Cidades

Campo Grande

Dono de boca de fumo morre em confronto com a PM

Ponto no bairro Nova Campo Grande era monitorado pela Polícia Militar por conter alto fluxo de usuários de droga

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Na noite da última segunda-feira (2), uma operação da Polícia Militar, que visava desarticular uma boca de fumo, terminou com um traficante morto a tiros.

O homem foi identificado como Gideão Sanabria Lima, apontado por clientes como o "proprietário" do local.

Segundo Boletim de Ocorrência, o ponto de distribuição de entorpecentes era um "barraco", feito com paletes, localizado nas proximidades da indústria JBS, no bairro Nova Campo Grande. O ponto também era conhecido pelos usuários como "boca do Gideão".

Quando as investigações acerca do local tiveram início, foi solicitado monitoramento à Agência Local de Inteligência (ALI) da 5ª Companhia Independente da PM (CIPM), que flagrou uma grande movimentação de usuários de drogas na região.

Um dos indivíduos que estiveram no local foi abordado pela viatura policial próximo ao pontilhão da JBS, carregando um papelote preto, com substância análoga a cocaína. Ele contou ser dependente químico, e que a boca era conhecida como Gideão. Disse ainda que o dono morava no local, mas que havia comprado a droga de uma senhora nesta visita mais recente.

Outro usuário foi abordado, também carregando um papelote preto com substância análoga a cocaína. Ele relatou que foi ao local e efetuou a compra com duas pessoas: uma mulher idosa e um homem, que disse não conhecer.

A Inteligência reportou a movimentação, indicando aos agentes que a venda de drogas era realizada por ao menos três indivíduos: uma mulher e dois homens.

"Confirmada a mercancia de drogas, foi solicitado o apoio à equipe de Força Tática (FT) da 10ª CIPM", diz Boletim de Ocorrência.

Segundo a PM, foi necessário realizar um planejamento da ação, visto que a área possuí córrego e mata de grande extensão, fatores que contribuem para fuga. Por isso, foi armado um cerco no entorno do imóvel.

"As equipes que entraram pelos fundos, especialmente o Sgt. Fabricio, foram recebidas com um disparo de arma de fogo efetuado por um homem, obrigando o sargento a se abrigar e se deitar no chão", descreve ocorrência.

Após o ataque contra o sargento, o autor, Gideão Sanabria Lima, avistou a Força Tática da PM, e passou a atirar na direção da equipe, momento em que os militares teriam atirado de volta.

"Não restou outra opção senão revidar a injusta agressão, utilizando suas armas de fogo para neutralizar e posteriormente desarmar o autor", acrescenta boletim.

Gideão foi socorrido com sinais vitais e encaminhado ao Posto de Saúde Santa Mônica, local onde a equipe médica constatou o óbito.

Na boca de fumo foi encontrada uma mulher, identificada como Gisele Batista, que tentou fugir para uma casa próxima. Ela foi apontada pelos usuários como a pessoa que recolheu o dinheiro no momento de compra dos entorpecentes.

Ela foi encaminhada à delegacia, onde alegou ter entrado no local para comprar água, e que ele pediu que ela entregasse entorpecentes, afirmando que "não dá nada". Gisele revelou que a boca é de Gideão, e que quem sempre trabalha com ele é um homem, de nome David.

Cães encontraram as drogas

Para realizar as buscas e tentar localizar o entorpecente, foi acionada a equipe do canil do Batalhão de Choque. O cão encontrou nas dependências do imóvel algumas porções de drogas: seis porções de substância análoga à cocaína (71 gramas) e 19 porções de substância análoga à maconha (100 gramas).

Ainda havia outras porções de drogas caídas próximas ao local onde ocorreu o confronto com as equipes, além da arma de fogo localizada com o autor dos disparos. Foram apresentados à delegacia:

  • quantia de R$ 160,00;
  • 42 porções de substância análoga a cocaína, pesando 40 gramas;
  • duas pistolas Beretta que estavam sendo utilizadas por militares;
  • e um revólver Taurus, cal. 38, utilizado por Gideão, com seis munições, dentre elas quatro percutidas e deflagradas e duas intactas.

52ª morte em confronto

Mato Grosso do Sul já soma 52 óbitos por intervenção de agentes do Estado em 2024.

As vítimas fatais eram em maioria homens (44), e 7 das vítimas não tiveram o sexo informado. Quanto à idade, a maioria dos óbitos foram de jovens (27) entre 18 e 29 anos; seguida por adultos (15) de 30 a 59 anos; adolescentes (3) de 12 a 17 anos; e um idoso, de idade superior a 60 anos. Do total de registros, seis não informaram a idade da vítima.

O índice deste ano é 26,7% inferior ao registrado nos primeiros oito meses do ano passado, quando 71 pessoas haviam sido mortas pela polícia.

Vale lembrar que 2023 foi recorde em mortes causadas por agentes de Estado em Mato Grosso do Sul, com 131 mortos de janeiro a dezembro, quantidade 156,8% superior ao registrado em 2022, quando 51 foram mortos.

Em 2023, a maioria dos mortos em confronto com a polícia foram homens (93,8%); com relação a idade, a maioria era jovem (54,9%) de 18 a 29 anos.

Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp).

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TEMPO

Capital amanhece nublada e com chuvas que se estendem por todo Estado

Inmet registrou somente pela manhã mais de 140 milímetros de chuva apenas em Campo Grande

16/12/2025 11h03

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma Gerson Oliveira

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Em meio ao clima natalino, greves e paralisações, Mato Grosso do Sul a 5 dias para o verão enfrenta grandes volumes de chuvas e trovoadas. Na manhã desta terça-feira (16), na Capital já foram registrados mais de 140 milímetros desde o início da manhã.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Campo Grande registra chuva desde às 4h, com 147,8 milímetros até o momento. Na região da estação Santa Luzia foram 52 milímetros, já no Universitário foram registrados até agora 39,6 milímetros, e 56,2 milímetros na região do Panamá.

