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Ex-desembargador que soltou megatraficante volta a ser alvo da PF

Divoncir Maran foi afastado em fevereiro deste ano por ter libertado Gerson Palermo, condenado a 126 anos de prisão. Ele se aposentou em abril

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Um dos alvos da operação da Polícia Federal desta quinta-feira (24) que resultou no afastamento de cinco desembargadores, de um juiz e de um conselheiro do Tribunal de Contas, também teve como alvo dois desembargadores recém-aposentados. 

Um deles é Júlio Roberto Siqueira, que se aposentou em junho deste ano, após 40 anos de atuação na magistratura estadual.

O outro alvo é o ex-desebargador Divoncir Schreiner Maran, que foi pivô de outro grande escândalo no começo deste ano. Isso porque libertou um megatraficante condenado a 126 anos de prisão durante um plantão em um feriado prolongado. 

No dia 8 de fevereiro deste ano o desembargar Divoncir foi afastado durante  a “Operação Tiradentes”, pois foi no meio do feriadão de 21 de abril de 2020 que ele concedeu prisão domiciliar a Gerson Palermo, com uso de tornozeleira, mas que depois disso fugiu e nunca mais foi encontrado. 

O Conselho Nacional de Justiça chegou a abrir investigação, mas ele nem mesmo foi julgado, uma vez que em 6 de abril deste ano completou 75 anos e teve de se aposentar compulsoriamente. 

No dia do seu afastamento, uma nota da Polícia Federal informou que estava sendo investigada a “prática de corrupção passiva e lavagem de capitais por membro do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul”, dando a entender que o desembargador teria recebido propina para tirar Gerson Palermo da prisão. 

Os policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça, em Campo Grande e em Bonito, principalmente em endereços de filhos do desembargador agora aposentado. 

A soltura do mega-traficante foi revogada no dia seguinte por outro desembargador, Jonas Hass Silva Júnior, mas ele já havia rompido a tornozeleira eletrônica e fugido. 

DEMORA DO CNJ

A decisão, por 11 votos a 4, do Conselho Nacional de Justiça para instaurar Processo Administrativo Disciplinar para investigar o magistrado foi tomada mais de três anos depois de ele ter sido denunciado por um juiz que estranhou a soltura de um dos mais conhecidos traficantes de Mato Grosso do Sul e que tinha condenação superior a um século.

Entre os principais argumentos acatados pelos conselheiros que votaram contra o desembargador estão o fato de ele não ter ouvido o Ministério Público, ter tomado a decisão em um plantão, o fato de o réu ter condenação de 126 anos e ter menosprezado a informação de que ele é piloto aéreo e teria facilidade para fugir do país.

Na denúncia que o juiz de Três Lagoas levou ao CNJ, ele insinua que o pedido de liminar foi feito exatamente naquele dia porque os advogados de Palermo sabiam que Divoncir Maran estava de plantão. 

Prova disso, segundo ele, é que outros três plantonistas já haviam trabalhado depois que o juiz de primeira instância negou o pedido de relaxamento da prisão e mesmo assim o recurso não fora impetrado. 

Preso pela última vez em 2017 pela Polícia Federal, Palermo tem uma série de passagens pela polícia por envolvimento com o tráfico de cocaína desde 1991. Ele participou, também, do sequestrou de um avião que levava malotes com R$ 5,5 milhões do Banco do Brasil no ano de 2000. 

O desembargador Divoncir Maran já presidiu o Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele entrou na magistratura em 1981. Mas, mesmo que tivesse sido demitido, teria direito ao salário de qualquer outro magistrado aposentado, da ordem de R$ 40 mil (além de alguns penduricalhos) já que juízes têm cargo vitalício no Brasil.

LISTA COMPLETA

Além dos magistrados, a operação desta quinta-feira mirou principalmente em advogados com algum grau de parentesco com estes desembargadores, indicando que havia um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça. 

Além dos mandados cumpridos na sede do Poder Judiciário, os agentes da PF e da Receita Federal fizeram buscas envolvendo um total de 26 pessoas.

Veja a lista completa dos alvos da PF.

  • 1- VLADIMIR ABREU DA SILVA – residência (desembargador)
  • 2- MARCUS VINICIUS MACHADO ABREU DA SILVA – residência e escritório de advocacia
  • 3- ANA CAROLINA MACHADO ABREU DA SILVA – residência e escritório de advocacia
  • 4- JULIO ROBERTO SIQUEIRA CARDOSO – residência (desembargador aposentado)
  • 5- NATACHA NEVES DE JONAS BASTOS – residência
  • 6- MAURO BOER – residência
  • 7- ALEXANDRE AGUIAR BASTOS – residência (desembargador)
  • 8- CAMILA CAVALCANTE BASTOS BATONI – residência e escritório
  • 9- SIDENI SONCINI PIMENTEL – residência (desembargador)
  • 10- RODRIGO GONÇALVES PIMENTEL – residência, escritório e demais locais de trabalho
  • 11- RENATA GONÇALVES PIMENTEL – residência e escritório
  • 12- SÉRGIO FERNANDES MARTINS – residência (desembargador)
  • 13- DIVONCIR SCHREINER MARAN – residência (desembargador aposentado)
  • 14- DIVONCIR SCHREINER MARAN JUNIOR – residência e escritório
  • 15- MARCOS JOSÉ DE BRITO RODRIGUES – residência (desembargador)
  • 16- DIOGO FERREIRA RODRIGUES – residência e escritório
  • 17- OSMAR DOMINGUES JERONYMO – residência (conselheiro do TCE)
  • 18- FELIX JAYME NUNES DA CUNHA – residência (advogado)
  • 19- EVERTON BARCELLOS DE SOUZA – residência
  • 20- DIEGO MOYA JERONYMO – residência
  • 21- DANILLO MOYA JERONYMO – residência
  • 22- PERCIVAL HENRIQUE DE SOUSA FERNANDES – residência
  • 23- PAULO AFONSO DE OLIVEIRA – residência (juiz)
  • 24- FABIO CASTRO LEANDRO – residência
  • 25- ANDRESON DE OLIVEIRA GONÇALVES – residências em Brasília e Cuiabá, e locais de trabalho
  • 26 FLAVIO ALVES DE MORAIS – residência
     

Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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