Cidades

Reagente

Diretor do Hospital Regional, chefe de laboratório e empresário são presos

Ação investiga esquema de corrupção e fraudes em licitações

RENAN NUCCI e BRUNA AQUINO

30/11/2018 - 10h48
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A Operação Reagente, deflagrada nesta manhã pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, resultou na prisão do médico diretor-presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Justiniano Barbosa Vavas, do gerente de laboratório da instituição, Adriano César Augusto Ramires, e do empresário Luiz Antônio Moreira, dono da empresa de produtos hospitalares Neoline. Equipes ainda buscam mais uma pessoa alvo de mandado de prisão preventiva.

A ação visa desarticular esquema de corrupção passiva e ativa, e fraudes em licitações de materiais para exames laboratoriais na unidade de saúde. Conforme apurado, Vavas não seria um dos alvos de prisão, mas durante cumprimento de mandado na casa, agentes do Gaeco encontraram uma espingarda calibre 36, motivo pelo qual foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo. 

A equipe, juntamente com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, esteve na casa dele, no Carandá Bosque, no início da manhã, e em seguida saiu com detido em uma viatura descaracterizada. Adriano e César, por sua vez, seriam alvos diretos das investigações.  O Gaeco foi às ruas para cumprir três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão contra pessoas ligadas ao esquema de corrupção. 

A assessoria de comunicação do Gaeco informou que logo mais vai divulgar mais detalhes sobre a operação. Pela manhã, a equipe flagrou um funcionário do setor administrativo do hospital sendo conduzido por agentes, mas o homem nega à imprensa que tenha sido detido ou que tenha prestado depoimento. Os promotores envolvidos ainda não se manifestaram sobre o procedimento.


 

Duras críticas

Na "CPI do ônibus", especialista diz que prefeitura abriu mão de gerir transporte público

Engenheira civil, Lucia Maria Mendonça Santos, especialista em mobilidade urbana foiconvidada a prestar informações por videoconferência

28/04/2025 15h45

Oitiva aconteceu na tarde desta segunda-feira (28), no plenarinho da Câmara Municipal

Oitiva aconteceu na tarde desta segunda-feira (28), no plenarinho da Câmara Municipal Foto: Tamires Santana

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Primeira a ser ouvida na segunda fase da “CPI do ônibus”, que investiga a qualidade do transporte público em Campo Grande, a engenheira civil Lúcia Maria Mendonça Santos, especialista em mobilidade urbana, não poupou críticas à gestão municipal.

Em sua oitiva, ela destacou que neste momento, o maior problema do transporte público de Campo Grande não é o valor da passagem paga por quem utiliza o serviço, e sim, a falta de gestão da prefeitura em fiscalizar os contratos firmados junto ao Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público oferecido aos campo-grandenses desde 2012. 

“Eu acho que o problema não é o valor da tarifa, seja ela cara,  média, ou zero. Quando não há gestão na Prefeitura, quando não há compromisso público, o sistema sempre será ruim”, declarou Lúcia, ouvida por meio de videoconferência.

De acordo com a especialista, quando os responsáveis não fiscalizam e não estão presentes no dia-a-dia das operações, infelizmente as pessoas que estão operando, ou seja, neste caso o Consórcio Guaicurus, também não possui tais obrigações. “Os empresários fazem aquilo que a prefeitura permite. Ela (prefeitura) não permite que a gente tenha acesso a esses dados.”, disse Lúcia. 

CPI do ônibus

Cabe destacar que de início, a Comissão analisou contrato de concessão do transporte público, incluindo aditivos, fiscalização, custos e balanços financeiros dos últimos cinco anos. Agora serão ouvidos agentes públicos, órgãos de controle e especialistas para entender como a concessão do transporte foi fiscalizada ao longo dos anos.

Somente na terceira fase o Consórcio Guaicurus em si será investigado, pela escuta de diretores, sócios, gestores e análise de documentos para entender a aplicação dos recursos públicos. 

É nessa terceira etapa que também estão marcadas as vistorias nos ônibus, constatações in loco e auditoria das tarifas. Só depois serão marcadas audiências para escuta de motoristas e colaboradores. 

Presidida pelo vereador Dr. Lívio (União) e relatada pela vereadora Ana Portela (PL), a CPI também conta com os vereadores Junior Coringa (MDB), Maicon Nogueira (PP) e Luiza Ribeiro (PT). 

Valores cobrados 

Questionada pela vereadora Ana Portela quanto aos valores cobrados pela passagem de ônibus, que atualmente custa R$ 4.95 na Capital,  Lúcia Maria Mendonça Santos disse que  em sua maioria, os moldes contratuais de concessão são realizados de forma arbitrária, visto que, segundo a especialista, a falta de transparência em acordos deste tipo, possibilitam os prestadores de serviço a cobrarem aquilo que acham correto.

