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Presídio Federal

Deputados de GO elogiam tratamento a presos na Capital

Deputados de GO elogiam tratamento a presos na Capital

vivianne nunes

01/03/2011 - 18h42
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Deputados de Goiás passaram a tarde de hoje em visita ao presídio Federal de Campo Grande onde um grupo de 17 policiais militares acusados de envolvimento com um grupo de extermínio estão detidos em regime de isolamento desde o último dia 16. Entre os presos, o sub comandante da Polícia Militar de Goiás, coronel Carlos Cézar Macario, acusado de chefiar o esquema de assassinatos. Eles foram presos no último dia 15 durante operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal. O nome é uma referência à uma das passagens bíblicas que diz “não matarás”.

Presidida há nove anos pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT/GO) a comissão tinha por objetivo constatar as denúncias de maus tratos supostamente cometidas contra os oficiais presos, mas acabou se surpreendo ao saber que eles comem regularmente, possuem assistência médica e psicológica e dormem em celas individuais. Acompanhado do presidente da Comissão de Segurança Pública de Goiás, o deputado major Junio Alves Araujo (PRB/GO) e de outros dois deputados que compõem a comissão dos Direitos Humanos, Rubem diz que a visão estava totalmente equivocada. “Acredito que todas as unidades prisionais do País deveriam adotar o sistema utilizado em Mato Grosso do Sul”, afirmou o deputado ao fim da visita que durou pouco mais de três horas.

Ao chegar no local o discurso era bem diferente. Para o deputado major PM Araújo, defensor ferrenho da categoria, os policiais acusados e presos em Campo Grande possuem “apenas ocorrências policiais. Eles são acusados de morte em serviço mas ainda não foram julgados”, afirmou. Informações publicadas em jornais do Estado de Goiás o major foi um dos deputados mais bem votados nas últimas eleições, isso graças à um eleitorado formado por policiais.

Ao chegar na unidade prisional federal de Campo Grande, por volta das 14h10min desta terça-feira, os parlamentares argumentavam, munidos de reclamações de familiares, que alguns dos presos possuem problemas de saúde que requerem acompanhamento, o que não estaria ocorrendo no Estado. Já ao deixar o estabelecimento, eles mesmos puderam informar que um deles chegou a sofrer uma crise de gota e foi encaminhado para atendimento médico fora da unidade prisional com a devida escolta policial.

O diretor do presídio, Washington Clarck, acompanhou a visita e na ocasião, explicou à reportagem do Portal Correio do Estado que os presos ficam pelo menos vinte dias em celas de isolamento onde recebem atendimento médico, psicológico, psiquiátrico, terapeuta ocupacional e de assistência social. O trabalho feito, segundo ele, é para que haja identificação do perfil de cada preso e deslocamento para determinada ala da unidade.

Entre policiais civis e militares, o presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande possui 40 internos dos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. O diretor explica que o tratamento é igualitário para todos os detentos e ressaltou que apenas existe uma separação entre os policiais e os presos comuns para evitar possíveis problemas.


Violência da Polícia de Goiás é destaque e incentivo entre PMs

O Estado de Goiás é destaque na mídia nacional por causa da forma truculenta com que os policiais atuam. Existem, atualmente, 27 pessoas que desapareceram depois de abordagens policiais e o presidente da Comissão dos Direitos Humanos do Estado destaca que há incentivo por parte da corporação para que os policiais sejam realmente severos em suas ações. “Eles prometem promoções para quem faz ações espetaculares, dão o mérito para os mais violentos”, afirmou o deputado Mauro Rubem. Segundo ele, toda a Polícia Militar de Goiás precisa passar por esquema de reestruturação.

Presos

A Polícia Federal investiga a participação dos presos em mais de 40 execuções em Goiânia, Formosa, Rio Verde, Acreúna e Alvorada do Norte. Conforme informações do jornal O popular, de Goiás, os ex-secretários Ernesto Roller (Segurança Pública) e Jorcelino Braga (Fazenda) foram intimados a prestar depoimento por indícios de prática de tráfico de influência.

