Cidades

arranhão no ecoturismo

Esgoto volta a atingir o principal rio de Bonito e empresa leva outra multa

Juntas, as duas punições somam R$ 800 mil. Inicialmente os dejetos atingiram o Córrego Bonito, que desemboca no Rio Formoso

Continue lendo...

Sete meses depois de ser multada em R$ 300 mil por conta de um vazamento de esgoto que acabou atingindo o Rio Formoso, o principal da região turística de Bonito, a  concessionária Ambiental MS Pantanal voltou a ser multada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Militar Ambiental pelo mesmo problema. Desta vez, a multa foi um pouco maior, de R$ 500 mil.

Assim como havia acontecido em março, novamente o vazamento de esgoto atingiu o córrego Bonito, que corta a região central da cidade, e deságua no Formoso. De acordo com nota divulgada pela PMA, a multa foi aplicada depois de denúncia recebida por telefone.

E, segundo esta denúncia, “no local ocorria há algum tempo extravasamento de esgoto, na caixa de inspeção”. Neste local, de acordo com a PMA “há várias caixas de inspeção localizadas nas duas margens do curso d'água, que nasce em uma área brejosa. No entanto, apenas uma delas apresentava vazamento, inclusive com a presença de um forte odor fétido e o extravasamento de esgoto seguindo diretamente para o curso d’água”

Políciais ambientais flagraram vazamento de grande volume de esgoto que inicialmente atingia o Córrego Bonito e depois chegava ao Rio Formoso

“Diante dos fatos, foi arbitrada uma multa no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), conforme previsto no Artigo 62 do Decreto Federal nº 6.514/2008”, informou a PMA. Imagem divulgada pela polícia mostram que no local havia uma espécie de chafariz de esgoto. 

Ainda de acordo com a Polícia Ambiental, “o problema foi sanado durante a vistoria, pois uma equipe da empresa responsável pelo local compareceu para iniciar os reparos na estrutura”. 

Em 22 de março a PMA constatou vazamento de esgoto às margens do mesmo córrego e o caso está sendo alvo de inquérito do Ministério Público Estadual. 

Este córrego tem cerca de 14 quilômetros e desemboca no Rio Formoso cerca de três quilômetros acima do atrativo turístico Balneário do Sol, um dos mais movimentados de Bonito. Um pouco mais abaixo está outro importante ponto turístico, o Ecoparque Porto da Ilha.

Em justamente por poluir o principal rio da região é que os policiais ambientais aplicaram multa pesada, pois entenderam que o vazamento estava gerando risco à saúde dos turistas que frequentam aqueles locais.

E, assim como ocorrera em março a concessionária atribuiu a culpa pelo vazamento aos usuários do serviço. “A Ambiental MS Pantanal informa que, na manhã da última quinta-feira (17/10), foi acionada pela Secretaria de Meio Ambiente de Bonito devido à ocorrência de um vazamento de efluente no bairro Portal do Rio Formoso, causado pelo uso inadequado da rede coletora de esgoto”, informou a empresa por meio de nota.

E, “assim que tomamos conhecimento da situação, uma equipe foi imediatamente deslocada ao local para realizar a desobstrução da rede de esgoto que foi causada pelo lançamento indevido de materiais na rede de esgoto”, continuou a empresa. 


FATURAMENTO MILIONÁRIO 

A MS Pantanal, que pertence ao Grupo Aegea, o mesmo que controla a Águas Guariroba de Campo Grande, foi contratada em 2021 pelo Governo do Estado para coletar e tratar o esgoto de 68 municípios do interior nos quais a Sanesul atua. 

Por mês, conforme dados relativos a 2023 divulgados pela Sanesul, esta empresa privada recebe em torno de R$ 7 milhões para coletar e tratar os dejetos. 

