A região urbana Bandeira, onde está localizado o Bairro Tiradentes, foi a localidade de Campo Grande que registrou o maior aumento de índices de violência neste ano, segundo dados que medem a segurança pública da Capital, utilizados pela inteligência da polícia.
Conforme números da Superintendência de Inteligência em Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) repassados ao Correio do Estado com exclusividade, neste ano, a região dos bairros Moreninhas, Universitário e Tiradentes registrou aumento em 4 dos 12 tipos de ocorrências levados em consideração no ranking de segurança nas regiões urbanas.
Nessa região, houve crescimento no número de homicídios dolosos, homicídios culposos no trânsito, roubos ao comércio e roubos a residências. No caso das outras regiões Centro, Prosa e Segredo houve mais registros positivos, dos 12 tipos de ocorrência, apenas 2 registraram aumento.
Em comparação aos dados do ano passado, em um período de janeiro a setembro, os homicídios dolosos passaram de 11 para 16, um aumento de 45,5%. Já o roubo em comércio teve um leve aumento e está 33,3% maior, assim como o roubo em residência, que subiu 22,2%. No caso do homicídio culposo no trânsito, foi registrado acréscimo de 40%.
Apesar do aumento de casos de um ano para o outro, o total de ocorrências na região é baixo em comparação com outras áreas. Na região Bandeira, foram registradas 12 ocorrências de roubo ao comércio e 11 em residências.
Em números absolutos, a região Bandeira é a terceira da Capital onde há mais casos de furtos neste ano. De acordo com os dados da Sejusp, foram registrados 1.529 casos no ano passado, foram 1.886 ocorrências.
Apesar do aumento, a região com o maior número de ocorrências continua sendo o Anhanduizinho, que também é a mais populosa.
OCORRÊNCIAS
Em setembro, um rapaz foi arrastado por cinco metros na Travessa da Percussão após ter o carro roubado durante a madrugada no Bairro Tiradentes. A vítima estava com o veículo parado em uma rua quando foi abordada e agredida por dois homens.
O rapaz foi golpeado com socos e chutes, sendo forçado a sair do carro. Após os criminosos entrarem no veículo, o rapaz tentou entrar novamente no carro, mas um dos assaltantes segurou a porta, arrastando a vítima pela rua.
No Bairro Tiradentes também há indícios de ocorrer venda de drogas nas ruas, em locais popularmente conhecidos como beco.
A escalada da insegurança no local fica pior no período da noite, já que também há relatos da permanência de usuários de drogas na região, por conta do comércio de entorpecentes.
Em outubro, um rapaz teve a sua casa roubada no Tiradentes. Conforme o registro policial, três homens invadiram a residência da vítima. O caso ocorreu durante a madrugada.
Segundo a vítima, os três homens estavam encapuzados e armados com facas e fugiram pelo portão da residência. Ainda conforme o relato da vítima, para terem acesso à casa, os homens forçaram o portão de elevação e quebraram o cadeado.
Apesar do aumento na maioria dos índices, caiu o número total de roubos (somando via pública, residência, comércio, seguido de morte e veículos). Neste ano, foram 187 ocorrências, índice 36,2% menor em comparação aos 293 casos no ano passado.
ANHANDUIZINHO
Região mais populosa de Campo Grande, o Anhanduizinho, também é a que concentra o maior número de registros policiais Porém, segundo os dados da Sejusp, a região onde está localizado os bairros Aero Rancho, Los Angeles, Lageado, Jockey Club e Guanandi tiveram quedas expressivas em vários índices, como no total de roubos (somando via pública, residência, comércio, seguido de morte e veículos), que caiu 42,3%, saindo de 589 no ano passado para 340 neste ano, e de furtos (somando residência e veículos), que caiu 21,6%, passando de 3.068 para 2.405.
Nessa área, três índices tiveram aumento, mas dois deles cresceram em apenas um registro, como o caso dos roubos à residência, que aumentou de 20 para 21, e dos roubos seguidos de morte, que neste ano registrou apenas um caso contra nenhum no ano passado.
O único aumento mais expressivo na região foi em relação ao furto a veículos, que passou de 255 para 350, representando um aumento de 37,3%.
ESTATÍSTICAS POSITIVAS
No caso do Centro, o reforço de segurança alinhado com operações fez com que a região se tornasse o local com maior aumento de segurança em Campo Grande.
Em um contexto geral, entre janeiro e outubro deste ano, Campo Grande registrou 1.666 roubos. No ano passado, ocorreram no mesmo período 2.653 casos, demonstrando uma diminuição de 37%.
Com relação aos furtos, neste ano, a ocorrência na Capital está 20% menor. Até outubro, foram 12.128 registros em 2023, foram 15.234 casos.
A redução de crimes também é observada no contexto estadual.
Conforme reportagem do Correio do Estado, levando em consideração a série histórica de 10 anos nos casos de roubo e furto no Estado (2014-2024), em comparativos de janeiro a abril, Mato Grosso do Sul têm neste ano os menores registros de roubos da última década.Segundo as estatísticas, neste período informado, 2017 foi o ano com mais casos de roubos no Estado.
Saiba
Considerado pela Sejusp como uma das ocorrências que mais impactam a população, o roubo de residências, que se enquadra nos crimes contra o patrimônio, foi um dos crimes que mais registrou queda em janeiro e fevereiro deste ano em toda a Capital.