As prisões foram dirigidas por três delegados da Coordenação Geral de Defesa Institucional (CGDI) da PF e entre os casos investigado está o assassinado de crianças, adolescentes e mulheres sem qualquer envolvimento com práticas criminosas. Investigações demonstram também, que outros homicídios foram praticados pelos policiais militares detidos durante o horário de serviço usando viaturas da corporação em supostas trocas de tiro com criminosos. Conforme a PF, o grupo especializou-se ainda na ocultação de cadáveres.

Entre os presos detidos em Campo Grande estão os subtenentes Fritz Agapito Figueiredo e Hamilton Costa Neves, o sargento Geson Marques Ferreira e os cabos Cláudio Henrique Camargos, Alex Sandro Souza Santos e Ricardo Machado. Além da prática de crimes de homicídio qualificado em atividades típicas de grupo de extermínio, os integrantes serão indiciados pela prática de formação de quadrilha, tortura qualificada, tráfico de influência, falso testemunho, prevaricação, fraude processual, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito e ameaça a autoridades públicas, jornalistas e testemunhas.

Confrontos

Informações estatísticas da delegacia de Investigações de Homicídios de Goiânia revelam que cerca de 9% dos assassinatos ocorridos na cidade nos últimos sete anos aconteceram durante supostos confrontos entre policiais militares e bandidos. Neste período foram registrados 2.429 homicídios na capital. Destes, 224 assassinatos ocorreram durante supostos confrontos. Todos os casos foram investigados pela Corregedoria da Polícia Militar, pela Delegacia de Homicídios e pelo Ministério Público.

O homem que recebeu a visita da comissão no presídio nesta terça-feira, em Campo Grande, coronel Macario, foi exonerado recentemente do cargo de subcomandante e de chefe do Estado Maior da Polícia Militar. Ele assumiu as funções no dia 4 de janeiro deste ano, depois de ter o nome escolhido pelo governador Marconi Perillo por seus "importantes trabalhos à corporação".

Sempre na linha de frente, coronel Macário, 51 anos, entrou para a Polícia Militar em 1983. Formado em Direito, já foi comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), do 9º e do 13º batalhões, em Goiânia, e do Batalhão Ambiental. Antes de assumir o cargo de subcomandante, esteve à frente do 8º Comando Regional da corporação em Rio Verde. No interior, já foi subcomandante do 10º Batalhão em Luziânia.

O militar já recebeu várias condecorações, como a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira, medalha do Guardião, do Gabinete Militar e medalha do 150 anos da Polícia Militar.

Coronel Macário é um dos investigados no desaparecimento do soldado Rones Dias, que trabalhava como motorista do coronel quando este comandou o 13º Batalhão da PM em Goiânia. Rones desapareceu em 7 de dezembro de 2005. Uma das primeiras pessoas a chegar ao apartamento do soldado foi o coronel, segundo as investigações. Elas apontam que a morte teria sido queima de arquivo.

Cidades

Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

País buscará entendimento com outros países do grupo, diz embaixador

25/12/2024 21h00

Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics

Mudanças climáticas e IA serão pautas do Brasil à frente do Brics PAULO PINTO/AGÊNCIA BRASIL

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O Brasil assume a presidência do Brics em 1º de janeiro do ano que vem e receberá, pela quarta vez, a reunião de cúpula do grupo. Para o governo brasileiro, essa será uma oportunidade de buscar entendimento, entre as dez nações que compõem o grupo, na direção da construção de um mundo melhor e mais sustentável.

Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Eduardo Saboia, sherpa (ou seja, o negociador-chefe) do Brics em 2025, afirma que o grupo, pelo tamanho de sua população (mais de 40% do total global) e de sua economia (37% do PIB mundial por poder de compra), tem uma grande importância no cenário global.

“Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o Brics tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países]”, disse Saboia.

Além de temas que já vêm sendo discutidos no Brics, como a possibilidade do uso de moedas locais no comércio entre os países e a reforma da governança global, o Brasil aproveitará sua posição à frente do grupo, para buscar entendimento em temas como as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável com redução da pobreza e uma governança sobre a inteligência artificial.

A questão do clima é de especial interesse porque o Brasil sediará também neste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém.

“Como a gente pode aproveitar a presidência do Brics para construir um entendimento que possa ajudar para o êxito da COP-30? Os países que são membros do Brics têm um papel central na questão da energia, que é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa”, afirma.

