Cidades

MEXILHÃO DO PANTANAL

Embrapa estuda como controlar a proliferação

Embrapa estuda como controlar a proliferação

BRUNA LUCIANER

08/03/2011 - 10h08
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Começa com um bicho diferente aqui, uma plantinha diferente acolá. De repente, todo um ecossistema está desequilibrado por causa da inserção das chamadas espécies exóticas. O mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), por exemplo, entrou na América do Sul no início da década de 90, vindo da China, e alcançou a região do Pantanal por meio da hidrovia Paraguai-Paraná.
Hoje, há locais no Pantanal no quais a densidade do molusco chega a 35 mil indivíduos por metro quadrado, e para se espalhar por toda a Bacia do Alto Paraguai (BAP) é questão de tempo. A previsão é da pesquisadora Márcia Divina de Oliveira, doutora em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre da Embrapa Pantanal, que estuda a espécie desde 2002.
Entre outras ações, a pesquisadora e sua equipe mapearam as áreas de ocorrência do mexilhão na região e identificaram as com maior potencial para a espécie se desenvolver na Bacia. A presença do molusco na foz do Rio Cuiabá, por exemplo, evidencia que ele está se dispersando nos principais rios afluentes da BAP, como vem ocorrendo nos rios Miranda e Apa.
O problema é que as espécies exóticas competem com as nativas, muitas vezes prevalecendo por passar um bom tempo sem temer predadores. A fauna local, aos poucos, vai se adaptando: o pacu, por exemplo, tornou-se um exímio consumidor de mexilhão dourado, mas ainda não consegue controlar a rápida e intensa proliferação do molusco. “É praticamente impossível erradicar esses animais ou estimar quais serão os impactos ambientais a médio e longo prazo”, explica a pesquisadora da Embrapa.
Ainda segundo Márcia, a densidade do mexilhão dourado só não é maior no Pantanal graças à decoada, fenômeno natural que diminui a quantidade de oxigênio e aumenta a quantidade de CO2 na água. “A água de decoada mata o mexilhão em cinco dias, ajudando a controlar a população do molusco”, explica.


Prejuízos
Nada que se compare à necessidade de paralisação das turbinas da Usina Hidrelétrica de Itaipu, na Bacia do Paraná, para retirar os milhões de mexilhões presos às comportas, mas os ribeirinhos pantaneiros também têm lá seus prejuízos.
O molusco entope o sistema de refrigeração dos barcos, causando a queima do motor. É assim, aliás, pegando carona grudados nos cascos das embarcações, que eles se espalham rios acima, “tomando conta” da Bacia. As pesquisas e ações coordenadas pela dra. Márcia não pretendem erradicar a espécie. O objetivo é estudar maneiras de controlar a proliferação desordenada do mexilhão, analisando experiências realizadas em todo o País, inclusive na Bacia do Paraná.

Mais intrusos
O que pouca gente sabe é que algumas espécies de peixes encontradas corriqueiramente nos rios pantaneiros também não são naturais dessas águas. O tucunaré e o tambaqui, por exemplo, são peixes amazônicos, que chegaram à planície trazidos por piscicultores. “Há cerca de 20 anos, houve uma grande cheia e um tanque de piscicultura localizado no Rio Piquiri transbordou, espalhando as espécies por alguns rios do Pantanal”, relata a pesquisadora Débora Marques, da Embrapa Pantanal.
O tambaqui, apesar de exótico, consegue passar quase despercebido nos ecossistemas pantaneiros, pois possui os mesmos hábitos do pacu. Ambos são onívoros e podem gerar descendentes entre si, que recebem o nome de tambacu. O híbrido tambacu, por sua vez, mantém elevado grau de fertilidade e ajuda a espalhar as três espécies. Já o tucunaré possui hábitos mais específicos. Trata-se de um predador voraz, que se alimenta de filhotes de peixes, diminuindo as populações de animais que nunca se reproduziram. Também são extremamente territorialistas: não deixam nenhuma outra espécie passar pela área onde desovaram.
Mas, mesmo assim, não há relatos de grandes impactos ambientais, como extinção de espécies naturais, causada pela permanência do tucunaré nos rios pantaneiros. “A decoada também age no controle das espécies de peixes exóticos. É realmente uma defesa natural do Pantanal contra as espécies invasoras”, reitera a pesquisadora Débora.

