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COVID-19

Mato Grosso do Sul tem 300 mil pessoas acima de 18 anos que não tomaram vacina

Vacinação ampliou faixa etária, mas muitos ainda não procuraram postos de imunização

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Levantamento feito pelo Correio do Estado mostra que, apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, Mato Grosso do Sul ainda precisa que quase 300 mil pessoas acima dos 18 anos procurem os postos para tomar a primeira dose. Um terço desse total está em Campo Grande, onde cerca de 100 mil não foram se imunizar.

Conforme levantamento feito pela reportagem, 54 dos 79 municípios já concluíram a vacinação de pessoas acima dos 18 anos e não estão recebendo novas doses. Das 25 cidades que ainda estão vacinando, 12 ainda não chegaram à faixa etária dos 18 anos.

A cidade mais “atrasada” na vacinação é Ivinhema, onde a faixa etária convocada é de 26 e 27 anos. Já Água Clara e Inocência imunizam pessoas acima dos 25 anos. 

Paranaíba está na faixa dos 23 anos, Angélica, 22 anos, e Três Lagoas, 21 anos. Bataguassu, Bonito e Fátima do Sul estão vacinando pessoas a partir de 20 anos, e Aparecida do Taboado, Deodápolis e Dourados, 19 anos.

Nos municípios de Bandeirantes, Brasilândia, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Selvíria, pessoas acima de 18 anos são o alvo da campanha.

Mato Grosso do Sul tem 85% da população acima de 18 anos vacinada com uma dose – 48% dessas pessoas estão completamente imunizadas com as duas doses ou a dose única. Até as 18h de ontem, em todo o Estado, 1.546.956 pessoas haviam tomado a primeira dose, 232.315 haviam recebido a dose única e 773.225, a segunda aplicação.

CAMPO GRANDE

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Veruska Lahdo, os dados de 100 mil pessoas faltantes bate com uma projeção feita pela Pasta. 

Para ela, o número de ausentes aumentou quando a vacinação atingiu a camada mais jovem da população. Levantamento anterior do Correio do Estado mostrava que mais de 50 mil pessoas ainda não havia recebido a primeira dose contra a Covid-19 entre a população acima dos 23 anos.

“São várias situações [que levam as pessoas a não se vacinarem]. Até por isso, a gente sempre coloca a idade ou mais, para ver se pessoas de outras faixas etárias decidem tomar a vacina. Algumas não tomam por medo, outras porque estavam doentes e há as pessoas que são antivacina – um número significativo”, comentou Lahdo.

Além desses exemplos, uma parcela desses 100 mil que ainda não tomaram a vacina por escolha é dos chamados “sommeliers de vacinas”, pessoas que querem escolher qual imunizante tomar.

“As pessoas sabem o que vai ser aplicado, elas acompanham as remessas, e quando falamos que tem determinada vacina, acaba diminuindo a procura. Algumas pessoas estão escolhendo", declarou a superintendente.

"Quando tem Pfizer, vem pessoas de outras faixas etárias, que já poderiam estar imunizadas. Tem muita gente que sai da fila de vacinação quando descobre o imunizante que está sendo aplicado e quer esperar”, e acrescentou que pessoas ligam na Sesau para perguntar quando chegará nova remessa da Janssen, vacina de dose única.

Por causa dessa parcela da população que ainda não procurou a vacinação, a Capital planeja, a partir de agora, intensificar a repescagem, para que pelo menos 90% da população adulta seja vacinada.  

“Vamos investir em publicidade, repescagem. Por ser um público jovem, estendemos a vacinação até as 22h, para que os que estejam estudando ou trabalhando possam se vacinar. O público jovem não vem aderindo ao fim de semana: sábado e domingo há pouca procura, porque eles não podem beber”, afirmou a superintendente.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Pinto de Castro Filho, afirmou que o próximo passo no plano de vacinação da Capital é realizar uma busca ativa por adultos que ainda não se vacinaram. 

“A vacina chegou aos 18 anos. Esperamos autorização da Comissão Intergestores Bipartite [CIB] ou do Ministério da Saúde para que a gente possa baixar a idade. Enquanto isso, vamos começar a busca ativa daqueles que fizeram o cadastro e não foram se vacinar. Vamos ligar na casa das pessoas e falar pelo WhatsApp”, explicou.

Até as 18h de ontem, a Capital havia atingido 80% da população adulta imunizada com uma dose, segundo dados do Vacinômetro. 

“Os 100% nunca conseguimos atingir em nenhuma campanha de vacinação, então, esperamos que pelo menos chegue aos 90%. Atingindo esse porcentual, será satisfatório. Mas 100% é nossa vontade, vamos trabalhar para isso”, acrescentou Lahdo.  

A Capital vacinou até a tarde de ontem 534.656 pessoas com a primeira dose, o que representa 59% da população total do município. Outros 346.776 tomaram as duas aplicações ou a vacina de dose única e estão imunizados (38%).

