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Empreiteira novata em MS fará o anel viário de Bonito

Empreiteira cearence, que não até hoje não havia vencido nenhuma licitação do Governo de MS, deve ser declarada vencedora do projeto de R$ 50,7 milhões

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Menos de dois meses depois de declarar fracassada a licitação para construção do anel viário de Bonito, o Governo do Estado praticamente concluiu o novo certame e agora só falta declarar oficialmente o nome da vencedora, a empreiteira cearense Cosampa Construções. 

Reivindicada há pelo menos uma década, a construção de uma anel viário de 7,6 quilômetros para retirada do tráfego pesado da região central da cidade turística vai consumir pelo menos e R$ 50.719.251,28. O valor ficou 1,1% abaixo do máximo estipulado no edital, que era de R$ 51.285.390,58. 

Inicialmente, a divulgação do vencedor da disputa estava prevista para o dia 21 de julho, conforme cronograma da Agesul. Porém nenhuma empresa cumpriu as exigências e o certame teve de ser reiniciado. 

Naquela data, a Agegul informou que "a licitação foi considerada fracassada, pois nenhuma das empresas participantes atendeu aos critérios de habilitação exigidos no edital".  

Na disputa inicial, seis empresas, sendo uma de Mato Grosso, duas de Goiás e três de Minas Gerais, chegaram a manifestar interesse em executar a obra, que teve o valor máximo estipulado em R$ 52.185.390,58, valor que é R$ 900 mil acima daquilo que foi definido como valor máximo nesta segunda licitação. 

Entre as que apresentaram interesse na primeira licitação estava a Construtora Caiapó, uma das maiores empreiteiras de Goiás e que está à frente de grandes obras em Mato Grosso do Sul, como a pavimentação da BR-419 e da construção da alça de acesso à ponte do Rio Paraguai, em Porto Murtinho.

A empreiteira também integra o consórcio liderado pela XP Investimentos, que está prestes a assinar o contrato de concessão dos 870 quilômetros da chamada Rota da Celulose. No leilão do dia 8 de maio, o consórcio ficou em segundo lugar, mas entrou com recurso administrativo para desbancar o vencedor e o Governo do Estado deu ganho de causa ao segundo colocado. 

No segundo certame realizado em Bonito, a Caiapó ficou de fora. Desta vez, porém, quem manifestou interesse foi a Conter, outra empresa que faz parte do consórcio que vai cobrar pedágio em três rodovias do Estado. 

Mas, a vencedora foi a empreiteira cearense que até agora não havia vencido nenhuma licitação realizada pelo Governo do Estado. No início da disputa, oito empreiteiras chegaram a demonstrar interesse pela obra. Cinco delas, porém, não chegaram a entregar a documentação exigida e somente três passaram à fase de apresentação das propostas financeiras, conforme a ata da licitação disponível no site da Agesul. 

Importância

Diariamente passam pela região central de Bonito em torno de 500 caminhões procedentes da região de Jardim e com destino a cidades como Bodoquena e Miranda. E por conta disso a construção do anel viário está sendo reivindicada pela prefeitura desde 2015. 

Traçado em azul mostra região por onde serão construídos os 7,6 quilômetros de asfalto

Projeto do contorno rodoviário está concluído há mais de três anos. Em 2022 foi aprovado o novo traçado da rodovia, contornando a cidade pela região sul e passando por uma área ocupada irregularmente por cerca de 60 famílias, que terão de ser realocadas. 

Conforme o projeto original, a obra prevê ampliação e implantação de rotatórias, pista dupla com redutores de velocidade, passarelas de pedestre, ciclovia e passagem de fauna e gado (em trechos que passam por propriedades rurais). Também será construído um túnel sobre a Estrada Boiadeira, antigo corredor de boiada e considerada patrimônio cultural municipal. 

Turismo em alta

Conforme o Observatório do Turismo e Eventos de Bonito (OTEB),  município recebeu 142.854 turistas no primeiro semestre de 2025. Foi o melhor desempenho em dez anos e 7,43% acima do mesmo período de 2024.

Estima-se que, do total de visitantes que estiveram em Bonito e região em junho de 2025, 15,3 mil  desembarcaram no aeroporto local..

Números indicam que os atrativos turísticos do município receberam 437.447 visitas no primeiro semestre deste ano, crescimento de 4,9% em comparação ao mesmo período de 2024, que teve 417.065 visitações.
 

Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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