Cidades

VIOLÊNCIA

Em 2020, quase 6 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica

Embora a procura na Casa da Mulher Brasileira tenha diminuído no ano passado, a violência foi a maior nos últimos 6 anos

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No ano passado, foram registrados 5.755 casos de violência doméstica contra mulheres; 407 estupros; 86 de importunação sexual; 14 de feminicídio tentado; 11 de feminicídio consumado e outros (1.055).

No total, foram registrados 7.328 crimes na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

Os dados são da DEAM e Subsecretarias de Políticas para a Mulher (SEMU).

Últimas notícias

O número de atendimentos na recepção da Casa da Mulher Brasileira caiu consideravelmente em 2020 e isso se deve ao maior tempo da mulher dentro de casa perto de agressores: consequência da pandemia do novo coronavírus.

Em março de 2020, início da pandemia no Estado, foram registrados 1.270 suportes à mulher. Já no mês seguinte esse número despencou para 775 atendimentos.

A partir de maio, esse número manteve-se abaixo de mil atendimentos mensais em praticamente todos os outros meses, até dezembro, bem diferente de outros anos (2017, 2018 e 2019), quando o número de assistências mensais geralmente é acima de 1,2 mil.

Durante os primeiros meses da pandemia, os números de boletins de ocorrência registrados foram decrescendo a cada mês. Em fevereiro, foram 654 denúncias. Já em março, esse número caiu para 603.

Em abril, passou para 549 e maio para 547. No ano de 2019, essas estatísticas eram bem diferentes: se mantinham acima de 589 queixas registradas mensalmente.

No ano passado, maio, ainda início da pandemia, foi o período em que menos medidas protetivas foram concedidas ao público feminino.

Já julho, outubro e novembro são os meses em que houve mais medidas protetivas concedidas às vítimas, em relação a 2017, 2018 e 2019.

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira (CMB) comemora hoje (3) seus 6 anos. Adriane Lopes, vice-prefeita de Campo Grande, celebra o aniversário da Casa.

Está localizada na região do Aeroporto Internacional de Campo Grande, na rua Brasília, Jardim Imá.

Seu objetivo é valorizar o público feminino e enfrentar todas as formas de violência contra a mulher.

“É uma conquista para a cidade. É a primeira casa do país e é exemplo após 6 anos, razão porque é não é apenas um trabalho coletivo, mas de toda a sociedade”, diz Marcos Trad, prefeito da capital.

De 2017 a 2020, 24.898 mulheres foram atendidas em algum dos vários setores da Casa da Mulher. As que apresentaram retorno totalizam em 58.688.

As que foram encaminhadas para alguma rede de serviço externa como Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), Secretaria de Assistência Social (SAS), Centro de Referência da Saúde da Mulher (CEAM), Casa Abrigo, Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), entre outros, são 445.404.

A maioria das mulheres atendidas (29%) possuem entre 21 e 30 anos. Em seguida, o percentual de 28,9%, compreende o público feminino de 41 a 60 anos. Percentual de 27,7% são mulheres de 31 a 40 anos.

Idosas acima de 80 anos representam 6%. Meninas de 18 a 20 anos, 3,5%. Menores de idade são 2,9%, e, garotas sem data de nascimento, totalizam em 1,5%.

As que possuem ensino médio completo representam 29%. Já as que não concluíram o ensino fundamental, 23% e as que não concluíram o ensino médio, 16,5%.

O restante terminou ou não a faculdade, possui o fundamental completo ou não possui nenhuma escolaridade.

Mais da metade de mulheres atendidas na CMB são da cor parda.

A delegada Fernanda Felix Carvalho Mendes informou ao Correio do Estado que a Lei Maria da Penha está condenando os agressores e também está mudando o comportamento de todo o Brasil.

“Com a Lei Maria da Penha as denúncias aumentaram, e por conseguinte as condenações surgem já no Poder Judiciário desde 2016”, afirma.

“Os equipamentos de segurança pública contribuem muito com isso, porque a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher é a principal porta de entrada para a mulher vítima de violência doméstica”, finaliza.

