Cidades

Venda de setença

Desembargador afastado tinha R$ 30 mil em dinheiro vivo dentro de SUV de luxo

Marcos Brito Rodrigues, afastado do TJMS pelo Supremo Tribunal Federal, quer anular mandado de busca e apreensão, que resultou em apreensão do dinheiro em espécie

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Afastado de suas funções desde 24 de outubro do ano passado, data em que foi desencadeada a Operação Ultima Ratio da Polícia Federal, o desembargador Marcos Brito Rodrigues tinha R$ 30 mil em dinheiro vivo no porta-objetos de seu carro, um SUV Jeep Cherokee, quando o mandado de busca e apreensão foi cumprido.

Tal informação foi relatada pela Polícia Federal, em representação enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, em que a defesa de Brito questiona as provas apontadas contra ele na representação inicial da operação.

A defesa de Brito pediu a nulidade da medida cautelar de busca e apreensão da qual ele foi alvo, por causa de uma “patente ou notória ausência de contemporaneidade em relação aos supostos fatos ocorridos há vários anos”. Os advogados de Brito ainda chegaram a afirmar que a atuação dele remonta a casos que ocorreram há mais de 10 anos.

O titular da investigação da Ultima Ratio, Marcos André Araújo Damato, logo responde à alegação da defesa de Brito em sua representação. 

"São relatados fatos ocorridos ao longo de vários anos. Como fato recente, podemos destacar a apreensão do total de R$ 46.600,00 em espécie em poder de MARCOS BRITO, sendo que R$ 30 mil estavam no porta-objetos do veículo Jeep Cherokee”, revela.

O delegado ainda afirma que encontrar dinheiro vivo com um dos suspeitos, diante do conjunto probatório apresentado a Zanin, leva à conclusão de que a quantia seja produto de corrupção.

“A nosso ver, diante do conjunto probatório, há forte indício de se tratar de dinheiro produto de corrupção com a venda de decisões judiciais, pois, nos dias atuais, dificilmente há justificativa para transitar com tal quantia em dinheiro”, argumenta o delegado.

O desembargador suspeito de venda de decisões judiciais (venda de sentença) ainda tenta anular toda a operação, ao alegar que a investigação, iniciada em Campo Grande, teria ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entre seus alvos, informação que também é rebatida pela Polícia Federal em MS.

“Não há ministros do STJ sob investigação, razão pela qual não há nulidade nas decisões proferidas enquanto os inquéritos estavam vinculados ao referido Tribunal”, afirma o delegado.

O caso teve início no STJ, mas “subiu” ao STF por ordem do próprio ministro Cristiano Zanin. O lobista Andreson Gonçalves, que é investigado tanto na Ultima Ratio quanto em inquéritos da Polícia Federal no âmbito do STJ, é o elo que a defesa de Brito tenta apontar para suscitar a nulidade. A Ultima Ratio, porém, não investiga ministros do STJ.

O investigado

O desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), é um dos principais alvos da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal para desarticular um esquema de venda de sentenças judiciais no estado. Ele foi afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por 180 dias no ano passado, e teve o afastamento renovado no mês passado pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, por tempo indeterminado.

Entre os elementos que o ligam ao esquema, destacam-se mensagens obtidas pela Polícia Federal nas quais Brito demonstra hostilidade ao juiz Rodrigo Pedrini Marcos, de Três Lagoas — responsável por diversas denúncias de irregularidades no Judiciário sul-mato-grossense. Em conversas com o juiz Fernando Paes, também investigado, Brito se refere a Pedrini como um “câncer”, e a troca de mensagens inclui até ameaças veladas.

Além da animosidade com quem denunciava as irregularidades, Brito é suspeito de envolvimento direto em decisões judiciais suspeitas. Uma delas favoreceu o procurador de Justiça e pecuarista Marcos Antônio Martins Sottoriva, que buscava se livrar de dívidas na casa dos R$ 5 milhões relacionadas à compra de uma fazenda. Brito concedeu liminar favorável ao amigo sem sequer ler os autos, repassando a tarefa a um assessor, o que, segundo a PF, torna a decisão judicial nula.

Outra frente da investigação aponta que Marcos Brito teria recebido propina para beneficiar o empresário Andreson de Oliveira Gonçalves em processos judiciais que somam mais de R$ 64 milhões. Parte do valor foi repassada ao advogado Félix Jayme, suspeito de intermediar pagamentos ilícitos a diversos magistrados.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin não estabelece uma data certa para o retorno dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afastados na Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal, envolvidos em um esquema de venda de decisões judiciais, mais conhecido como “venda de sentença”.

Mais dinheiro

Durante a Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal em 24 de outubro de 2024, foram apreendidos aproximadamente R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, em Campo Grande. O montante estava distribuído em cédulas de reais, dólares e euros.

A origem dos valores é investigada, pois a Polícia Federal suspeita que possam ser provenientes de corrupção, especialmente em esquemas de venda de sentenças judiciais. Além disso, Siqueira Cardoso é investigado por adquirir imóveis de alto valor com recursos não rastreáveis, o que levanta suspeitas de lavagem de dinheiro .

O dinheiro apreendido foi depositado na Caixa Econômica Federal e poderá ser destinado ao Governo Federal, caso não seja comprovada sua origem lícita.

Afastamento

Em seu despacho, que prorrogou o afastamento dos desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos, Zanin afirma que a medida cautelar que mantém o afastamento dos desembargadores tem validade até que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre pedido realizado pela Polícia Federal e também até que a mesma PF devolva os autos do processo, que têm partes em papel (processo físico).

O Correio do Estado apurou que o pedido que depende do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) é justamente o da Polícia Federal para prorrogar o afastamento dos quatro desembargadores e também do conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Osmar Domingues Jerônymo.