“As tarifas são arbitradas por eles (Consórcio) mesmos. Aí, que começa aquelas coisas dentro da prefeitura, a tarifa política é a tarifa técnica. Geralmente eles colocam lá que a tarifa tem que ser R$ 10. Aí negociam, vira um pandemônio em Campo Grande, vai todo mundo pra rua, vão quebrar tudo. Aí chegasse a conclusão que deve ser R$ 7,50, por exemplo, eu não sei”, frisou Lúcia. 

Em sua fala, a vereadora Luiza Ribeiro também teceu duras críticas à prefeitura. “ A gente percebe que a Prefeitura de Campo Grande abriu mão de toda a gestão do transporte coletivo, deixando ao critério exclusivo da empresa informar à sociedade o que é que ela gasta, o que ela arrecada e o que é que é necessário daqui pra frente.”, falou durante a oitiva. 

“Vamos ter que nos desdobrar, requerendo documentação, requerendo fiscalização aqui em vários níveis dessa prestação de serviço, para que a gente consiga enxergar o mínimo de verdade nesse transporte coletivo urbano”, destacou a petista. 

Estrutura da CPI

Aberta no dia 18 de março, a CPI fiscalizará  três frentes:

  • Emprego de frota com idade (média e máxima) dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos, nos últimos cinco anos;
  • Equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária por meio das Leis Complementares 519/2024 e 537/2024;
  • Fiscalização da Prefeitura Municipal, pela Agereg e pela Agetran, no serviço de transporte público prestado pelo Consórcio após a assinatura do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) perante o TCE-MS, em novembro de 2020.

Consórcio

Com o contrato original firmado em 2012, há tempos  a possibilidade de uma CPI é discutida nos bastidores políticos pela Casa de Leis de Campo Grande, graças aos sinais apresentados pela gestão do transporte coletivo urbano da Capital. 

Após 12 de contrato, dados fornecidos pelo Consórcio Guaicurus indicam, por exemplo, uma queda de quase 25% no total de ônibus em circulação, como abordado pelo Correio do Estado no início do ano. 

Em outubro de 2012, quando assinado o contrato com o Consórcio Guaicurus, a Capital contava com 574 carros atendendo o transporte coletivo, com o balanço mais recente indicando apenas 460 ônibus em operação. 

Na contramão, o número de habitantes saltou de 805.397 para 898.100 moradores, conforme  comparação da estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) à época e os dados do Censo Demográfico realizado pela instituição em 2022.

Já em 23 de janeiro deste ano a passagem de ônibus subiu 20 centavos, chegando a R$ 4,95 após esse reajuste. 

Antes mesmo do fim de 2024, a mesma Câmara aprovou o projeto de lei que concedia subsídio extra, no valor de R$ 3,3 milhões, ao Consórcio Guaicurus, por parte da Prefeitura.

Isso fez os valores de repasses para a concessionária saltarem de R$ 19,5 milhões para R$ 22,8 milhões, sem contar os valores repassados pelos governos estadual e federal.

*Saiba

A próxima oitiva acontece no dia 5 de maio, às 14h. Quem será ouvido é o presidente da  Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), José Mário Antunes.

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Dano ambiental

MPMS apura incêndio em fazenda de Bonito

Queima irregular de madeira pode ter causado fogo de grandes proporções; promotoria avalia danos ambientais e busca responsáveis

28/04/2025 15h00

Origem do incêndio teria sido a queima de madeira

Origem do incêndio teria sido a queima de madeira Reprodução

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A 2ª Promotoria de Justiça de Bonito (MS) abriu um inquérito civil para apurar um incêndio de grandes proporções ocorrido na zona rural do município.

O fogo teria sido causado pela queima irregular de leiras (montes de madeira e vegetação seca) em uma fazenda da região, prática proibida sem autorização ambiental.

O caso veio à tona após denúncias de moradores e agentes ambientais, que relataram os riscos e prejuízos causados pelo incêndio.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), a queima descontrolada de resíduos vegetais é uma infração ambiental e pode configurar crime, conforme a Lei Federal nº 9.605/1998.

Investigação

O promotor Alexandre Estuqui Junior explicou que o inquérito tem como objetivo reunir provas, ouvir os envolvidos e avaliar os danos ao meio ambiente.

Se comprovada a responsabilidade, os culpados poderão sofrer sanções administrativas, judiciais e terão que arcar com medidas reparatórias. 

Bonito, destino conhecido pelo ecoturismo e pela biodiversidade, tem normas rígidas para evitar danos ambientais. A queima de vegetação, mesmo em propriedades particulares, exige autorização prévia e técnicas adequadas para prevenir acidentes.

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