Cidades

Violência

Enterro de Playboy tem
coroas de flores de traficantes
e ônibus fretados

Enterro de Playboy tem
coroas de flores de traficantes
e ônibus fretados

Folhapress

10/08/2015 - 02h00
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Cinco ônibus levaram moradores do morro da Pedreira, zona norte do Rio, ao enterro do traficante Celso Pinheiro Pimenta, 33, conhecido como Playboy, neste domingo (9).

Considerado um dos criminosos mais procurados do Rio, Playboy foi morto por policiais no sábado (8), no morro da Pedreira, de onde chefiava o tráfico de drogas pela facção conhecida como ADA (Amigos dos Amigos) e uma quadrilha de roubo de cargas.

O apelido Playboy era uma referência ao fato de ter nascido em família de classe média e estudado em colégios particulares de Laranjeiras, zona sul do Rio.

O enterro ocorreu às 15h, no cemitério do Catumbi, centro do Rio. O local fica aos pés dos morros da Mineira, Coroa e São Carlos, comunidades controladas pela facção que era chefiada por Playboy e que enviou três coroas de flores ao local.

O velório teve um total de três mil flores, distribuídas em sete grandes coroas, em um padrão pouco visto no cemitério. A Folha apurou que os arranjos usados não constavam do catálogo da floricultura local e cinco deles foram encomendados especialmente para a ocasião pelos traficantes.

Nas faixas dos arranjos está escrito "saudades dos Amigos", em alusão à facção criminosa. Cada arranjo, de 1,10 metro de diâmetro, custou R$ 500.

A funerária São Geraldo, responsável pelo enterro, não quis divulgar o preço do caixão, mas um funcionário afirmou que é um dos mais caros. "[Custou] Entre R$ 10 e R$ 20 mil. Conta com madeira nobre, e o pagamento foi em dinheiro", disse ele, que pediu anonimato.

Playboy foi sepultado em um túmulo individual, ao custo de R$ 550, o mais caro para quem não dispõe de jazigo no cemitério.

Cinco ônibus foram fretados para levar moradores das favelas Pedreira e da Lagartixa ao enterro. A Polícia Militar reforçou a segurança no cemitério já que traficantes presos, que receberam indulto de dia dos pais, poderiam comparecer ao local.

Playboy era considerado um traficante carismático por moradores das favelas em que atuava. Costumava distribuir remédios, botijões de gás e cestas básicas à população. Uma recompensa de R$ 50 mil por informações que levassem a sua captura era oferecida pelo Disque Denúncia.

O traficante possuía um perfil na rede social, onde interagia com moradores e fazia enquetes com traficantes do seu bando sobre quais comunidades deveriam invadir.

Também em redes sociais, ele costumava chamar traficantes de facções rivais para o seu bando e criou o bordão "vem que o muro está baixo", para dizer que não haveria resistência caso alguém quisesse mudar de facção.

Gostava de se relacionar com menores de idade. Sua morte ocorreu na casa de uma das namoradas, de 14 anos. Segundo a polícia, o traficante reagiu à aproximação policial e foi morto com dois tiros.

CRIMES
Quando serviu ao Exército, Playboy roubou armas e munições do paiol e entregou a traficantes do morro do Dendê, zona norte do Rio, onde virou gerente do tráfico, aos 19 anos.

O traficante era acusado de comandar ações ousadas, como o roubo de 193 motos em um depósito do Estado, em dezembro de 2014. As motocicletas estavam dentro de um depósito de uma empresa que presta serviço para o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio), órgão do governo do Estado.

No mesmo ano, expulsou cerca de 80 famílias de um conjunto do programa Minha Casa Minha Vida. Os apartamentos foram ocupados pelos bandidos.

Ele foi condenado a 15 anos e oito meses de prisão por tráfico de drogas, roubo e homicídio qualificado. Há seis meses, disse à revista "Veja" que pensava em se entregar. "Todas as informações que eu tenho são de que a polícia não quer me prender, quer me matar", afirmou na época.