Considerada a capital do Ecoturismo de Mato Grosso do Sul, o município de Bonito  recebeu 313 mil turistas ao longo do ano passado. E a tendência é de que neste ano o número seja superado, pois nos primeiros seis mes a cidade recebeu 163.920 turistas, conforme dados oficiais coletados pela prefeitura. 
 

Pesquisa

Instituto inicia captura e monitoramento de antas urbanas em Campo Grande

Os pesquisadores querem entender os efeitos do ambiente urbano nos animais, e os trabalhos irão até o dia 15 de novembro

01/11/2024 17h15

Divulgação INCAB-IPÊ

Continue Lendo...

Após monitorar a anta que ficou conhecida como "Duro de Matar", um macho que é constantemente avistado no perímetro urbano, dois projetos se uniram para capturar e microchipar outros animais.

Essa é a quarta campanha de captura, que teve início no dia 31 de outubro e vai até o dia 15 de novembro.

Participam da ação a Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira (INCAB) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Projeto Ipê), com uma equipe multidisciplinar.

O objetivo é coletar amostras biológicas para entender a situação de saúde dos animais que circulam em Campo Grande.

A necessidade do Projeto Antas Urbanas surgiu em 2021, devido ao avistamento dos animais na Capital sul-mato-grossense.

A captura está sendo feita com o uso de duas armadilhas, que estão na região do Parque Estadual Matas do Segredo, e já capturou duas antas.

O projeto está ocorrendo de maneira participativa com a população, para o levantamento de avistamentos e coleta de dados, assim como a criação de um grupo no WhatsApp, em que os pesquisadores são informados em tempo real quando uma anta circula pelas ruas da Cidade Morena.

Com isso, a equipe pretende criar um banco de dados de monitoramento da área de circulação dos animais pela cidade.

A anta é o maior mamífero terrestre da América do Sul.

"O Projeto Antas Urbanas começou porque víamos frequentemente notícias na imprensa e recebíamos relatos sobre avistamentos de antas em Campo Grande. Os locais em que esses avistamentos ocorriam, em alguns casos em regiões centrais da capital, foram o que mais nos chamou a atenção", contou a conservacionista e coordenadora da INCAB-IPÊ, Patrícia Medici, e completou:

"Além disso, o projeto surgiu para aproximar a população campo-grandense da INCAB; afinal, é a cidade onde estamos sediados."

Divulgação INCAB-IPÊ

Antas monitoradas

A anta mais famosa em Campo Grande, que é monitorada pelo INCAB-IPÊ, ficou conhecida como "Duro de Matar".

O macho, que tem cerca de oito anos, foi a primeira anta urbana capturada pelo projeto.

Duro de Matar foi encontrado com a pata presa em um cabo de aço de caçadores e, após o resgate, foi encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).

Muito embora tenha conseguido se recuperar do ferimento que quase arrancou sua perna, os sinais seguem presentes e, por isso, ele caminha mancando, o que acabou virando um fator de identificação tanto para pesquisadores quanto para populares.

Após ser liberado, Duro de Matar foi monitorado por um ano. O outro animal capturado, que recebeu o nome de Morgano, é um macho subadulto que passou por um exame físico completo e ganhou um colar de monitoramento remoto.

Áreas Verdes

O Instituto ressalta que, embora Campo Grande tenha grandes áreas arborizadas, o estudo da condição de saúde das antas é fundamental para entender a exposição da espécie, que está ameaçada de extinção, nesses ambientes.

Elementos como:

  • contaminação por químicos;
  • poluição e lixo;
  • transmissão de doenças para antas expostas a seres humanos e animais domésticos;
  • colisão veicular;
  • caça;
  • ataques de cachorros.

Viu uma anta? Saiba o que fazer:

  • Respeite o limite do animal silvestre e mantenha distância;
  • Lembre-se de que, embora esteja em perímetro urbano, a anta é um animal selvagem;
  • Caso se sinta contida ou ameaçada, pode atacar;
  • Não alimente o animal e impeça que outras pessoas façam isso;
  • Caso o animal esteja em um local que apresente riscos para si mesmo ou para a população, entre em contato com os órgãos responsáveis – Polícia Militar Ambiental, CRAS ou CETAS;

Caso você veja alguma anta, avise a equipe do INCAB-IPÊ por meio do WhatsApp (67) 99189-7817 ou pelas redes sociais @incab.brasil.

