Cidades

Corrupção no Judiciário

Ordem do STJ para colocar tornozeleira em desembargadores de MS ainda não foi cumprida

Uma semana após operação da Última Ratio, da Polícia Federal, Agepen não confirma se magistrados afastados pelo STJ por envolvimento em esquema de venda de sentença estão sendo monitorados

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Uma semana após a Polícia Federal ter deflagrado uma das maiores operações da história de Mato Grosso do Sul, que resultou no afastamento de cinco desembargadores de seus cargos, e teve como alvos, entre outras pessoas, lobistas, advogados, juízes e desembargadores aposentados envolvidos em um esquema de corrupção por meio de venda de decisões judiciais (venda de sentença), nenhum dos cinco magistrados que deveriam estar sendo monitorados com tornozeleira eletrônica está usando o equipamento, apurou o Correio do Estado. 

Até ontem, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) não confirmava se os desembargadores, Sérgio Fernandes Martins (presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul - TJMS); Sideni Soncini Pimentel (presidente eleito do TJMS), Vladimir Abreu da Silva (vice-presidente eleito do TJMS), Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos estavam ou não utilizando o equipamento de monitoramento eletrônico. 

É o órgão estadual de gestão do sistema penitenciário o responsável pelo cumprimento de decisões para o monitoramento de indivíduos investigados, acusados ou condenados. 

A mesma confirmação não foi feita para outros dois alvos da operação que são alvos da medida restritiva: o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Osmar Domingues Jeronymo, e o sobrinho dele e servidor comissionado do TJMS, Danilo Moya Jerônimo. 

O Correio do Estado apurou com fontes ligadas à Agepen e ao meio jurídico, que pediram para manter a identidade em sigilo, de que de fato nenhum dos alvos alvos da operação estava usando a tornozeleira ontem, dia em que a operação Ultima Ratio, que investiga um dos maiores escândalos de corrupção no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul completou uma semana. 

A ordem para a instalação das tornozeleiras nos desembargadores, no conselheiro do TCE-MS e no servidor do Tribunal de Justiça foi dada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, e o não cumprimento dela pode até ser classificado como desobediência, ato que os magistrados e advogados alvos da operação conhecem do ordenamento jurídico. 

Um advogado criminalista consultado pelo Correio do Estado, comentou que acredita as defesas dos envolvidos devem estar se apegando a ritos administrativos, e aguardam uma segunda ordem ou mandado, para que a Agepen instale as tornozeleiras nos corpos das autoridades do Judiciário e  do Tribunal de Contas. 

Uma das justificativas do uso das tornozeleiras eletrônicas é para que os suspeitos não voltem a seus gabinetes e não mantenham contato entre si. O monitoramento eletrônico é que propicia esse controle ao magistrado responsável pela instrução do processo e aos responsáveis pela investigação.

O hiato para o cumprimento da medida cautelar pode ter se prolongado ainda mais por causa da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, que atendeu pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e determinou que os atos da Operação Ultima Ratio subam do Superior Tribunal de Justiça (STF) para a corte máxima brasileira. 

O motivo é a suspeita de que também exista um comércio de decisões judiciais no STJ, conforme conversas captadas no telefone do lobista de Cuiabá (MT), Andreson de Oliveira Gonçalves. 

Entenda a Operação

A Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal (PF) com apoio da Receita Federal na quinta-feira (24), desvendou um amplo esquema de venda de sentenças envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), advogados e empresários.

Entre os afastados estão figuras de destaque no TJMS, incluindo o presidente Sérgio Fernandes Martins, o presidente eleito Sideni Soncini Pimentel, o vice-presidente eleito Vladimir Abreu da Silva, além dos desembargadores Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos.

A investigação também mira o conselheiro do TCE-MS, Osmar Domingues Jeronymo, e seu sobrinho Danilo Moya Jerônimo, servidor do TJMS. No TCE-MS, apenas três conselheiros permanecem ativos devido ao afastamento de Osmar Jeronymo e de outros conselheiros em processos anteriores.

A PF identificou o advogado e lobista Andreson de Oliveira Gonçalves como elo entre esse esquema e casos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em interceptações, Gonçalves mencionou ganhos milionários e declarou “mais um cliente feliz” após vencer processos de grande valor financeiro.

O caso refere-se a uma vitória em uma das batalhas nos tribunais entre os acionistas da Eldorado Brasil Celulose por seu controle. 

Outro suspeito de participação é o advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, considerado operador no pagamento de propinas, que conseguiu transformar, na segunda instância do TJMS, um processo de execução sem honorários advocatícios em um passivo por honorários sucumbenciais de R$ 178 milhões para o Banco do Brasil. Esse valor, similar aos maiores prêmios da loteria Mega-Sena da história, causou estranheza aos policiais federais.