Ainda de acordo com o Inmet, na região do Anhanduizinho não houve registros de chuva nessa manhã, até o momento de publicação da matéria.

A previsão, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), é que a chuva não pare ao longo do dia e nem durante a semana.

Interior

Pelo Estado, as cidades do interior também registraram números expressivos de volume de chuva durante a última segunda-feira (15). Na região sudoeste, Guia Lopes da Laguna registrou 84,8 milímetros, Maracaju com 60,2 milímetros e Rio Brilhante que registrou 20,4mm com ventos a 54,8 km/h.

Na região Leste, Bataguassu também registrou ventos fortes, que chegaram a 55,1 km/h, com 31 milímetros de chuva. Em Dourados, na região Sul, foram registrados 30,2 milímetros e em Paranhos, faixa de fronteira e região Cone-Sul, também cena de estragos noticiado pelo Correio do Estado nos últimos dias, registrou ontem 36,5 milímetros.

Anteriormente, a cidade chegou a registrar 181 milímetros em apenas 14h, e deixou ponte caída, além de ruas interditadas por alagamento.

Apenas na região pantaneira, desde o início do dia de hoje, já foram registrados 101,6 milímetros de chuva em Corumbá.

Previsão

Segundo o mapa do Inmet, hoje as condições de chuva perduram ao longo da tarde e também durante a noite por todo o Estado.

Para a tarde, a chuva continua em todo o estado. Na parte de cima, na região Pantaneira, além de Campo Grande e regiões Centro-Norte, Norte e Bolsão, as condições são de muitas nuvens, com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas. O restante segue com tempo fechado e chuvas isoladas.

Já à noite, as condições se mantêm as mesmas na região Norte e Centro-Norte, em Campo Grande, e chega também o tempo fechado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas nas regiões do Bolsão, Leste, Grande Dourados e Cone-Sul. O restante segue com chuvas isoladas e tempo fechado.

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CAMPO GRANDE

Fefecomércio lamenta prejuízo e culpa Consórcio e Prefeitura por greve de ônibus

Com transporte coletivo servindo mais de 100 mil passageiros por dia, impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho

16/12/2025 10h10

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas,

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, Marcelo Victor/Correio do Estado

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Diante de um cenário de greve em Campo Grande, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota nesta terça-feira (16) em que lamenta o prejuízo, alegando que a falta de ônibus afeta a população de inúmeras formas, e colocando a culpa dessa paralisação sobre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura da Capital. 

Essa greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994, sendo que a atual paralisação reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Em nota, a Fecomércio chama atenção para os reflexos da paralisação em pleno período que antecede as celebrações de fim de ano, bem pontuada como a época anual de maior movimentação econômica, em um cenário classificado como "de grave crise" e com prejuízos que se alastram por toda a comunidade. 

Para a Federação, uma vez que o transporte coletivo de Campo Grande serve um número acima de 100 mil passageiros por dia, os impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho. 

"Resultando em faltas, redução da produtividade e perdas salariais. Para muitos, a ausência de ônibus significa a impossibilidade de manter o emprego, afetando o sustento de suas famílias", cita.

Além disso, o texto não deixa de destacar o quanto o período que antecede o Natal é crucial para o comércio de Campo Grande, com a própria dificuldade no deslocamento em si sendo responsável por derrubar o fluxo de possíveis consumidores. 

Para a Fecomércio, a falta de ônibus na Cidade Morena impacta ainda o custo de vida diante do "aumento exorbitante nos preços das corridas por aplicativos e táxis", que aumentam os gastos não somente para quem vai às compras, mas para qualquer família que necessite de deslocamento para atendimento em postos de saúde e hospitais, por exemplo. 

Culpa de quem? 

Em complemento, o texto que mede os impactos da greve lista ainda o que a Fecomércio-MS cita como atores responsáveis por levar ao colapso do sistema por não cumprirem com seus deveres. 

Segundo a Federação, o Consórcio Guaicurus por um lado atribui parte de seus problemas à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, o que faz a concessionária passar por uma crise financeira e dificuldades em obter crédito 

"No entanto, o atraso sistemático no pagamento dos trabalhadores, em um serviço público essencial, demonstra uma falha grave de gestão e compromisso", diz o texto. 

Para a Fecomercio, o segundo responsável seria justamente o poder concedente, nesse caso quem é responsável pelo município: a Prefeitura, que afirma estar em dia com os repasses e critica a falta de comunicação formal sobre a greve. 

"Contudo, a crise do transporte coletivo não é um evento isolado, e a omissão na fiscalização rigorosa do contrato de concessão, ou na busca por soluções preventivas para problemas administrativos alertados na Câmara Municipal, torna o poder público co-responsável pelo caos instalado". 

Por fim, a Federação lembra o atual momento "sensível para a economia e para a vida social da Capital", dizendo ser inadmissível que a população seja penalizada pela falta de atitude e descumprimento de obrigações básicas por parte do Consórcio e pela falta de ação efetiva do poder Executivo. 

"Exigimos uma solução imediata e definitiva para que o serviço seja restabelecido com urgência, garantindo os direitos dos trabalhadores e a mobilidade da população, a fim de minimizar os danos causados por esta crise de gestão e responsabilidade".
**(Colaborou Naiara Camargo)

 

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