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Cidades

Causa da morte de caseiro, ceva é proibida há 10 anos em MS

Investigação confirmou que Jorginho, de 60 anos, alimentava onça-pintada que o matou em Aquidauana

24/04/2025 15h30

Apuração confirma que caseiro alimentava onça que o matou no Pantanal

Apuração confirma que caseiro alimentava onça que o matou no Pantanal Foto: Divulgação

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Causa da morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, a ceva é proibida há 10 anos em Mato Grosso do Sul. 
Vítima de um ataque de Onça-Pintada no último final de semana, “Jorginho” alimentava o animal predador na região conhecida como “Touro Morto”, em Aquidauana, fato confirmado nesta segunda-feira (23) pelo adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação (Semades), Arthur Falcette.  

Publicada em maio de 2015, a resolução destaca que “é proibida a alimentação ou ceva de mamíferos de médio e grande porte silvestres em vida livre para atrair, aumentar a chance de observação ou garantir sua permanência em determinada localidade.”

A afirmação acerca da causa da morte ocorreu durante entrevista coletiva na sede do 1º Batalhão da Polícia Militar Ambiental. “Uma das poucas certezas que a gente tem sobre o caso era que estava sendo feita a ceva para o animal no local e essa prática, além de ser crime ambiental, pode desequilibrar o comportamento do animal que está sendo alimentado”, afirmou Falcette.

O ataque fatal ocorreu no fim de semana, entre os dias 20 e 21 de abril. O corpo do caseiro foi encontrado com sinais de esquartejamento na terça-feira (22). 

O que é ceva?

A prática da ceva de animais é uma técnica utilizada principalmente por pesquisadores e fotógrafos da vida selvagem com o objetivo de atrair animais para observação, monitoramento, registro ou estudo científico. A palavra "ceva" vem do meio rural e significa basicamente "isca" ou "alimentação oferecida" com a intenção de atrair determinados bichos a um local específico.

Na prática, a ceva consiste em deixar alimentos ou substâncias atrativas em um determinado ponto da mata ou do cerrado, por exemplo. O objetivo é induzir o animal a visitar aquele local com certa frequência. Essa técnica pode ser feita com carnes, frutas ou até perfumes e odores que imitam feromônios naturais.

Ceva de onças-pintadas

No caso das Onças-Pintadas, a ceva geralmente é feita com pedaços de carne ou carcaças de animais mortos (como bois, porcos ou outros animais de médio porte). A prática é utilizada especialmente em projetos de pesquisa e documentação fotográfica.

Regras

Além da alimentação, a resolução traz outros pontos determinantes para que a observação de animais silvestres ocorra de maneira segura em todo o estado. Conforme o texto, os observadores devem permanecer em silêncio de modo que não atraia a atenção ou perturbem os animais.

Caso esteja em uma embarcação, os turistas devem manter  uma distância mínima de 10 metros da margem do rio em relação aos animais em terra firme. “Nos casos em que o observador estiver em terra firme, a distância mínima para a observação será de 30 metros em relação ao animal observado, esteja ele em terra firme ou meio aquático”, diz trecho do documento.

Além da Onça-Pintada, a resolução também se aplica à observação de - Onça Parda (Puma concolor); Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus); Cateto (Tayassu tajacu); Queixada (Tayassu pecari), e Ariranha (Pteronura brasiliensis).

Durante a observação podem ser utilizados instrumentos que permitam melhor visualização e captação de imagem tais como, máquina fotográfica, filmadora, binóculo, luneta e outros, desde que tal utilização não implique na “alteração do comportamento do animal observado à exemplo do uso de flash fotográfico.”
Nos últimos anos, alguns pesqueiros no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul passaram a fazer uso da prática, condenada por ambientalistas, para atrair turistas.

Balneário de Bonito

Bióloga e superintendente estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joanice Lube Battilani disse ao Correio do Estado que apesar de proibida, a ceva foi o principal causador dos recentes ataques de peixes na lagoa artificial do Balneário Praia da Figueira, em Bonito.

“Nós trabalhamos para coibir a ceva, não apenas em casos que envolvam grandes animais, mas também na alimentação de macacos e araras. No caso do balneário, as provas só vieram a público após diversos ataques e uma pessoa perder o dedo”, disse Joanice Battilani.