 

Abaixo, a lista de envolvidos:

Afastados com uso de tornozeleira eletrônica (ao menos, deveriam estar usando):

  • Sérgio Fernandes Martins - Presidente do TJMS
  • Sideni Soncini Pimentel - Presidente eleito do TJMS
  • Vladimir Abreu da Silva - Desembargador do TJMS
  • Marcos José de Brito Rodrigues - Desembargador do TJMS
  • Alexandre Bastos - Desembargador do TJMS
  • Osmar Domingues Jeronymo - Conselheiro do TCE-MS
  • Danilo Moya Jerônimo - Servidor comissionado do TJMS

Outros alvos de mandados de busca e apreensão:

  • Marcus Vinicius Machado Abreu da Silva - Advogado, filho de Vladimir Abreu
  • Ana Carolina Machado Abreu da Silva - Advogada, filha de Vladimir Abreu
  • Julio Roberto Siqueira Cardoso - Advogado e desembargador aposentado
  • Camila Bastos - Advogada, filha de Alexandre Bastos, afastou-se da vice-presidência da OAB-MS após a operação
  • Rodrigo Gonçalves Pimentel - Advogado, filho de Sideni Pimentel
  • Renata Gonçalves Pimentel - Advogada, filha de Sideni Pimentel
  • Divoncir Schreiner Maran - Desembargador aposentado
  • Divoncir Schreiner Maran Jr. - Advogado, filho do desembargador aposentado Divoncir Maran
  • Diogo Ferreira Rodrigues - Advogado, filho de Marcos José de Brito Rodrigues
  • Felix Jayme Nunes da Cunha - Advogado e operador do esquema
  • Diego Moya Jerônimo - Empresário e sobrinho de Osmar Jeronymo
  • Percival Henrique de Souza Fernandes - Médico infectologista
  • Paulo Afonso de Oliveira - Juiz de primeira instância
  • Andreson de Oliveira Gonçalves - Lobista e elo do esquema com instâncias superiores

 

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Brasil/EUA

Estudantes de MS são selecionados para programa Jovens Embaixadores nos EUA

Em janeiro de 2025, os jovens que irão representar Mato Grosso do Sul embarcam para Washington, D.C

30/10/2024 18h30

Arquivo Correio do Estado

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Arthur Pereira da Conceição e Miguel Morgiroth Partzlaff foram selecionados nesta quarta-feira (30) para representar Mato Grosso do Sul no programa  Jovens Embaixadores nos Estados Unidos.

No total, 30 estudantes de todo país foram selecionados para o programa como destino os EUA em 2025.

Os estudantes se encontrarão em Brasília, onde irão receber orientações.

A viagem está prevista para ocorrer entre os dias 7 e 25 de janeiro.

Nos Estados Unidos, farão uma breve visita a Washington, D.C., e posteriormente serão divididos em grupos para as seguintes cidades: Pensacola, Flórida; Tulsa, Oklahoma; e Cleveland, Ohio.

Neste ano, o programa tem como destaque “30 pela COP 30!” e selecionou jovens engajados com questões ambientais.

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Campograndense

O estudante Miguel Morgiroth Partzlaff, 17 anos, estuda na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, onde cursa o 3º ano do ensino médio.

A preparação para participar do Jovens Embaixadores, conforme explicou o estudante, deu uma guinada na vida dele ao ponto de avaliar como o projeto ambiental que desenvolveu para submeter à seleção afeta diretamente sua vida.

“Questões que podem parecer simples, mas que antes eu não tinha parado para pensar. Então, foi um processo que teve muito autoconhecimento e conhecimento sobre outras coisas também. O meu inglês melhorou muito; treinei bastante para conseguir fazer uma boa entrevista”, explicou Miguel.

O jovem estudante teve conhecimento do programa quando estava no 1º ano do Ensino Médio.

Neste período, chegou a realizar um projeto ambiental com os colegas de classe, orientados pela professora.

Nesse momento, a professora apresentou o programa Jovens Embaixadores à turma, mas, naquele ano, Miguel não se sentiu confiante para submeter sua inscrição.

Durante o programa "Jovem Senador" em 2023, os próprios amigos incentivaram Miguel a tentar ingressar no programa.

“No programa 'Jovens Senadores', alguns professores falaram sobre o programa. Eu voltei para minha escola e alguns colegas disseram: ‘Cara, você tem que tentar, é possível’. Todas as minhas vivências me fizeram ter mais confiança.”

Com o projeto voltado a questões ambientais e o inglês que conseguiu aprimorar ao manifestar o desejo de fazer um cursinho por fora, que conseguiu por meio da tia Carla, tudo foi se encaixando.

“Inclusive, acho que meu objetivo é poder dar essa visão para os outros alunos da minha escola e da região aqui, de que eles são capazes de conseguir isso. Eu acho que muitos talentos acabam se perdendo por conta dessa limitação”, frisou Miguel.

