Com o já citado aumento de ataques de escorpião em Ribas, o animal peçonhento fez mais três vítimas neste fim de semana, sendo uma destas uma criança na madrugada de hoje (25), caso que acontece há cerca de um mês da morte de Pyetro Gabriel que faleceu em 22 de agosto, aos cinco anos, uma semana após a picada.
Desta vez a vítima foi uma criança de apenas três anos, que acordou aos gritos durante a madrugada desta segunda-feira (25), com um escorpião amarelo ferroando várias vezes suas costas, conforme apuração do portal local Notícias do Cerrado.
Num primeiro momento a família da menina buscou atendimento no Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues, para a criança receber o soro antiescorpiônico, conseguindo a transferência com urgência para a Capital.
Semelhante ao mês de agosto, em que Ribas registrou três ataques de escorpião em um único fim de semana (o que vitimou Pyetro; um idoso e mais outra criança), o caso do pequeno de três anos não ficou isolado, já que dois adultos, um homem de 46 anos e uma mulher, também foram vítimas, com os mais velhos medicados e passando bem.
Ataques em dados
Clima mais quente e também úmido, são propícios para acidentes com animais peçonhentos. Diante da morte de Pyetro, ainda em 22 de agosto, o Correio do Estado relatou que o município já apontava para 15 acidentes com escorpião, registrados entre janeiro e agosto.
Conforme balanço de notificações de acidentes por escorpião, entre 2020 e 2023, no Mato Grosso do Sul - compilados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) - este ano já tem o pior primeiro trimestre dos últimos três anos.
Em números de vítimas por ano, cada primeiro trimestre registrou:
- 2020: 1.092 casos
- 2021: 812 casos
- 2022: 1.194 casos
- 2023: 1.246 casos
Sendo que em 2022 o Estado confirmou 3.205 ataques de escorpião, pelo balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES), somados os casos do primeiro semestre deste ano (2.234), até julho, 2023 já estava a 971 casos de distância da marca registrada no ano passado, quando Mato Grosso do Sul bateu os 3.205 ataques de escorpião.
Proteja-se de escorpiões
Conforme a própria Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), escorpiões costumam se alojar no esgoto e encanamentos, mas também podem ser encontrados em frestas e rachaduras de paredes e pisos; caixas de passagem elétrica e pluviais; entulhos e materiais acumulados nos imóveis.
Por isso, certos hábitos ajudam a afastar esses animais que se beneficiam do calor e umidades, como, por exemplo:
- Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades;
- Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e as) junto a paredes e muros das construções. Manter a grama aparada;
- Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, numa faixa mínima de um a dois metros das casas;
- Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
- Não pôr as mãos em buracos sob pedras e em troncos podres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea;
- Usar calçados e luvas de raspas de couro;
- Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos destes animais apresentam hábitos noturnos;
- Usar telas em ralos de chão, pias e tanques;
- Combater a proliferação de insetos, alimento principal dos escorpiões;
- Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vão entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas;
- Afastar as camas e berços das paredes, evitar que roupas de cama e mosquiteiros se encostem ao chão. Não pendurar roupas nas paredes;
- Examinar camisas, blusas e calças antes de vestir. Inspecionar sapatos e tênis antes de usá-los;
- Acondicionar lixo domiciliar em recipientes que possam ser mantidos fechados para evitar baratas, moscas ou outros insetos de que se alimentam os escorpiões;
- Preservar os inimigos naturais: aves de hábitos noturnos - coruja, joão-bobo, lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, quatis, etc. (na zona rural).
Caso os animais sejam localizados durante limpeza e antes que aconteça um ataque, o Centro de Controle de Zoonoses poderá identificar a espécie e passar as orientações de manejo, com contato através dos telefones 3313-5000 ou 2020-1796. Em caso de ataque, a recomendação é buscar o hospital de referência mais próximo e com urgência.