Cidades

LEVOU O PÓ DO DP

Delegado preso por furto de cocaína em DP é suspeito de vender liberdade a presos

Junto com advogada e seu marido fazia extorsão a detentos

RAFAEL RIBEIRO

27/07/2019 - 14h27
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A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul descobriu que o furto de quase 100 quilos de cocaína de dentro do 1º DP de Aquidauana foi o estopim de um esquema de corrupção policial que vai além da negociação de drogas e outros itens apreendidos pelos investigadores: extorsão e venda da liberdade de presos pelo antigo delegado titular do local, Éder de Oliveira Moraes.

O Correio do Estado apurou que há pelo menos três anos Moraes, preso desde o dia 24 de junho, atuava em parceria com a a advogada Mary Stella Martins de Oliveira, outra detida pela Corregedoria no caso do furto da cocaína.

O acordo era claro: no início, presos de menor potencial ofensivo, como devedores de pensão e portadores de pequena quantidade de droga, eram extorquidos pelo delegado, que exigia pagamento de uma quantia para liberá-los sem registro da ocorrência. 

Com o tempo, Mary se envolveu com Moraes e acusados presos por crimes de maior potencial, como roubos e tráfico, tinham a advogada recomendadapara fazer sua defesa. Novamente não se era feito o registro oficial dos procedimentos policiais. E a dupla dividia entre si a propina paga.

Nas investigações da Corregedoria, houve a apreensão de celulares e autorização de acesso a dados dos telefones dos dois, que ligaram o envolvimento do delegado, a advogada e seu marido, mais um dos detidos pelo caso, que já havia sido preso com 200 quilos de cocaína no interior de São Paulo e, em 2012, foi preso com 900 quilos de maconha no Estado.

Moraes é policial há 19 anos e já trabalhou nas delegacias de Rio Negro, Juti e Rio Verde. Ele estava há quatro anos como delegado em Aquidauana.  

Mary, por outro lado, foi ex-procuradora jurídica da prefeitura de Aquidauana. Em 2010 foi condenada a três anos e seis meses de detenção por contratar, sem licitação, dois advogados para representar o município em um ação contra a Receita Federal.

Arma apreendida pela polícia na casa do delegado, durante operação (Álvaro Rezende/Correio do Estado)

PROCESSO

Restanto ainda cerca de 15 dias para a conclusão do inquérito, a Polícia Civil ainda guarda os detalhes sobre como se deu o furto da cocaína, ocorrido no dia 10 de junho. Nove pessoas, sendo duas mulheres e sete homens, foram presos por suspeita de envolvimento com o caso. Desses, pelo menos cinco têm ligações com o PCC, facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas na fronteira do Estado com Paraguai e Bolívia.

Levantou a suspeita da polícia o fato de que quatro deles estavam detidos na delegacia no dia do furto da cocaína por falta de pagamentode pensão, evidentemente um crime desprezível. Na avaliação de investigadores, tudo foi premeditado. Pelo menos dois detentos que fazem parte do semiaberto de Aquidauana ajudaram a furtar a droga na madrugada do dia 6 para 7.  

A apreensão dos 101 quilos de cocaína aconteceu no dia 30 de maio por policiais rodoviários federais, onde encontraram o entorpecente escondido dentro do tanque de diesel de um caminhão na região urbana de Aquidauana. A droga foi levada até a delegacia, onde ficou nove dias no local.

Para a polícia, a possibilidade de recuperar a droga é remota. Avaliada em R$ 2 milhões, a cocaína teve vários destinos, entre eles portos do Paraná e São Paulo.  Tabletes de cocaína encontrados nos carros e nas residências de alguns suspeitos irão ser testados para saber se é a mesma apreendida pela PRF.  

Durante o primeiro furto da droga, os suspeitos cerraram barras de ferro da grade onde pegaram as drogas. No segundo furto, eles esqueceram um tablete que vai servir de prova para comparar com a cocaína encontrada no Toyota Corolla do marido da advogada Mary.

"A Corregedoria da Polícia Civil vai ser implacável nos desvios de conduta. Teremos que cortar na carne. Não podemos misturar os policiais. Isso nós estamos fazendo para preservar os bons policiais", disse o delegado Carlos Delano, da Corregedoria da Policia Civil. 

Há cerca de duas semana que o 1º DP de Aquidauana funciona com 'correção', ou seja, com os policiais do braço disciplinar da corporação dentro do local acompanhando todos os trâmites. Não é revelado, por enquanto, a quantidade de policiais da cidade envolvidos nos esquemas de corrupção.

BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

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