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Cidades

Helena é o nome mais registrado pelos pais em Mato Grosso do Sul em 2025

Cecília e Miguel aparecem na sequência entre as preferências das famílias sul-mato-grossenses

22/12/2025 19h20

Ao todo, 565 Helenas foram registradas no Estado

Ao todo, 565 Helenas foram registradas no Estado Crédito: Freepik

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O nome Helena foi o mais escolhido pelos pais em Mato Grosso do Sul no ano de 2025, de acordo com a pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais de MS (Arpen-MS). Ao todo, 565 meninas foram registradas com este nome no Estado, garantindo a liderança no ranking dos nomes mais registrados nos Cartórios de Registro Civil sul-mato-grossenses.

Na segunda posição aparece o nome Cecília, com 447 registros, seguido de Miguel, na terceira colocação, com 392, evidenciando a forte preferência por nomes clássicos, curtos e de fácil pronúncia entre as famílias do estado. O ranking também revela equilíbrio entre nomes tradicionais e tendências contemporâneas, com destaque para escolhas femininas consistentes.

Além de Helena, Cecília e Miguel, figuram entre os nomes mais registrados em MS: Maitê (361), Ravi (346), Aurora (337), Gael (328), Heitor (318), Arthur (308) e Alice (280). O ranking estadual também destaca a presença de nomes femininos como Antonella, Heloísa, Laura, Olívia e Valentina, além de nomes masculinos tradicionais como Samuel, Davi, Theo, Bernardo e Noah.

“Quando os pais escolhem um nome, eles carregam expectativas, histórias e sentimentos. O ranking revela que, em Mato Grosso do Sul, há uma preferência clara por nomes que atravessam gerações, mostrando como tradição e afeto continuam presentes nas decisões das famílias.”, disse o presidente da Arpen/MS, Marcus Roza.

Na Capital, a perspectiva é semelhante, com os nomes Helena, Cecíla e Miguel entre os mais escolhidos. Há apenas duas diferenças em relação ao top 10: teve mais Heitor (132) do que Aurora (123); e Gael (97) não figura entre os mais registrados, dando lugar a Arthur, com 119 registros.

Nomes mais registrados em MS

1º Helena – 565
2º Cecília – 447
3º Miguel – 392
4º Maitê – 361
5º Ravi – 346
6º Aurora – 337
7º Gael – 328
8º Heitor – 318
9º Arthur – 308
10º Alice – 280

Nomes mais registrados em Campo Grande

1º Helena – 225
2º Cecília – 189
3º Miguel – 160
4º Maitê – 141
5º Ravi – 140
6º Heitor – 132
7º Aurora – 123
8º Arthur – 119
9º Alice – 114
10º Samuel – 109

Nomes masculinos mais registrados em MS

1º Miguel – 392
2º Ravi – 346
3º Gael – 328
4º Heitor – 318
5º Arthur – 308
6º Samuel – 266
7º Davi – 250
8º Theo – 236
9º Bernardo – 230
10º Noah – 229

Nomes femininos mais registrados em MS

1º Helena – 565
2º Cecília – 447
3º Maitê – 361
4º Aurora – 337
5º Alice – 280
6º Antonella – 276
7º Maria Cecília – 248
8º Heloísa – 193
9º Laura – 183
10º Maria Helena – 179

Arpen-MS

O levantamento integra a base do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Arpen-Brasil, entidade que congrega os Cartórios de Registro Civil do país e reúne informações sobre nascimentos, casamentos e óbitos registrados em todo o território nacional. A plataforma permite consultas por nomes simples ou compostos, com recortes por estados e municípios, oferecendo um panorama detalhado das tendências regionais.

"Gancho"

Detran-MS suspendeu quase 20 mil habilitações em 2025

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH

22/12/2025 18h00

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Detran suspendeu quase 20 mil Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Mato Grosso do Sul ao longo de 2025. As penalidades foram aplicadas a motoristas que ultrapassaram o limite de pontos ou cometeram infrações que resultam em suspensão imediata do direito de dirigir.

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH, quando o motorista atinge 40, 30 ou 20 pontos em um período de 12 meses, conforme a quantidade de infrações gravíssimas, outros 5.565 motoristas perderam o direito de dirigir por suspensão direta, aplicada em casos como conduzir o veículo em velocidade superior a 50% do limite permitido, entre outras infrações previstas em lei.

Todos os 19.565 motoristas foram afastados temporariamente das vias e obrigados a realizar o Curso de Reciclagem, exigido para recuperar a habilitação.

Infrações 

Até 16 de dezembro de 2025, o estado registrou 976.157 infrações de trânsito. O excesso de velocidade respondeu por 44,06% das autuações, somando casos de até 20%, de 20% a 50% e acima de 50% do limite permitido.

Outras infrações mais recorrentes em 2025 foram avançar sinal vermelho ou parada obrigatória, não usar cinto de segurança e uso de celular ao volante. Mais de 4.500 motoristas também foram penalizados por recusar o teste do bafômetro.

Cassação

Ao longo dos últimos 12 meses, 2.735 condutores tiveram a CNH cassada por reincidência, principalmente por continuarem dirigindo mesmo após a suspensão. A cassação impede o motorista de dirigir por um período mais longo e exige novo processo de habilitação.

O número de recursos administrativos apresentados de forma digital também aumentou. Em 2025, foram registrados 3.862 recursos online, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2022, foram 1.032 recursos digitais; em 2023, 1.247; e em 2024, 3.227.

Saiba*

Os serviços podem ser acessados pelo Portal de Serviços, aplicativo Meu Detran MS e atendimento via WhatsApp.

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