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Dono de bar diz que Porsche que dirigia quando matou motoentregador pertence ao pai dele

Arthur Navarro, proprietário do Bada Bar, revela à polícia que só percebeu a gravidade do acidente 10 dias depois, quando a vítima morreu

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O empresário Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que dirigia o veículo Porsche Cayenne envolvido no atropelamento e morte do motoentregador Hudson Ferreira, de 39 anos, em Campo Grande, relatou em depoimento à polícia que o carro de luxo, avaliado em R$1,2 milhão, é de propriedade de seu pai.

Durante o interrogatório, 15 dias após a morte do motoentregador, o empresário explicou à polícia que o veículo envolvido no incidente é de propriedade de seu pai e foi levado para conserto por seu irmão, com quem divide o carro. Ele se diz arrependido pelo ocorrido e se comprometeu a cooperar com as autoridades.

Navarro também afirmou que só compreendeu a gravidade do acidente, mesmo estando em alta velocidade, 10 dias após o incidente, ocorrido no dia 22 de março, quando soube da morte do motociclista, registrada dois dias depois, 24 de março, no Hospital da Santa Casa.

Sobre o dia do acidente, o empresário relatou à polícia que permaneceu em seu bar até cerca das 20h, momento em que recebeu uma ligação de sua esposa, que está grávida, o que o levou a dirigir com pressa para casa. Vale ressaltar que no depoimento ele não estava com seu celular para confirmar o registro da ligação.

Divulgação/câmeras de segurança

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi durante este trajeto que o empresário afirmou que observou um motociclista atravessar todas as faixas em frente ao prédio, mas que conseguiu se desviar do mesmo e por isso acreditou não ter encostado no motociclista.

No entanto, no dia seguinte ao acidente, um de seus funcionários que estava no banco carona do Porsche informou ao empresário que ele havia atropelado um motociclista. Mesmo assim, Navarro só se apresentou à 3ª Delegacia de Polícia Civil em 5 de abril, 15 dias após o acidente.

Confira o vídeo do Porsche em alta velocidade:

 

 

 


Ainda segundo o depoimento, Navarro revela que percebeu uma pequena avaria no para-lama dianteiro esquerdo, mas pensou que não havia ocorrido nenhum dano ao motociclista. Só depois é que teve conhecimento de seu falecimento e associou ao acidente mencionado por seu funcionário.

A reportagem apurou que o carro de luxo da série Cayenne está registrado em nome do pai de Arthur, José Navarro Rodrigues, e possui placas de Belo Horizonte (MG). A família Navarro possui negócios em diversos estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Pará e Acre.

Em Campo Grande, Arthur Navarro é proprietário do Bada Bar e detém participação em 5 CNPJ, com 2 ativos, 4 do tipo matriz e 1 do tipo filial, totalizando um capital social de aproximadamente R$ 800.000,00. Atualmente, Arthur conta com 13 sócios em outras empresas cadastradas no CNPJ.

Reincidente em acidente de trânsito

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Arthur Navarro já enfrenta um processo judicial por um acidente de trânsito anterior envolvendo um motociclista. Desde 2017, ele é alvo de um pedido de indenização por incapacitar um idoso de 74 anos, decorrente de um acidente ocorrido em agosto de 2014.

Arquivo/processo

O caso aconteceu no cruzamento das avenidas Bom Pastor e Coronel Porto Carreiro, onde Arthur, então com 23 anos, dirigia um Fiat Uno pertencente à empresa onde trabalhava como engenheiro, e colidiu com a moto do idoso, causando-lhe sérias lesões.

Na colisão, o empresário não respeitou a placa de 'Pare' e atingiu o motociclista, que sofreu fraturas no braço e na perna esquerda. Após meses de tratamento, cirurgias e fisioterapia, as lesões resultaram em consequências irreversíveis, levando o homem a perder a capacidade de trabalho.

O processo movido pela defesa do motociclista exige o pagamento de danos morais, estéticos e uma pensão para a vítima, que afirma ter perdido o emprego devido ao acidente. A defesa de Arthur alegou falta de sinalização no local do acidente para se eximir da culpa.

Apesar dos anos de tramitação, o processo ainda aguarda análise de segundo grau no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, sem avanços significativos. A defesa da vítima solicitou uma perícia para comprovar os danos causados pelo acidente, mas ela não foi autorizada. O caso continua em análise pela 3ª Câmara Cível do TJMS.

O advogado de defesa de Arthur Navarro disse em nota que, “o caso é antigo e em nada se relaciona com o acidente de trânsito atual. Defesa já foi apresentada e nada ainda foi decidido pelo Judiciário. Ou seja, responsabilidade pelo primeiro evento também não está definida. Devemos aguardar com serenidade a conclusão do processo”, afirma o advoagdo,André Borges.


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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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