Placa em homenagem ao professor José Barbosa Rodrigues foi reinaugurada pela reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), durante esta segunda-feira (22) de eventos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Cidade Universitária, na região sul de Campo Grande.
O espaço será destinado para levantamento de dados históricos. Uma das primeiras ações do grupo será fazer senso para saber o número de refugiados no estado do Mato Grosso do Sul a fim de que a classe receba tratamento mais humano.
O nome do professor ficará exposto no espaço em que é destinado a sala da disciplina de história na universidade. A escolha de Barbosa como patrono do espaço é devido à representatividade e a contribuição para a sociedade sul-mato-grossense.
Dentro do espaço outras personalidades consideradas estadistas da paz também serão homenageadas.
O professor de história benevides lembrou que a escolha do nome do espaço foi consenso entre todos os envolvidos. “O nome do professor se deve ao recolhimento que temos da importância dele para a sociedade, ele foi um dos patronos da história” declarou o professor Cezar Augusto Benevides.
HISTÓRIA
Autor de livros importantes sobre a trajetória do Estado, José Barbosa Rodrigues não poderia receber uma homenagem mais simbólica do que ter o seu nome repousado permanentemente nas portas do curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A mudança foi instituída em 2010, mas, em decorrência de reformas no prédio, uma nova placa comemorativa foi instalada com o nome do escritor e haverá ainda uma exposição especial, intitulada “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz – Transformando o Espírito Humano”. O descerramento da placa “Espaço Prof. José Barbosa Rodrigues” aconteceu hoje, a partir das 9h50min, no setor 1, bloco 3, da Cidade Universitária, com a abertura da mostra logo em seguida.
Escritor, historiador e empresário, José Barbosa Rodrigues foi autor de 10 obras, entre elas, “Isto é Mato Grosso do Sul (Estudo Histórico e Geográfico)” e “História de Campo Grande”. O currículo extenso mostra as qualidades do homem visionário, as quais, nas palavras de um dos fundadores do curso de História da UFMS, o professor aposentado Cezar Augusto Benevides, não se sobrepõem à principal: de mestre. “Foi um verdadeiro professor, no sentido mais profundo da palavra”, afirma.
Segundo Benevides, José Barbosa Rodrigues iniciou a carreira como professor na base, ensinando crianças na Escola Boa Vista, em uma colônia japonesa na Mata do Ceroula, junto de sua esposa, dona Henedina Hugo Rodrigues.
“Ele era professor no sentido oriental da palavra, com uma grande sabedoria. O curso tem sorte de ter um patrono de sua estirpe. Quando decidimos homenageá-lo com seu nome em nossa sede, foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário e também nos outros conselhos”, explica.
Depois do primeiro emprego em Campo Grande, José Barbosa Rodrigues lecionou em colégios tradicionais da cidade, como a E. E. Joaquim Murtinho e a Escola Nossa Senhora Auxiliadora. Como jornalista, Rodrigues trabalhou no Jornal do Comércio e no Correio do Estado, tornando-se posteriormente proprietário do veículo.
EXPOSIÇÃO
O corredor em frente à antiga reitoria, agora sede do curso de História e Espaço José Barbosa Rodrigues, será palco da exposição “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz – Transformando o Espírito Humano”, entre os dias 22 e 26 de julho.
Composta por quatro alas temáticas e 38 painéis, que refletem os esforços, o significado da cultura de paz e buscam ampliar a compreensão dos visitantes sobre a problemática, a exposição integra a programação da 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), maior evento científico da América Latina e que ocorre de 21 a 27 de julho na UFMS.
“Fui assistir à exposição em São Paulo e pedi para ser exposta durante a SBPC. O convite oficial para a vinda da exposição foi feito pela professora Vivina Queiroz, diretora da Faculdade de Ciências Humanas da UFMS, ao presidente da BSGI [Associação Brasil Soka Gakkai Internacional], em São Paulo, dr. Miguel Shiratori”, explica Benevides.
A ação, coordenada pela docente do curso de História da Faculdade de Ciências Humanas Vanderléia Paes Leite Mussi, tem como objetivo principal levar as pessoas a reflexão sobre os problemas da violência no mundo, despertando-as para a necessidade de mudança para uma cultura de paz e do papel de cada indivíduo nesta mudança.
“No atual contexto global e nacional de acirramento da cultura do ódio, da intolerância com o outro, do ressurgimento dos extremismos políticos belicosos, da irracionalidade obscurantista anti-ciência e dos fundamentalismos religiosos diversos é mais do que necessário focarmos todos os esforços na promoção de uma cultura política e social que reafirme os valores do humanismo, da razão, da liberdade, da fraternidade e solidariedade entre os povos e dos direitos inalienáveis a todos os seres humanos”, explica Vanderléia.
A ação contará, ainda, com a exibição do documentário "Um Outro Modo de Ver as Coisas", escrito por Daisaku Ikeda e dirigido por Cory Taylor, com o apoio da Soka Gakkai Internacional. O filme trata de uma viagem do jovem historiador britânico Arnold Toynbee aos campos de batalha entre Grécia e Turquia, nos idos de 1920. A postura de Toynbee em "ouvir o outro lado", mostrando as crueldades cometidas pelos gregos contra civis turcos, não agradou a sociedade europeia da época, cúmplice das atrocidades da guerra greco-turca. Os visitantes poderão assistir ao filme em duas sessões diárias, às 15h e às 15h30.
Desde sua primeira exibição, em setembro de 2007, em Nova York, durante o fórum com representantes da sociedade civil para promoção da abolição de todos os tipos de armas nucleares e o estabelecimento de uma cultura de paz, a exposição já esteve presente em mais de 230 cidades de 31 países, em locais como Escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça; Casa do Parlamento em Wellington, Nova Zelândia; e em países como Canadá, Malásia, República Dominicana, Costa Rica e Argentina.