Cabe destacar que o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) decidiu suspender as atividades do balneário no dia 26 de março, entretanto, as atividades foram retomadas após algumas condicionantes impostas aos proprietários do ponto turístico. Conforme apurado pelo Correio do Estado, os ataques foram realizados por Tambaquis e Tambacus.

Doutor em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Sabino acompanhou o Ibama no local dos ataques. À reportagem, disse que o caso possui algumas peculiaridades.

“Sou cientista profissional, trabalho com peixes desde 1982. Uma das hipóteses é de que os peixes (responsáveis pelos ataques) foram retirados do local. É importante destacar que não são de fato ataques, o peixe é tão vítima quanto nós”, finalizou. Uma barreira de isolamento foi montada no local para evitar justamente a alimentação dos animais.

*Saiba

A onça responsável pela morte de Jorge foi capturada no Pantanal, na manhã desta quinta-feira (24), e levada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.

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Protesto

UFMS manda intimar alunos que participaram de manifestação por estrutura em Três Lagoas

Sete alunos receberam a intimação sob pena de multa diária em caso de invasão ou ocupação da área do Restaurante Universitário

24/04/2025 14h35

Manifestação reuniu estudantes de diversos cursos no dia 10 de abril

Manifestação reuniu estudantes de diversos cursos no dia 10 de abril Arquivo Pessoal

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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul entrou com uma ação judicial de intimação contra sete alunos do Campus Três Lagoas. A ação foi movida após a manifestação no último dia 10 de abril, onde os estudantes alegam falta de estrutura para alimentação, já que o Restaurante Universitário se encontra fechado desde o início das aulas para investigações sobre desvio de recursos por parte da empresa contratada. 

O documento afirma que o movimento dos estudantes “extrapola o direito de livre manifestação ou expressão, por haver ocupação e invasão de locais públicos, com potencialidade de causar prejuízos ao patrimônio público, à segurança e às atividades regulares desempenhadas”. 

Também alega que durante o protesto e por depoimento de testemunhas, os estudantes teriam a intenção de invadir e ocupar a área do Restaurante Universitário, com a possibilidade de causar dano ao patrimônio público e invasão ao “local do crime”, que contém provas de infrações administrativas e criminais aguardando a conclusão da investigação policial. 

A decisão expedida foi de intimação aos estudantes citados e multa diária de R$5 mil para cada manifestante que adentrar e ocupar as instalações do restaurante, sendo categorizado como crime de desobediência. 

Um universitário que não quis se identificar desmentiu as alegações do documento. “Nós não temos a intenção de invadir o RU, não vamos tentar e nem tentamos durante a manifestação. Foi totalmente pacífica. Se tivéssemos tentado, teríamos conseguido”, afirmou ao Correio do Estado. 

Para ele, o documento é “um ato claro de intimidação ao corpo estudantil que só está tentando condições mínimas e resolução de um problema que não foi culpa dos alunos, mas somos nós que estamos sofrendo as consequências”. 

Relembre o caso

Em fevereiro, o Restaurante Universitário do Campus Três Lagoas da UFMS foi fechado para investigação. A empresa responsável pela licitação foi denunciada por superfaturamento, onde “alunos fantasmas” estariam fazendo uso do restaurante, aumentando o ganho da empresa. Com isso, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Reitoria da Universidade realizaram o fechamento do espaço. 

Desde então, nenhuma outra licitação foi feita para que outra empresa assumisse o RU, deixando os estudantes sem espaço para refeições. Em primeira denúncia, um dos alunos afirmou que havia estudantes comendo “no chão, no sol quente e nos corredores dos blocos porque não tem estrutura”. 

Em resposta, a Universidade Federal liberou um edital emergencial para ajuda de custo com 160 vagas, aumentando para 354 vagas após uma reunião com a assembleia estudantil, no valor de R$300. 

Manifestação

No dia 10 de abril, os alunos se reuniram às 20h30 em frente ao Restaurante, onde protestaram com cartazes contra os problemas que eles vêm enfrentando e que, segundo a convocação, “afetam diretamente a permanência e qualidade da formação dos estudantes”. 
 

 

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