Cidades

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Dependência financeira é "algema" que prende mulheres aos seus agressores

Projeto concede salário mínimo e curso profissionalizante para vítimas

MARESSA MENDONÇA

15/05/2016 - 08h00
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Elas carregam, no corpo e na alma, as marcas das agressões que sofreram. Mas depois de terem conseguido se desvencilhar dos agressores, já são capazes de esboçar sorrisos. Mulheres, que foram vítimas de violência doméstica, compartilham a opinião que a dependência financeira é um dos principais motivos da permanência em relacionamento abusivo.

​Maria*, de 28 anos, conta ter vivido um casamento baseado em regras e imposições em que ela ocupava o lugar de subordinada. “Mas chega um momento que nada do que você faz é suficiente”, pontua. A sujeição era tão acentuada que sentia como se tivesse perdido todos os direitos sobre o próprio corpo. “Se um dia eu não quisesse ter relação sexual, ele dizia que meu corpo era para o prazer dele”.

​Depois de cinco anos juntos e dois filhos, o relacionamento se desgastou e o homem decidiu sair de casa. “Ele pensou que eu entraria em desespero porque estava desempregada, mas isso não aconteceu. Aí ele invadiu meu facebook e depois invadiu a minha casa. Me xingou e me puxou meu cabelo”, lembra.

“TIRA ESSE BATOM”

Com medo de que a situação se agravasse, ela pediu medida protetiva contra o agressor. “A gente não conhece as pessoas nesse momento”, conta ela. “O pior foi ele ter me xingado e me exposto para os vizinhos”.

Paula*, 48, também passou por constrangimento em uma das tentativas de se livrar do marido agressor: ela saiu de casa ferida e totalmente nua para pedir ajuda. “Eu não tinha vizinhança, não tinha amiga, não tinha nada porque ele não deixava”. Até o dinheiro que ganhava ela precisava enterrar no quintal para que o marido não pegasse.

Paula foi vítima de agressões físicas e verbais durante três anos seguidos (foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado)

​“Quando eu ganhava perfume, até da minha mãe, ele quebrava. Não deixava eu usar batom. Olhava embaixo da cama para saber se tinha algum homem e batia em mim até tirar sangue”, lembra ela, afirmando que de tão acostumada ao sofrimento já nem gritava durante as sessões de espancamento.

“Os cursos ajudam muito, esse projeto ajuda. Mas a gente mesmo tem que ter coragem. Você mesma tem que enfrentar a luta”, declara Paula como forma de incentivar outras mulheres a denunciarem. “Hoje eu estou muito feliz”, diz.

Maria concorda que o programa deu a estrutura que precisava, além da oportunidade de conhecer outras mulheres com histórias semelhantes as dela. “A minha preocupação hoje é que meus filhos, de 2 e 10 anos, não reproduzam esse comportamento”, pontua. 

O programa a que elas se referem é o Liberta Mulheres, uma ação da Funsat (Fundação Social do Trabalho) dentro do Proinc (Programa de Inclusão Profissional) em parceria com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semmu) e Casa da Mulher Brasileira., que concede um salário mínimo a vítimas de violência doméstica.

(*) Nomes fictícios para proteger a identidade das mulheres 


LEI SECA

De última hora, TRE decreta Lei Seca 'meia boca' em Campo Grande

Com horários variados e uma exceção para restaurantes durante o almoço, a regulamentação na capital foi flexibilizada pela justiça

05/10/2024 10h50

Foto: Divulgação / TRE-MS

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De última hora, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) decretou, neste sábado (05), a regulamentação da venda e consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais em Campo Grande (MS), durante o período eleitoral

Exceção para restaurantes durante o almoço

Em Campo Grande, a conhecida "lei seca" começará a valer às 3h da madrugada de domingo (06) e se estenderá até às 16h do mesmo dia, de um modo totalmente diferente do que foi aplicado em outras cidades de MS.

Além disso, conforme o informativo, os estabelecimentos que operam exclusivamente como restaurantes poderão servir bebidas alcoólicas durante o horário de almoço, que vai das 11h30 às 14h30, e, portanto, não estão sujeitos a regulamentação

Mesmo com medidas relativamente fracas, segundo o TRE-MS, o objetivo da proibição é garantir a ordem e  a segurança do processo eleitoral. No caso de descumprimento da decisão, será considerado crime de desobediência, enquadrado no artigo artigo 347 do Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65). Isto é, aquele que for flagrado infringindo a norma é de detenção de três meses a um ano e pagamento de multa.