MEIO AMBIENTE

Pedreira do São Francisco vira caso de Justiça por riscos à saúde e à segurança

Terreno sem uso adequado favorece proliferação de doenças, viola normas urbanísticas e pode ser esconderijo de criminosos

19/05/2025 09h00

Pedreira do Bairro São Francisco é propriedade privada, mas está

Pedreira do Bairro São Francisco é propriedade privada, mas está "abandonada" há 50 anos Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ingressou com ação civil pública contra a El Kadri Participações e Investimentos Mobiliários Ltda., por causa do abandono de uma área de 27 mil metros quadrados localizada no Bairro São Francisco, em Campo Grande, também conhecida como Pedreira do São Francisco, Pedreira Nasser ou Buracão.

A promotora de Justiça Andreia Cristina Peres da Silva pede à Justiça que o proprietário da área dê uma destinação ao local, seja comercial, seja residencial, e também algumas destinações imediatas, como, por exemplo, protocolar um Plano de Recuperação de Área Degradada (Prada), requerendo o licenciamento ambiental do local, além do calçamento de todo o entorno do imóvel, execução de rampas de acessibilidade nas calçadas, construção de um muro para cercar todo o terreno e uma medida considerada de extrema urgência: a remoção de todo o lixo existente dentro e ao redor do imóvel, para evitar a proliferação de doenças. O MPMS ainda pede para que o juiz determine a poda da vegetação do local.

A promotora de Justiça narra que o imóvel foi objeto de extração mineral no século passado e que a atividade de lavra cessou na década de 1970. Ela fala em descaso por parte dos proprietários.

“Há cerca de 50 anos o imóvel está em completo abandono”, afirma.

Até este ano, segundo a integrante do MPMS, não foi feita a recuperação da área, que está totalmente degradada.

“Entre os problemas relatados, destaca-se o acúmulo de lixo, que se torna foco de doenças, falta de segurança no entorno, já que a ausência de manutenção por parte do proprietário e o crescimento descontrolado da vegetação favorecem o esconderijo de criminosos, facilitando a ocorrência de furtos e delitos na região”, afirma a promotora de Justiça na ação civil pública.

“Constatou-se, ainda, a proliferação de animais peçonhentos, fauna sinantrópica (ratos, pássaros, entre outros), baratas e mosquitos transmissores da dengue, agravando o risco à saúde pública”, relata Andreia Cristina.

Acidentes 

O MPMS ainda cita acidentes que ocorreram nos últimos anos, alguns deles fatais.

“A cerca do entorno do lote é precária, composta por trechos de alambrado e arame farpado, e em diversos pontos críticos – especialmente nas proximidades do barranco da pedreira, com altura estimada entre 6 metros e 8 metros, localizado na esquina da Rua Amazonas com a Rua Pedro Celestino – não há qualquer forma de isolamento ou proteção, circunstância que já foi responsável por acidentes fatais”, afirma.

“No terreno examinado foram encontrados resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos, ao que tudo indica, descartados por transeuntes, os quais servem de atrativo para a fauna sinantrópica, que pode causar danos à saúde humana. As condições em que o terreno se encontra podem ainda colocar em risco de acidente os transeuntes, dada a invasão de vegetação no passeio público e a presença de canteiros de alvenaria com mato na calçada, além dos declives existentes”, informa trecho de perícia feita pelo Instituto de Criminalística em 2023.

“Frisa-se que, em alguns pontos, a calçada se encontra intransitável. O terreno, da forma em que se encontra, pode ainda servir de abrigo para autores de delitos, haja vista a falha no cercamento e obstrução da iluminação pública pela vegetação”, acrescenta o Instituto de Criminalística, em laudo anexado à ação civil pública.

A promotora de Justiça ainda lembra da função social da propriedade, prevista na Constituição e reiterada no Plano Diretor de Campo Grande. Ela inclusive cita trecho de obra do jurista León Duguit: “Se não a cumpre (a função social) ou a cumpre mal, se, por exemplo, não cultiva a terra ou deixa arruinar-se sua casa, a intervenção dos governantes é legítima para obrigá-lo a cumprir sua função social de proprietário, que consiste em assegurar o emprego das riquezas que possui conforme seu destino”.

