Cidades

FRONTEIRA

Em meio à atentados, candidato à prefeito desiste da disputa em Pedro Juan Caballero

Região fronteiriça com Ponta Porã e o Estado de Mato Grosso do Sul registrou segundo atentado com morte em menos de 24 horas e sucessor à cadeira principal da cidade diz receber ameaças

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Em um cenário em que um segundo atentado com morte foi registrado no intervalo de menos de 24 horas, o parlamentar paraguaio, Santiago Benítez (ANR-HC), anunciou a retirada de sua candidatura à prefeitura de Pedro Juan Caballero (PJC), cidade fronteiriça com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã. 

Deputado que assumiu a cadeira com a morte do parlamentar Eulalio "Lalo" Gomes, Santiago é natural de Pedro Juan e já atuou como vereador de PJC, porém, segundo o portal local ABC Color, está desistindo da intenção de se sentar na cadeira maior de sua cidade natal. 

Longe cerca de 315 quilômetros da Capital do Mato Grosso do Sul, não é de hoje que a região de fronteira com o Paraguai carrega a infâme impressão de ser uma zona perigosa, concentrando 21% dos assassinatos de MS. 

Segundo o parlamentar justifica, a retirada de sua candidatura à prefeitura de PJC se dá justamente porque sua família estaria recebendo uma série de ameaças. 

"Depois de lançar minha candidatura, comecei a receber ameaças. Dei alguns nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas, mas nunca consegui provar. Recusei para evitar brigas internas no partido e porque minha família está em estado de ansiedade", cita Santiago em trecho publicado pelo portal paraguaio.

Mesmo quando assumiu a atual cadeira, em 03 de setembro de 2024, para sua posse como deputado substituto, o parlamentar também enfrentou desafios que incluíram uma "recepção fria" por parte do setor "cartista". 

Cabe explicar que, esse movimento político paraguaio acontece dentro do chamado Partido Colorado, como é chamada a Associação Nacional Republicana (ANR), liderado por Horacio Cartes, empresário e ex-presidente do Paraguai (2013-2018).  

"Quando falamos de políticos e de política, não é perigoso, mas quando falamos de ‘narcopolítica’, é diferente. Eles estão camuflados; antes patrocinavam candidatos, agora se candidatam", diz o agora ex-candidato sobre sua decisão. 

Entenda

Ainda nesta segunda-feira Jonathan Medeiro da Fonseca, de 36 anos, foi executado no estacionamento do Shopping China, após ser atingido por pelo menos 16 tiros, que atingiram a região da cabeça, rosto e peito. 

Jonathan concorreu pelo MDB e teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, além dele o jovem paraguaio Eduardo Flor Cantaluppi, de 22 anos, também foi baleado, porém não faleceu. 

No Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, a ocorrência foi atendida pelo médico Osmar Fariña, conforme divulgado pelo site Ponta Porã News, com o jovem paraguaio sendo atingido por pelo menos seis tiros. 

Cabe apontar que nenhum disparo chegou a atingir órgãos vitais, mas enquanto alguns tiros atingiram o ombro e tórax, Eduardo chegou a ser atingido diretamente na mandíbula, o que deixou uma fratura exposta e ferimento grave, segundo o médico em entrevista à Rádio Império. 

Já nesta terça-feira (21) a Polícia Nacional paraguaia confirmou um segundo atentado no País vizinho, passado menos de 24 horas desde a morte do brasileiro na mesma cidade de Pedro Juan Caballero. 

Desta vez, César Michel Arguello  durante atendimento em hospital particular, enquanto um segundo baleado no atentado, Leandro Ramón Villalba, ainda recebia atendimentos na mesma unidade. 

Ambos estariam em um lava-jato localizado no bairro San Gerardo (São Geraldo), em PJC, quando dois homens encostaram uma moto e um deles passou a atirar contra as vítimas. 

Sobre o atentado que matou o brasileiro, Santiago Benítez disse que Pedro Juan Caballero possui muitos pontos positivos, mas ainda há o que se corrigir, sendo necessário um envolvimento da segurança. 

"Peço às autoridades que enfatizem a prevenção. Um serviço de inteligência é necessário. As estatísticas sobre infrações puníveis caíram, mas ainda as temos", disse. 

 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremeçar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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