Cidades

"perdão pelo vacilo"

Em rede social, skatista diz que errou ao fingir doença e pede desculpa

Segundo a polícia, o skatista não está doente e fraudou documentos públicos.

g1

02/03/2015 - 06h00
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O skatista piauiense Zacarias Gondim, suspeito de estelionato, usou as redes sociais na noite de sábado (28) para dar sua versão sobre a campanha na internet pedindo dinheiro para financiar um tratamento contra leucemia. Na postagem, Gondim afirma que errou e pede perdão: às pessoas que doaram, às vítimas de câncer e à médica por fraudar um documento no nome da especialista. Segundo a polícia, o skatista não está doente, fraudou documentos públicos e arrecadou cerca de R$ 23 mil.

O jovem diz ainda que não quer manchar o nome do esporte e afirma que a população foi "induzida pela mídia".

"Queria deixar bem claro que eu não usei o dinheiro com (bebidas, drogas, roupas, orgias, festas) como a mídia relatou. Eu utilizei aproximadamente 800 reais em espécie para realizar um mielograma que custou 430 reais, 5 Hemogramas e transporte. Esses 800 reais foram doados em mãos. O dinheiro da conta foi usado ao todo 50,00. O golpista que todos acusa de estelionato usou 50,00$ para se transporta de um canto para o outro. Eu errei, não nego. Cara eu errei, mas não sou um estelionatário, não sou um drogado, até exame antidoping vou realizar", contou o Zacarias Gondim.

Até as 11h30 deste domingo (1º), a postagem havia sido curtida por 466 pessoas e tinha 16 compartilhamentos. A maioria dos comentários era de pessoas dizendo-se compreensivas com suas explicações.

Gondim iniciou o post relatando que há cerca de dois meses procurou ajuda médica após apresentar uma indisposição e dores de cabeça. Em seguida, ele critica o Sistema Único de Saúde (SUS) e relatou que tomou morfina sem ser recomendado.

"Queria relatar que fui medicado indevidamente, morfina só é usado em estágio terminal. Essa droga pode causar muitos danos ao paciente, como paralisias, crise de abstinência, paradas respiratórias, paradas cardíacas, dependência muito provável. E grandes danos ao longo dos anos. Fui medicado no mínimo sete vezes e as doses variavam de 5ml a 10ml de morfina", argumentou.

Pedidos de Perdão
Sobre o surgimento da campanha, o skatista revelOU que a mobilização começou após tentar rifar seu skate e com o dinheiro custear o tratamento de um câncer, que ele acreditava ter. Depois perdIU perdão às pessoas que ajudaram na campanha.

"Muitos amigos como; Alexandre, alex, nayara, André que realizaram outras campanhas, que correram atrás, ajudaram mesmo. Esses eu devo me desculpas, não só me desculpas, mas pedir perdão mesmo! Pessoas de boa Fe que queria só me ajudar e acabaram sendo criticados, eu digo a todos, essas pessoas são as pessoas mais corretas e sinceras que apareceu durante toda essa confusão. A sociedade deve desculpas a essas pessoas!", afirma.

Os pedidos de perdão se estendem ainda às pessoas que fazem tratamento contra o câncer, ao esporte e a médica. "Queria pedir perdão a todos que sofre de câncer, ou já sofreram, queria afirmar que em momento algum eu quis manchar o nome do skate. Queria pedir perdão a todos da família Skateboard, até aqueles que julgaram sem saber, eu entendo e talvez faria o mesmo diante tudo isso, queria pedir perdão aos amigos e às pessoas que queriam me ajudar, queria pedir perdão à médica e todos envolvidos", afirmou.

Sobre o descrédito a respeito de futuras doações a causas e pessoas necessitadas, Gondim diz que as pessoas devem continuar acreditando: "Queria pedir perdão a todos que doaram, que não deixe de acreditar no próximo, que acredite e ajude, porque ajudar é isso, é dar sem ver o que ou a quem", acrescentou o jovem.

Gondim encerra a postagem afirmando que lutará de cabeça erguida e que espera que a justiça de Deus se cumpra na vida dele e na vida de todos. “Agora estou abalado com tudo, continuo doente, sofro discriminação em hospitais, sofro ameaças, vou responder a um crime que não ouvi, mas quem disse que eu estou abatido? Quem disse que eu me sinto derrotado? Eu estou buscando forças no lugar certo, eu estou recorrendo a pessoa certa. Todo dinheiro está à disposição da justiça, assim como eu. Espero que a justiça de Deus se cumpra na minha vida e na vida de todos. Agora, já que vocês sabem do meu lado, sinta-se à vontade de falar, mas antes se ponha no meu lugar. Obrigado e bola pra frente!", finalizou.

 

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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