Assine o Correio do Estado

Dados alarmantes

Outubro traz chuvas abaixo da média histórica para mais de 30 cidades de MS

Cerca de 12 municípios do estado registraram chuvas acima da média. O destaque foi para São Gabriel do Oeste, que acumulou 256,4 mm de chuva no mês, o que representa 95% acima da média

01/11/2024 16h45

Calor extremo e baixa umidade marcaram o mês de outubro em MS

Calor extremo e baixa umidade marcaram o mês de outubro em MS Foto: Gerson Oliveira

Continue Lendo...

De acordo com os dados de análise das condições ambientais do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), dos 43 municípios de Mato Grosso do Sul, 12 registraram chuvas acima da média histórica, enquanto 31 cidades do estado tiveram chuvas abaixo da mídia.

O relatório divulgado nesta sexta-feira (1º) mostra que as chuvas no estado ficaram abaixo de 100 milímetros em diversas regiões.

No interior do estado, as chuvas ficaram abaixo da média histórica, com valores variando entre 30 e 60 mm, principalmente nas regiões pantaneira, leste e do bolsão.

Já nas regiões central, norte e sul do estado, as chuvas variaram entre 90 e 180 mm, representando valores acima da média histórica durante outubro.

De acordo com os estudos sobre as condições adversas, a única anormalidade nessa região foi em São Gabriel do Oeste, que registrou 256,4 mm de chuva acumulada no mês, o que representa 95% acima da média histórica.

No caso de outros municípios na região, registraram chuvas abaixo de 100 mm. 


Em Campo Grande, como ficou? 

Os índices apresentados nos estudos da Cemtec mostram que as chuvas em Campo Grande ficam abaixo da média histórica.

O maior registro em Campo Grande foi observado na estação meteorológica localizada na Embrapa Gado de Corte, onde foram registrados 75,0 mm de chuva, o que representa 50% abaixo da média esperada para o mês.

Na outra estação, localizada na Vila Santa Luzia, também em Campo Grande, foram registradas chuvas 37% abaixo da média esperada para o mês.


Temperaturas

No quesito temperaturas, Mato Grosso do Sul enfrentou dificuldades. A maior temperatura foi registrada em Aquidauana, onde, no dia 7 de outubro, a cidade atingiu 43,7ºC. A menor temperatura ocorreu em Ponta Porã, seis dias depois, no dia 12 de outubro, com 13,6ºC.

A umidade do ar foi um dos principais problemas enfrentados pelos sul-mato-grossenses entre agosto e outubro deste ano. Os níveis mais baixos de umidade foram registrados nos dias 6 e 7 deste mês nos municípios de Água Clara, Aquidauana, Chapadão do Sul , Costa Rica e Miranda.

Em relação aos ventos, a maior rajada registrada no estado até o momento ocorreu em Miranda e Rio Brilhante, onde os ventos atingiram 87,1 km/h.


Condições de seca em MS 

As regiões mais críticas em relação à seca foram o oeste, central, pantaneira e do bolsão, onde os índices variaram entre -1,3 e -1,6.

Clima em MS nos próximos meses 

De acordo com a análise das condições adversas do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), a tendência climática indica que as chuvas devem ficar dentro ou próximo da média histórica registrada nos meses de novembro, dezembro e janeiro de 2025.

Em diversas regiões do estado, as chuvas podem variar entre 500 e 700 mm. Na região extremo-nordeste, as precipitações variam entre 700 e 800 mm.

Lembrando que as temperaturas em Mato Grosso do Sul devem permanecer acima da média durante este período, diminuem um trimestre mais quente do que o normal.

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).