Miguel sonha em cursar faculdade nos Estados Unidos e também está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por meio de aulões que a escola oferece.

 

No momento está avaliando cursar Ciências Políticas ou Direito.

 

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Ponta-poranense

Residindo próximo da fronteira em Ponta Porã, Arthur Pereira da Conceição, 16 anos, estudante do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), ficou sabendo do programa "Jovens Embaixadores" por meio da amiga Clara Delgado, selecionada para participar em 2023.

O apoio da família em cada etapa foi fundamental, e, a cada fase vencida, ele se sentia mais perto do sonho de ser um Jovem Embaixador.

“Tive muito apoio da família e da minha comunidade escolar, o que facilitou e me tranquilizou durante o processo. Era algo que eu almejava; me dediquei bastante ao meu projeto, aprimorei meu inglês e minhas habilidades de comunicação no idioma”, destacou Arthur.

Há dois anos, o estudante iniciou o cursinho de inglês e, por fora, sempre se interessou em aprender por meio de vídeos no YouTube, como também pelo aplicativo Duolingo.

A expectativa do nosso Jovem Embaixador, Arthur, está alta, de modo que pretende conhecer monumentos e museus e descobrir tudo o que a cultura norte-americana pode proporcionar.

“Mais que um simples passeio, quero mergulhar na cultura e no dia a dia da cidade para a qual a Embaixada me designar, aproveitando cada oportunidade de aprendizado e troca. Como jovem, encaro essa experiência como uma chance única de ampliar horizontes e me conectar com pessoas, lugares e histórias que sempre sonhei conhecer.”

O projeto que apresentou para a banca do programa trata da Semeadura de Nuvens utilizando UAVs (drones).

“O objetivo é mitigar os impactos das mudanças climáticas por meio de drones de baixo custo para combater a seca e prevenir enchentes, questões cada vez mais preocupantes no Brasil e no mundo. Atualmente, estamos na fase inicial do projeto, que exige muita pesquisa, dedicação e curiosidade”, contou Arthur.

O sonho de Arthur é estudar Economia ou Relações Internacionais, pensando em se tornar um futuro diplomata.

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Incentivo

Inscrições no Enem crescem 10%; ministro atribui ao Pé-de-Meia

4,3 milhões de estudantes poderão realizar a prova no próximo domingo (3)

30/10/2024 18h00

Criado em 1998, o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e também é a principal porta de entrada para a educação superior no país.

Criado em 1998, o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e também é a principal porta de entrada para a educação superior no país. Divulgação

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 registrou um aumento significativo no número de inscritos, superando em 10% o total de 2023. Com 4,3 milhões de inscritos, o Enem será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro.

Durante uma reunião com reitores de universidades federais e institutos federais de ensino no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância do programa Pé-de-Meia.

“Nós tivemos um incentivo do Pé-de-Meia, que garante que quem fizer as duas provas do Enem recebe mais uma parcela mensal. Eu acho que isso deu esse estímulo, e eu espero que a gente possa ter um sucesso no Enem”, afirmou Santana.

Alívio

A recuperação das inscrições no Enem tem sido uma preocupação do governo, já que o número de inscritos vinha caindo desde 2017. O recorde de inscrições foi em 2014, com mais de 8,7 milhões de candidatos.

Em 2022, esse número caiu para pouco mais de 3,3 milhões, agravado pela pandemia. O ano de 2021 apresentou o menor interesse pelo Enem desde 2005, com apenas 3,1 milhões de inscritos.

“Hoje você faz a prova do Enem onde você está e pode concorrer para qualquer universidade do Brasil inteiro. Então, isso democratizou, deu oportunidade para todos. Infelizmente, nos últimos anos, o Enem não estava sendo estimulado. A curva era descendente do número de inscritos. Nesses dois anos, a gente conseguiu recuperar”, avaliou Santana.

Concluintes do Ensino Médio

De acordo com o ministro, houve um aumento na porcentagem de estudantes egressos do ensino médio que se inscreveram no exame. Para esses estudantes, nas escolas públicas, as provas são gratuitas. Os beneficiados pelo programa Pé-de-Meia estão entre esses inscritos.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 1,6 milhão de inscritos são concluintes do ensino médio, em comparação com 1,4 milhão em 2023.

Pé-de-Meia

O programa Pé-de-Meia funciona como uma poupança destinada a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes no ensino médio.

Voltado para alunos de famílias inscritas no CadÚnico e com renda per capita mensal de até meio salário mínimo, o programa oferece pagamentos mensais e anuais aos estudantes matriculados e frequentando as aulas. Além disso, os participantes do Enem recebem um incentivo adicional de R$ 200.

 

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