Além da capital, a determinação comum em diversas regiões do Brasil, também está em vigor em outros 27 municípios do Estado.

Confira:

 

  • Água Clara
  •  Alvorada do Sul
  • Angélica
  •  Aquidauana
  • Anastácio
  • Batayporã
  • Bela Vista
  • Brasilândia
  • Coxim
  • Guia Lopes da Laguna
  • Jardim, Japorã
  • Maracaju
  • Mundo Novo
  • Nova Andradina
  • Novo Horizonte do Sul
  • Nova Alvorada do Sul
  • Ribas do Rio Pardo
  • Santa Rita do Pardo
  • Sete Quedas
  • Sidrolândia
  • Tacuru
  • Taquarussu
  • Terenos
  • Rio Brilhante
  • São Gabriel do Oeste

Para garantir o cumprimento da regulamentação, cópias da determinação serão encaminhadas à Promotoria Eleitoral, à Delegacia de Polícia Civil e à Polícia Militar. da Polícia Civil e à Polícia Militar para garantir o cumprimento das normas.

Lei Seca

Durante os períodos eleitorais, a Lei Seca é uma medida que visa garantir a ordem pública e a segurança nas eleições. Essa legislação, que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em determinados horários e locais, é frequentemente implementada em várias partes do Brasil, incluindo estados e municípios.

A Justiça Eleitoral busca prevenir qualquer situação que possa causar tumulto ou desrespeitar o processo eleitoral. A população é, portanto, alertada para cumprir as diretrizes estabelecidas, sob risco de sofrer as consequências legais previstas na legislação.


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prejuízo milionário ao narcotráfico

Polícia descobre 500 kg de cocaína em imóvel na fronteira

Agentes da Defron apreenderam 250 kg de cocaína e 250 de pasta base em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai, nesta sexta-feira

05/10/2024 08h40

Traficante que estava preparando o entorpecente para ser despachado de Ponta Porã foi preso em flagrate pelo Defron

Traficante que estava preparando o entorpecente para ser despachado de Ponta Porã foi preso em flagrate pelo Defron

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Depois de um trabalho investigativo que se estendeu durante semanas em Ponta Porã, integrantes da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) apreenderam meia tonelada de cocaína na tarde desta sexta-feira (4) na cidade que faz fronteira com o Paraguai. 

Um homem, identificado apenas como  A.S.F.S, foi preso em flagrante. Ele foi abordado do lado externo de um imóvel que estava sendo vigiado fazia pelo menos seis horas nesta sexta-feira. 

Segundo as informações iniciais, ele permitiu a entrada dos policiais e eles acabaram encontrando 250 quilos de cocaína pura e outros 250 de pasta base de cocaína. 

O local levantou suspeita dos investigadores por conta da altura dos muros, dos grandes portões eletrônicos e da movimentação atípica para aquela rua, Vasco da Gama, no Bairro Primavera. 

Conforme informações policiais, o homem preso estava com as mãos sujas de graxa, indicando que possivelmente esta preparando o carregamento para ser enviado para São Paulo ou outro grande centro urbano. A graxa, acredita a policia, seria para dificultar a identificação por cães farejadores. 

Ainda de acordo com os investigadores, o prejuízo aos criminosos foi estimado em cerca de R$ 31 milhões. 

BALANÇO

Desde o começo do ano, conforme dados disponíveis no site da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, 12 toneladas de cocaína haviam sido apreendidas em Mato Grosso do Sul até esta sexta-feira. No ano passado, no mesmo período, haviam sido interceptadas em torno de 14,5 toneladas. 

Estes números, porém, não representam a totalidade da droga interceptada no Estado, pois não contabilizam as apreensões feitas pela Polícia Federal ou aquelas feitas pela Polícia Rodoviária Federal e que são entregues em alguma delegacia da PF. E é justamente a PRF que é a responsável pelos maiores volumes de cocaína apreendidos historicamente no Estado. 

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