação, as provas já existentes no auto de prisão em flagrante apontam para a prática de um crime onde João Vilela assumiu o risco, “especialmente ao se embriagar de forma voluntária, assumir o controle de um veículo automotor, ainda mais em uma rodovia.”, destacou o Ministério Público.

Cabe destacar que  a defesa do estudante também tentou revogar a prisão de João Vitor sob alegação de que ele preenchia os requisitos para a concessão do benefício e, alternativamente, pela liberdade provisória com a aplicação de medidas cautelares visto que o garoto não possuía antecedentes criminais, tinha residência fixa em Campo Grande, e possui vínculo com uma universidade goiana. Ele estava em Campo Grande há cerca de um mês, em virtude de seu período de residência médica junto à faculdade.

Na primeira chance de soltura, a defesa também tentou reverter o dolo em homicídio culposo, ou seja, aquele em que não há intenção de matar, não reconhecido pelo Ministério Público. Neste momento, a tentativa é fazer com que o atropelamento se enquadre em homicídio doloso simples, sem qualquer agravante. 

Em justificativa, o MP destacou que a intenção de matar, se caracterizou no momento em que o jovem assumiu o risco sobre o acidente, visto que o estudante dirigia o carro e estava embriagado, sem habilitação válida e em alta velocidade quando invadiu a pista contrária e colidiu contra Danielle e uma amiga. Ambas corriam junto de um grupo de 20 pessoas quando foram atingidas.

“As provas constantes nos autos indicam que o réu tinha plena ciência de seu estado de embriaguez e do risco que sua conduta representava para a segurança viária, o que justifica a submissão do caso ao Tribunal do Júri”, destaca a denúncia. 

O MP frisou que a manutenção da prisão é um importante recurso a ser mantido, visto que colocá-lo em liberdade “seria dar descrédito à Justiça, bem como incentivar a continuidade de delitos desta espécie", fato que foi contestado pelo advogado. 

“Ele é réu primário, não possui antecedentes criminais, mantê-lo preso nessas condições não é razoável, isso não é educar. Isso só faz com que as circunstâncias contribuam para que ele seja punido com severidade”, finalizou o advogado. 

O crime deixou de ser considerado culposo, quando não há intenção de matar, e passou a ser tipificado como doloso, quando o autor assume o risco de causar o acidente, já que investigações apontaram que João Fonseca Vilela dirigia sob o efeito de álcool e fazia "zigue-zague" tentando forçar uma ultrapassagem no momento do acidente.

O fato 

Preso em flagrante por volta das 06h, do dia 15 de fevereiro, João Vitor Vilela dirigia  um Fiat Pulse pela rodovia MS-010, nas proximidades do Parque do Peão de Campo Grande, quando atropelou Luciana Timóteo da Silva Ferraz, que sofreu escoriações e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, além de Danielle Correa de Oliveira, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Segundo o boletim de ocorrência, João Vilela se recusou a fazer o teste do bafômetro, e latas de cerveja foram encontradas no carro do jovem, que se manteve no local do fato. 

Julgamento

O garoto vai a júri popular. A primeira audiência de instrução foi marcada para o dia 24 de abril, enquanto a segunda audiência deve ser realizada no dia 13 de maio. Durante os procedimentos, além dos depoimentos das testemunhas de defesa e acusação, também será feito interrogatório do acusado.

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MATO GROSSO DO SUL

Deputado quer alterar acordo que transforma PMs em oficiais de justiça

Parceria entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e o Governo do Estado, firmada em fevereiro, diz que policiais civis e militares poderão realizar intimações, função inerente dos oficiais

20/03/2025 10h45

Deputado estadual Coronel David (PL-MS) critica prazo de cinco anos para policiais intimarem autores de violência doméstica

Deputado estadual Coronel David (PL-MS) critica prazo de cinco anos para policiais intimarem autores de violência doméstica Foto: Arquivo/Correio do Estado

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O deputado estadual Coronel David (PL-MS), ex-comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, se colocou contra o prazo do acordo firmado entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e o Governo do Estado, do qual implica que policiais civis e militares possam fazer intimações de crimes de violência doméstica, função que era exclusiva dos oficiais de justiça.

Segundo o deputado, o prazo de cinco anos é inaceitável e defende que o Poder Judiciário consiga realizar um concurso público antes deste prazo para contratar mais oficiais de justiça. Ainda afirma que, caso o prazo permaneça em cinco anos, essa nova função será prejudicial para os policiais.

“Acredito que o Poder Judiciário vai ter condições, muito antes destes 5 anos, para promover ajustes e reduzir gastos para investir em concursos para oficiais de justiça e , assim, liberar as polícias para cumprirem seus papéis de prevenir e reprimir crimes e, sobretudo, proteger os cidadãos”, argumentou o Coronel David.

Além de intimar, os policiais poderão determinar afastamento do agressor do lar, além da execução de mandados de prisão de forma imediata.