Já a governança da Inteligência Artificial (IA) é um tema relevante uma vez que, segundo o embaixador, essa é uma tecnologia “disruptiva”. “Não existe uma governança da inteligência artificial, mas essa é uma discussão que está ocorrendo. Quem sabe no Brics, durante a presidência brasileira, a gente possa avançar na ideia de ter uma visão desses países sobre como deve ser a governança da inteligência artificial”.

De acordo com Saboia, o Brics é uma força de construção e também estabilizadora. “É estabilizadora porque se você tem esses países, que são muito diferentes e com sistemas políticos diferentes, cada um com seus desafios, se entendendo e eles se reúnem todo ano, isso é bom para todo mundo, porque dali saem soluções para a população”.

Ampliação

A primeira reunião de cúpula ocorreu em 2009, apenas com Brasil, Rússia, Índia e China (o Bric original). Em 2011, a África do Sul aderiu, transformando a sigla em Brics.

Em 2023, na cúpula de Johannesburgo, na África do Sul, o Brics convidou Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes, para se juntarem ao grupo a partir de janeiro de 2024. A Argentina decidiu não aderir, enquanto os demais participaram da cúpula deste ano, em Kazan, na Rússia.

O embaixador Saboia explica que a expansão dos Brics é resultado do êxito do grupo. “O Brics hoje desperta grande interesse e é importante que ele seja representativo dos países do sul global, dos países emergentes”.

Segundo ele, a ampliação do grupo tem apoio do Brasil e dialoga com a posição do país em relação à reforma da governança global. “Se a gente defende a reforma e a ampliação do Conselho de Segurança [da ONU], faz sentido que a gente tenha uma ampliação do Brics. Agora essa plataforma [o Brics], tem uma pauta, tem um acerto, então os países que entraram, abraçaram essas conquistas. Uma das prioridades é fazer com que essa incorporação se dê da maneira mais suave e efetiva possível”.

Na cúpula de Kazan, o Brics também anunciou uma nova modalidade de membros (os países associados) e definiu-se que 13 nações seriam convidadas: Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria, Indonésia, Argélia, Belarus, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã e Uganda.

Saboia afirma que o anúncio em relação à adesão dos países parceiros será feito nas próximas semanas. “Uma das prioridades da nossa presidência é fazer com que esses países se sintam acolhidos na família do Brics. É importante que haja um trabalho para que eles se envolvam. Eles participarão das reuniões de ministros de Relações Exteriores e também há previsão que eles participem da cúpula [de 2025]”.

saúde

Novas diretrizes médicas ajudam a prevenir a ocorrência de AVCs

Objetivo é ajudar as pessoas e seus médicos a adotarem medidas de prevenção para evitar os riscos

25/12/2024 20h00

Reprodução/Agência Brasil

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A maioria dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) pode ser evitada, segundo as novas diretrizes que pretendem ajudar as pessoas e seus médicos a fazerem exatamente isso.

O AVC foi a quarta principal causa de morte nos EUA em 2023, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, CDC. Anualmente, mais de 500 mil americanos sofrem um AVC. Mas até 80% deles podem ser evitados com melhoras na alimentação, nos exercícios físicos, e na identificação de fatores de risco.

As primeiras novas diretrizes sobre prevenção de AVC em 10 anos, da Associação Americana de AVC, uma divisão da Associação Americana do Coração, incluem recomendações para o público e aos profissionais de saúde que refletem uma melhor compreensão de quem sofre AVCs e por quê, além de novos medicamentos que podem ajudar a reduzir os riscos.

A boa notícia é que a melhor forma de reduzir o risco de AVC também é a melhor forma de reduzir o risco de uma série de problemas de saúde: tenha uma dieta saudável, faça exercícios e não fume. A má notícia é que manter esses hábitos nem sempre é tão fácil.

O Dr. Sean Duke, especialista em AVC no Centro Médico da Universidade de Mississippi, atribui essa responsabilidade às forças da sociedade que mantêm as pessoas sedentárias e com alimentação inadequada, como os celulares e os alimentos baratos e pouco saudáveis. "Nosso mundo está armado contra nós", diz.

O que você precisa saber sobre AVC e as novas diretrizes:

O que é um AVC?

