O tempo de espera para atendimento nas Unidade de Pronto Atendimento (UPA's) de Campo Grande foi maior neste domingo (16). Isso porque os médicos entraram em greve, reduzindo o efetivo em 30% nos postos e priorizando os casos mais urgentes.
Em busca de atendimento para a mãe, Rosely Pedrosa Coelho, de 43 anos, chegou ao UPA do bairro Vila Almeida por volta das 7h e não suportou o tempo de espera. Segundo ela, a idosa, 74, tem diabetes e estava reclamando de dores no corpo.
Para ela, a greve “não deveria acontecer” porque “prejudica muito” a vida daqueles que precisam de atendimento médico. “O tanto de idoso que já foi embora daqui”, reforça a mulher se referindo aos pacientes que chegaram antes dela e também acabaram desistindo. “Vamos voltar pra casa porque ela precisa comer. É uma calamidade!”
O titular da secretaria municipal de saúde pública Jamal Mohamed Salem disse à reportagem do Correio do Estado que a “greve dos médicos foi precipitada e que a Prefeitura atendeu os requisitos solicitados pelos profissionais.
PARALISAÇÃO
A decisão da greve foi mantida, depois de reunião do Sindicato dos Médicos (Sinmed-MS), às 11h deste sábado.
“A categoria entende como fundamental um posicionamento sobre o reajuste anual, pois até o momento não há previsão para que isso aconteça”, explica o presidente do Sinmed-MS, Valdir Shigueiro Siroma
Para tentar impedir a paralisação, a prefeitura chegou a publicar no fim da tarde de sexta-feira (14), edição extra no Diário Oficial liberando os plantões aos médicos da rede pública, inclusive a participação no projeto 3º Turno nas unidades onde não há profissional médico fixo.
O escalonamento dos salários dos servidores do município no mês de julho foi um dos fatores que contribuiu para retomada da greve. Isso porque os médicos já haviam paralisado os serviços no mês de maio, reivindicando pagamento de adicionais e gratificações e melhores condições de trabalho.