Em indicação enviada ao presidente do TJMS, Desembargador Dorival Renato Pavan, o deputado solicita que "o valor pago aos Oficiais de Justiça pelo cumprimento das diligências/intimações seja pago aos policiais civis e militares quando estes cumprirem atos de intimação", como uma forma de compensar pela função prestada.

Também, Coronel David solicitou ao desembargador o requerimento de informações, como a quantidade de oficiais de justiça existentes no Estado e em Campo Grande, valor médio de remuneração e carga horária desses profissionais, além de quantos mandados cada oficial cumpriu por mês.

Nos próximos três meses, o grupo técnico, nomeado há um mês, vai analisar mais de 6 mil boletins de ocorrência relacionados a casos de violência contra mulheres.

O ACORDO

O Governo do Estado firmou, no último dia 17, acordos de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça (TJMS) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande para para que policiais civis e militares também intimem autores de violência doméstica, com o intuito de acelerar o cumprimento de medidas protetivas no Estado.

O acordo tem objetivo de reduzir a dependência de oficiais de justiça e garantir mais agilidade na proteção das vítimas.

Com duração de cinco anos, o convênio com o TJ prevê intimações, determinações de afastamento do agressor do lar, além da execução de  mandados de prisão de forma imediata por parte dos policiais.

"É um processo, e por isso estamos tratando de ações de curto, médio e longo prazo. E para casos extremos, temos que tomar medidas extremas. Não podemos nos acomodar com os absurdos da sociedade. Considero extremamente importante esses acordos, pois é um passo para entender se as medidas terão maior efetividade e se vão gerar resposta", frisa Riedel.

Ambas as forças policiais ficarão encarregadas da intimação e do cumprimento das protetivas, bem como da participação em capacitações para aprimoramento do atendimento às vítimas. Já para garantir a segurança de informações sensíveis, o acordo também cria normas que reforcem a proteção das vítimas e a confidencialidade dos processos.

Cabe destacar que as medidas de proteção à mulher se intensificaram a partir da morte da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada a facadas pelo noivo Caio Nascimento em fevereiro deste ano. 

Com medida protetiva em mãos, Vanessa foi esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Na noite que antecedeu o crime, Vanessa foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro e solicitar medida protetiva contra ele, documentação concedida pela Justiça horas antes dela ser morta pelo homem.

*Colaborou Alison Silva

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Previsão

Outono em MS vai ser mais quente e seco que o normal

Ondas de calor estão previstas para a estação, apesar de El Niño se manter neutro

20/03/2025 10h30

Outono deve ser mais quente e seco em MS

Outono deve ser mais quente e seco em MS Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O prognóstico do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) aponta que o outono de 2025 terá menor precipitação e maiores temperaturas do que a média histórica.

O outono iniciou hoje, 20 de março, às 06h02 (horário de Brasília) e termina em 20 de junho. 

É comum que durante a estação os dias fiquem mais curtos, as chuvas sejam menos frequentes e a umidade relativa do ar diminua gradativamente. Além disso, a formação de nevoeiros, geadas e friagem costuma ser frequente durante o outono.

No entanto, segundo análises baseadas em modelos climáticos, o trimestre de abril a junho deverá apresentar características mais secas e quentes que o normal para a estação.

Menos chuvas

As projeções indicam uma tendência de chuvas abaixo da média histórica, especialmente nas regiões oeste e sudeste do estado.

Enquanto a média histórica dos últimos 30 anos para o trimestre abril-maio-junho varia entre 150 a 300 mm na maior parte do estado, as previsões apontam para volumes inferiores, principalmente na metade oeste e sudeste de Mato Grosso do Sul.

Mais calor

Na média histórica dos últimos 30 anos, em grande parte do estado, as temperaturas médias variam entre 20°C e 24°C.

Nas regiões noroeste e nordeste as temperaturas variam entre 22°C e 26°C e nas regiões extremo sul e sudeste do estado entre 18°C e 20°C.

Para o outono de 2025 os modelos climáticos sugerem que as temperaturas devem permanecer acima da média para o período em todo o estado.

Isso significa que Mato Grosso do Sul pode enfrentar um trimestre mais quente que o normal, com possibilidade de formação de ondas de calor durante períodos de ausência de nuvens e chuvas.

El Niño

Apesar de a estação prometer ser mais quente e seca que o habitual e estarem previstas ondas de calor para Mato Grosso do Sul, o fenômeno El Niño deve se manter distante.

Conforme a previsão, há 77% de chance de o fenômeno se manter neutro na região. A probabilidade de que o El Niño ocorra é de apenas 1%. 

Em contrapartida, ha´22% de chance para o fenômeno La Niña.

Porém, é importante ressaltar que outros fatores climáticos também podem influenciar as condições meteorológicas do estado.

Alerta

O Cemtec alerta que esse padrão climático, com tendência de chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média histórica, pode ter impactos significativos em diversos setores, como agricultura e abastecimento de água.

A população deve estar preparada para enfrentar um outono mais seco e quente que o habitual, adotando medidas de economia de água e proteção contra o calor excessivo.

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