Um AVC acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro fica bloqueado, ou quando um vaso sanguíneo do cérebro se rompe. Isso prejudica a oxigenação do cérebro e pode causar danos cerebrais que levam a dificuldades para pensar, falar e caminhar, ou até mesmo à morte.

Como uma alimentação saudável pode reduzir o risco de AVC

Segundo a associação médica, uma alimentação saudável pode ajudar a controlar vários fatores que aumentam o risco de AVC, incluindo colesterol alto, glicemia alta, e obesidade.

A organização recomenda os alimentos da chamada dieta mediterrânea, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e azeite de oliva, que podem ajudar a manter baixos os níveis de colesterol. Uma das sugestões é limitar a carne vermelha e outras fontes de gordura saturada. A proteína pode ser obtida de leguminosas, castanhas, aves, peixes e frutos do mar.

Limitar também os alimentos ultraprocessados e as bebidas e alimentos com muito açúcar adicionado. Isso também pode ajudar a reduzir o consumo calórico, que ajuda a manter o peso sob controle.

Manter o corpo em movimento pode ajudar a prevenir AVCs

Levantar e caminhar por pelo menos 10 minutos por dia pode reduzir "drasticamente" o risco individual, diz a Dra. Cheryl Bushnell, neurologista da Faculdade de Medicina da Universidade Wake Forest, que integrou o grupo que criou as novas diretrizes. Entre os principais benefícios: o exercício regular pode ajudar a reduzir a pressão arterial, um dos principais fatores de risco para o AVC.

Mas claro, quanto mais, melhor: a associação recomenda a prática semanal de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa, ou alguma combinação dessas modalidades. A forma como você faz isso não importa tanto, segundo os especialistas: vá à academia, faça uma caminhada ou uma corrida pelo seu bairro, ou use esteiras e aparelhos elípticos em casa.

Novas ferramentas para reduzir a obesidade, um fator de risco do AVC

Dieta e exercícios podem ajudar a controlar o peso, outro importante fator de risco para os AVCs. Mas uma nova categoria de medicamentos que podem reduzir drasticamente o peso foi aprovada pelos órgãos reguladores, fornecendo novas ferramentas para reduzir o risco de AVC desde a última atualização das diretrizes.

As diretrizes agora recomendam que os médicos avaliem a possibilidade de prescrevê- los para pessoas com obesidade ou diabetes.

No entanto, embora os remédios possam ajudar, as pessoas ainda precisam se alimentar bem e fazer exercícios, alerta o Dr. Fadi Nahab, especialista em AVC no Hospital Universitário Emory.

Novas diretrizes ajudam os médicos a identificarem quem pode ter risco mais alto de AVC

As novas diretrizes, pela primeira vez, recomendam que os médicos avaliem os pacientes por outros fatores que podem aumentar o risco de AVC, incluindo sexo e gênero, além de outros fatores não médicos, como estabilidade econômica, acesso aos cuidados de saúde, discriminação e racismo. Por exemplo, o risco de ter um primeiro AVC é quase duas vezes maior para adultos negros nos EUA em relação aos adultos brancos, segundo os CDC.

"Se uma pessoa não tem plano de saúde ou não consegue chegar ao consultório médico por problemas de transporte, ou se não consegue faltar no trabalho para buscar atendimento (...) todas essas coisas podem impactar a capacidade de se prevenir um AVC", diz Bushnell.

Os médicos podem indicar recursos para obter assistência de saúde ou alimentos a baixo custo, assim como dar sugestões para aumentar o nível de atividade física sem gastar muito com uma mensalidade de academia.

As diretrizes agora também recomendam que os médicos avaliem condições que podem aumentar o risco de AVC em mulheres, como pressão alta durante a gravidez ou menopausa precoce.

Como saber se estou tendo um AVC e o que devo fazer?

Três dos sintomas mais comuns de AVC são fraqueza facial, fraqueza nos braços e dificuldade na fala. O tempo também importa, porque os danos cerebrais podem acontecer rapidamente, e se o AVC é tratado logo, eles podem ser limitados.

Especialistas em AVC criaram uma sigla em inglês para ajudar na memorização: FAST. F de face (rosto), A de arm (braço), S de speech (fala), e T de time (tempo). Se você acha que você ou alguém próximo pode estar sofrendo um AVC, ligue imediatamente para o número de emergência.

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