“A vacina é a ferramento segura que temos para evitar a Covid-19, é a única eficaz contra a doença. Ela não evita que a pessoa tenha a doença, mas a forma grave dela. Quanto mais pessoas vacinadas, mais forte fica o cinturão contra a doença. As vacinas são seguras, e a variante Delta é mais um motivo para que as pessoas se vacinem”, alertou.  

Apesar de ainda não ter a confirmação de que a cepa indiana circula em Campo Grande, a Sesau acredita que ela chegará na cidade em breve.

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Perigo

Inmet alerta para chuvas intensas e tempestade em MS

Previsão aponta ventos de até 100 km por hora

27/11/2024 16h30

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de "perigo" para Mato Grosso do Sul, indicando a possibilidade de tempestades e chuvas intensas a partir de hoje (27). O aviso faz parte de uma série de alertas que abrangem diversas regiões do país, com Mato Grosso do Sul sendo um dos estados mais afetados.

O alerta de "perigo" para o estado prevê chuvas com precipitações entre 30 e 60 mm por hora e ventos intensos que podem chegar a 100 km/h.

Essas condições meteorológicas gerar uma série de riscos potenciais, incluindo: cortes no fornecimento de energia elétrica, queda de galhos e árvores, alagamentos e descargas elétricas.

Chuva e vento devem atingir boa parte do estado

Recomendações de segurança

Diante da gravidade da situação, o Inmet faz as seguintes recomendações aos moradores das áreas afetadas:

  • Evitar se abrigar debaixo de árvores devido ao risco de queda e descargas elétricas
  • Desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia, quando possível

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Conflito

Estado oferece 2 litros d'água por indígena para liberar rodovia em Dourados

MS-156, que liga Dourados a Itaporã, segue bloqueada há dois dias por indígenas, que negociam liberação

27/11/2024 16h00

Soldados da Tropa de Choque reunidos próximo às aldeias

Soldados da Tropa de Choque reunidos próximo às aldeias Foto: Divulgação

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A proposta das autoridades para liberar a MS-156, que liga Dourados a Itaporã, bloqueada há dois dias por indígenas da etnia Guarani-Kaiowá e indígenas da etnia Terena que exigem abastecimento d’água nas aldeias, é de oferecer, paliativamente, dois litros de água por indígena, apurou o Correio do Estado.

Uma fonte que acompanha as negociações informou ao Correio do Estado que autoridades estaduais ofereceram dois caminhões-pipa, que transportam no máximo 30 mil litros d’água, para atender as aldeias Juaguapiru e Bororo que, juntas, têm 25 mil residentes.

Os dois caminhões cheios dariam pouco mais de 60 mil litros para os indígenas, pouco mais de 2 litros de água para cada um. Conforme apurado, uma reunião entre o Capitão Romão Fernandes, líder da Aldeia Jaguapiru e autoridades está marcada para às 16h desta quarta-feira (27).

“A situação está bem feia, a tropa de choque feriu alguns indígenas, já encaminhados ao hospital, neste momento não tem acordo. Caso a medida seja utilizar caminhões-pipa, ao menos cinco para cada aldeia, além de distribuirem outros galões de água”, falou Ade Vera, indígena Kaiowá, professor e morador da Aldeia Jaguapiru.

 

O pivô do problema foi um convênio do governo de Mato Grosso do Sul e a Itaipu Binacional anunciado na semana passada pelo governador Eduardo Riedel. O investimento de R$ 60 milhões na implantação de rede de água potável e saneamento atenderia aldeias indígenas guarani-kaiowa de oito municípios. Jaguapiru e Bororó, em Dourados, não foram contempladas.

Ainda não há posicionamento do governo sobre a oferta de saneamento básico nas aldeias indígenas de Dourados.

Nas redes sociais, Luzinete Reginaldo, esposa do Capitão Ramão Fernandes, disse estar muito indignada com a atuação policial na aldeia. Conforme apurado, ao menos 10 carros do Batalhão de Choque foram deslocados até a região. “Quando a gente chama a base (polícia) para atender tráfico, para atender roubo, eles não vem. Queremos só água, socorro por àgua, socorro às crianças, socorro às gestantes, a gente já tentou dialogar mas não tivemos êxito.”

Em agenda nesta manhã, o governador Eduardo Riedel (PSDB) disse que o bloqueio de rodovias inibe o direito de ir e vir das pessoas. Na oportunidade, questionado sobre a atuação do Batalhão de Choque da Polícia Militar, falou que “confrontos sempre têm dano.”

"Hora que fecha uma rodovia, inibe o direito de ir e vir, trabalhadores que não chegam na fábrica, gente que não passa... por uma reivindicação que é justa e que foi negociada, mas o tempo todo sendo procrastinada por interesses políticos e tem um BO [boletim de ocorrência] feito contra a pessoa que estava incentivando as comunidades", disse Riedel. A reportagem buscou contato com o Capitão Ramão Fernandes, entretanto não obteve retorno até a publicação. 

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