Rede Limpa

Nova etapa de operação retira 24 mil metros de fios irregulares no Centro

Foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular e força-tarefa também deve ser expandida para bairros

07/12/2025 17h00

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande Foto: Divulgação / PMCG

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Em nova do Projeto Rede Limpa, cerca de 24 mil metros de cabos irregulares foram retirados de postes na região central de Campo Grande, neste domingo (7). Na primeira etapa da operação, realizada no dia 27 de novembro, foram retirados 15 mil metros de fios irregulares

Conforme a prefeitura, o foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular, sendo o quadrilátero central, formado pelas avenidas Mato Grosso e Afonso Pena e pelas ruas Calógeras e 13 de Maio.

A área foi escolhida após mapeamento técnico da concessionária de energia elétrica, a Energisa, que apontou que o local apresentou maior quantidade de instalações irregulares.

O ponto de partida da ação foi o cruzamento das ruas Treze de Maio e Barão do Rio Branco, às 7h. Os serviços se estenderam ao longo de todo o dia, com intervenções em 79 postes, sendo 28 na rua Treze de Maio, 35 na Calógeras e 16 na Afonso Pena.

A força-tarefa ainda terá outras etapas e deverá ser expandido para outros bairros de Campo Grande, embora ainda não haja cronograma definido.

Conforme a prefeitura, as ações ocorrerão de forma planejada, priorizando as áreas com maior concentração de irregularidades e risco à população.

Para o presidente do Conselho Regional do Centro, João Matos, a iniciativa atende a uma demanda histórica de comerciantes e moradores.

“O excesso de fios sempre foi uma preocupação no centro, tanto pela segurança quanto pelo impacto visual. Essa ação é muito bem-vinda e traz resultados concretos para quem vive e trabalha aqui”, afirmou.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que o objetivo da retirada da fiação irregular não é apenas uma questão estética.

"O Rede Limpa é, sobretudo, uma ação de segurança e organização urbana. Estamos cuidando da cidade, prevenindo riscos e garantindo mais tranquilidade para quem circula pelo centro”, afirmou.

Adriana Ortiz, representante da Agência Estadual de Regulação (Agems), disse que a ação também tem caráter regulatório e de fiscalização.

“Essa operação é resultado de um trabalho técnico e integrado, que busca garantir que as normas sejam cumpridas e que os serviços prestados à população ocorram com segurança e qualidade”, declarou.

Já o gerente da Energisa, Moacir Costa, explicou que todas as operadoras foram previamente comunicadas com antecedência sobre a realização da ação deste domingo.

“As empresas credenciadas junto à Energisa foram notificadas antes da primeira etapa e novamente comunicadas nesta semana. O objetivo é corrigir irregularidades e organizar a ocupação dos postes de forma adequada e segura”, pontuou.

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto, foram vistoriados 43 postes, com a retirada de cerca de 15 mil metros de fios irregulares, um resultado considerado positivo.

A ação dessa fase teve início no quadrilátero formado pelas avenidas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras. Também foram incluídas ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.

Foram atendidos 21 postes na Rua 13 de Maio e 22 na Avenida Calógeras. Em média, foram removidos cabos de 12 pontos por poste. As equipes iniciaram os trabalhos às 22h, horário escolhido para minimizar impactos no trânsito e na circulação de pedestres.

Após a limpeza dos postes, haverá rondas preventivas pelas forças de segurança para evitar novas ligações clandestinas.

A operação contou com a participação da Agência Estadual de Regulação (Agems) e da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semades), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

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