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FRONTEIRA

Em meio ao contrabando de combustível, Bolívia vive crise sem diesel e gasolina

Na semana passada, a Polícia Federal identificou organização criminosa agindo na venda ilegal do produto em Corumbá

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Em vários territórios da Bolívia, em especial no departamento de Santa Cruz, o acesso é escasso e falta combustível nos postos e também no tanque de veículos, principalmente de caminhões que fazem o transporte de cargas entre o Brasil e o país vizinho. A situação traz impactos para a região de fronteira. Em Mato Grosso do Sul, também há outro problema: ao mesmo que tempo que falta combustível, ainda há contrabando do produto para Corumbá.

Desde o dia 11, existe a expectativa da regularização do fornecimento de combustível para os postos bolivianos, o que não ocorreu. Na sexta-feira, houve uma discussão em Santa Cruz para que possam existir uma cota e um preço misto para a comercialização. 

A falta de combustível na Bolívia tem se agravado desde novembro do ano passado, por conta da falta de reservas cambiais para permitir a subvenção e a compra de combustíveis. Com o contrabando na fronteira, o cenário de escassez tem potencial para piorar no país vizinho.

O Decreto Supremo nº 5.271, aprovado na noite de quarta-feira, autorizou que não só o governo federal boliviano, mas também pessoas e empresas possam fazer a importação e a comercialização de diesel e gasolina.

Em coletiva de imprensa, o presidente em exercício da Agencia Nacional de Hidrocarburos (ANH), Klaus Frerking, declarou que o governo vai apoiar a iniciativa de o setor privado poder realizar a importação.

O debate sobre essa questão é que a venda é subvencionada no país vizinho por parte da administração pública federal, portanto, há a discussão sobre qual seria o preço praticado pela iniciativa privada.

“Nossa proposta é de um sistema misto, em que funcione toda a parte da importação com subvenção do Estado, mas também seja permitido que o setor privado possa importar e comercializar esse produto que tanto necessitamos. Como o setor produtivo precisa mais do diesel, sem diesel não vamos poder garantir toda a cadeia alimentícia do país”, reconheceu Frerking. 

CONTRABANDO

Enquanto esse debate vem ocorrendo antes de ser apresentado ao presidente da Bolívia, Luis Arce, e ministros, para, posteriormente, ocorrer a regulamentação, o que está ocorrendo na fronteira do Brasil com a Bolívia é a saída ilegal do combustível escasso e o contrabando para o território brasileiro, principalmente para Corumbá e a zona rural. 

A Polícia Federal (PF) tem investigado uma série de ações de contrabandistas na região pantaneira. Neste mês, a PF desencadeou uma operação para combater uma organização criminosa que usava embarcações para transportar combustível ilegalmente. 

Uma das suspeitas sobre a origem do diesel e da gasolina vendidos para fazendas e comunidades é de que parte dessa carga viesse da Bolívia. Essa prática já tinha sido identificada em fevereiro deste ano pela Polícia Federal. Durante fiscalização de rotina no Porto Geral, os agentes encontraram um caminhão sendo abastecido ilegalmente a partir de uma embarcação. Na ocasião, 20 mil litros de diesel foram apreendidos.

A reportagem do Correio do Estado apurou com funcionários da petrolífera estatal boliviana YPFB que atuam na região de Puerto Quijarro que há uma estimativa de que, diariamente, até 20 mil litros de gasolina são contrabandeados da Bolívia para o Brasil, via Corumbá. 

Essa prática ilegal tanto em território brasileiro como boliviano representa um comércio de milhões de reais. O litro da gasolina contrabandeada é vendido por cerca de R$ 5,00, valor abaixo dos R$ 7,08 praticado em postos de combustível. Para os cidadãos bolivianos, o valor do combustível não ultrapassa R$ 3,00, em função da subvenção federal.

DEMISSÕES

Além do contrabando e da falta de combustível na Bolívia, há registro de demissões no setor de transporte internacional em Corumbá. 

“A média de empregos diretos deve bater a faixa até 400 vagas, sem contar os empregos indiretos. Mas esses números de postos de trabalho eram do começo deste ano. Hoje temos uma redução porque, sem ter combustível na Bolívia disponível para os caminhões, o movimento caiu”, explicou Lourival Júnior, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística em Corumbá e Ladário (Setlog Pantanal).

Saiba

A falta de combustível na Bolívia tem se agravado desde novembro do ano passado por conta da falta de reservas cambiais para permitir a subvenção e a compra de combustíveis.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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