Ela ressalta que na região onde está localizada a pedreira, a MZ1, “o proprietário do solo não edificado ou subutilizado, a contar da vigência deste PPDUA (Plano Diretor), deverá cumprir a função social da propriedade urbana, conforme determina o Estatuto das Cidades, com a utilização compatível de usos que promovam o adensamento e a urbanização, sob pena da aplicação das sanções previstas na legislação pelo seu descumprimento”, afirma.

Uma das sanções previstas no Estatuto das Cidades seria até mesmo a desapropriação da área. 
Como a ação civil pública foi distribuída neste fim de semana à 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, ainda não há nenhuma decisão sobre o processo.

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Cidades

Criador de 44 galos de rinha leva multa de R$ 132 mil em Campo Grande

O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil

19/05/2025 08h45

Criador de 44 galos de rinha leva multa de R$ 132 mil em Campo Grande

Criador de 44 galos de rinha leva multa de R$ 132 mil em Campo Grande Divulgação/ PMA

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Um homem foi preso após ser flagrado no último domingo (18) promovendo rinhas de galo no bairro Jardim Tarumã, em Campo Grande, além de ser multado em R$ 132.000,00.

A fiscalização foi feita depois de uma denúncia anônima. Ao chegarem no local, equipes de policiais militares ambientais se depararam com a rinha acontecendo, neste momento, diversos participantes estavam assistindo e realizando apostas.

Ao todo foram encontrados 44 galos que, além de feridos pelas disputas nas lutas, também eram mantidos em condições inadequadas, sem oferta de água e alimento, caracterizando situação de maus-tratos, conforme prevê a legislação ambiental vigente.

Também foi constatada a existência de uma espécie de arena de alvenaria, o que indica que esse tipo de evento é recorrente, considerando a estrutura fixa montada para as rinhas. 

O responsável pelo local assumiu a realização do evento e a propriedade dos animais, ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil. 

A rinha de galos é uma prática criminosa e extremamente cruel, na qual os animais são forçados a lutar, muitas vezes até a morte, frequentemente sob efeito de substâncias estimulantes para prolongar os combates. 

Também são utilizados esporões artificiais, que agravam os ferimentos, especialmente em animais que já perderam os esporões naturais em lutas anteriores. 

Crime

De acordo com o decreto nº 50.620, de 18 de Maio de 1961 é proibido em todo o território nacional, realizar ou promover "brigas de galo" ou quaisquer outras lutas entre animais da mesma espécie ou de espécies diferentes.

Fica proibido, realizar ou promover espetáculos cuja atração constitua a luta de animais de qualquer espécie.

As autoridades promoverão o imediato fechamento das "rinhas de galos" e de outros quaisquer locais onde se realizam espetáculos desta natureza, e cumprirão as disposições referentes à punição dos infratores, e demais medidas legais aplicáveis. 

Onde denunciar ?

Delegacias de polícia – O boletim de ocorrência pode ser registrado em qualquer delegacia de polícia, inclusive eletronicamente, haja vista que muitas delegacias já dispõem do serviço de registro em seus sites.

Alguns municípios e estados possuem, inclusive, delegacias especializadas em meio ambiente ou na defesa animal, como é o caso do município de Campo Grande em que as denúncias devem ser feitas à DECAT (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) através do telefone (67) 3325-2567 / 3382-9271 ou diretamente pelo endereço Rua Sete de Setembro, nº 2.421 – Centro. Em caso de dúvidas pode-se entrar em contato por meio do e-mail [email protected].

Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande – MS – É possível realizar denúncias através do telefone (67) 3313-5000 / (67) 3313-5001 todos os dias e durante até às 21:00 durante a semana, sábado, domingo e feriado das 07:00 às 22:00. Ouvidoria SUS (67) 3314-9955 em horário de expediente da prefeitura. E também as denúncias podem ser realizadas de forma presencial na própria sede do Centro de Controle de Zoonoses.

Ministério Público – A denúncia de prática maus-tratos contra animais pode ser feita diretamente ao Ministério Público, que tem autoridade para propor ação contra os que desrespeitam a Lei de Crimes Ambientais. O registro pode ser feito pelo site do Ministério Público Federal ou pelas ouvidorias dos Ministérios Públicos estaduais.

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