Cidades

CAMPO GRANDE

Estuprador pediu cavucate para enterrar menina: 'não conta para o pai'

Corpo da vítima foi encontrado pelo Batalhão de Choque e acusado foi morto em confronto com a polícia civil

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Depois de estuprar e matar a pequena Emanuelly Victória de Souza, de 6 anos, na quarta-feira (27) em Campo Grande, Marcos Willian Teixeira Timóteo, de 20 anos, passou o dia trabalhando ao lado do pai da vítima e chegou a pedir uma "cavucate" (ferramenta de escavação) emprestada do vizinho, alertando: "não conta para o Kennedy nem para o Deivid".

Pai da vítima, Deivid Bernardes afirmou, na manhã desta quarta-feira (28), que não esperava tal feito por parte do indivíduo, que ele disse não conhecer tão a fundo, relatando conhecer o homem chamado de “Gordinho” há cerca de no máximo três anos. 

"Era conhecido só do trabalho, aparecia de vez em quando para conversar e passar, mas nunca chegou a parar muito por aqui. Fui fazer uma diária só com ele no passado, que trabalhava com desmanche de carro", expôs o pai de Emanuelly. 

Cronologia dos fatos

Com os cuidados para com Emanuelly revezados entre pai, mãe, tia e avó, com quem a genitora diz que a filha era "agarrada demais", os familiares não suspeitavam de que tal tragédia poderia um dia atingi-los. 

Patricia Rayana é mãe de Emanuelly e - inconsolável pela perda da filha e aos gritos de “, traz ela de volta pra mim, por favor” - conta que deu falta da pequena por volta do meio-dia, momento em que tentou entrar em contato com a avó materna através de Kenya Pantaleão, que é tia da vítima. 

Kenya narra que estava em casa quando, entre o horário de 11h e meio-dia, recebeu mensagem perguntando se a sua mãe (avó de Emanuelly), não levaria a criança de volta, já que Deivid teria chegado para o almoço e estava perguntando da filha. 

“Mandei dizendo que minha mãe não ia embora agora, só que eu não tinha entendido… Foi onde a menina já estava sumida e minha prima achou que estava em casa comigo, já que ficava lá constantemente, gostava de mim e éramos próximas, ia para igreja conosco, levava ela em parques”, conta. 

Após entenderem a dinâmica dos fatos, Deivid revela que Marcos William pegou a vítima por volta de 08h, voltando ao mesmo local às 11h já que ainda faria uma diária serviço naquele dia junto do pai da vítima. “Ficou a tarde inteira comigo, a minha filha lá na casa dele já morta”, conta.

O pai ainda conta que, enquanto faziam uma mudança, Marcos William não fez qualquer comentário sabendo que a família já não tinha certeza do paradeiro da criança, porém não desconfiou de nada, já que “Gordinho” teria filhas com idades semelhantes às crianças de Deivid. 

“Por volta de 15h cheguei aqui e perguntei para a minha mulher onde estava a minha filha, foi quando ela disse que ia ligar para minha mãe que ele [Gordinho] quis ir embora… não comentou nada, só vi ele suando frio, nervoso”, expôs.

Em complemento, a tia de Emanuelly cita que a família, apesar de sentir falta da criança em determinado momento da tarde,  ficou naquela “segurança” enquanto havia a falsa sensação de que ela estaria ou com Kenya ou com a avó. 

“Só quando por volta de 20h que meu irmão mandou mensagem perguntando se não iam trazer a Emanuelly, que ela tinha aula e não gostávamos que faltasse. Perguntou se não sabíamos que ela tinha aula, e minha mãe veio questionando que o Deivid achava que a Emanuelly estava com a gente”. 

Com a família reunida para buscar pela criança, um vizinho dono de um cabeleireiro foi a chave para achar a gravação em que Marcos William aparece acompanhado de Emanuelly Victória, por volta de 08h35 desta quarta-feira (27). 

Nesse momento, a família começa a se dar conta do que pode ter acontecido com Emanuelly e quem seria o possível responsável, com a avó da pequena se dando conta que deu bom dia ao indivíduo no período da manhã, quando havia saído de casa rumo à casa da bisavó da criança e posteriormente da própria tia. 

"O vizinho disse que ele veio pedir uma cavucate, mas que não era para contar nem para o Kennedy nem para o Deivide", revela a mãe em prantos.

Conforme a tia da vítima, o homem conhecido como "gordinho" ia até o local, conversava com os Primos da família e, por isso, conseguiu acesso à casa que fica em uma viela.

"Foi onde ela [Emanuelly] deve ter acordado e ele chamado, porque ela não saía de dentro do corredor sozinha, na câmera dá para ver que ele vai olhando e dando sinal, que foi ele quem chamou e ofereceu algo”, diz a tia. 

Deivid ainda afirma que, diante das imagens que confirmavam que “Gordinho” teria saído do local com a criança, chegou a ligar para o indivíduo questionando o paradeiro de Emanuelly. 

Para o pai, "Gordinho" teria chamado Emanuelly após abrir o portão da residência, pedindo pela janela que ela pegasse a chave da porta e a menina, sem maldades, teria obedecido. 

“Na hora que vi saindo com ele, quando ligamos e eu perguntei onde estava minha filha ele disse 'não sei, não estou com ela' e desligou… mas nisso já estava na casa dele para enterrar a menina.

Quando de noite, viu que eu estava desesperado procurando a Emanuelly, ele foi embora para enterrar ela, mas viu que não ia dar tempo e fugiu deixando a cavucate lá e o corpo dela debaixo da cama. ”, conta o pai.

Relembre

Conforme repassado pelo Batalhão de Choque, que atendeu uma parte da ocorrência, o corpo de Emanuelly Victória foi encontrado na casa do acusado, no bairro Vila Carvalho, em Campo Grande. 

Com sinais de violência sexual, o corpo da criança foi encontrado dentro de uma banheira de bebê, que seria da filha de "Gordinho", já enrolada sem vida embaixo da cama em uma coberta marrrom que estava presa com fita adesiva. 

Marcos Willian Teixeira Timóteo morreu em confronto com a Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (28), após ser baleado por equipe do Grupo de Operações e Investigações (GOI).  Ele estava na região do Inferninho, saída para Rochedo.

Acusado pela morte de Emanuelly, por homicídio qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver, o homem que estava com mandado de prisão aberto possuía passagens por estupro de vulnerável em 2019 e 2020, além de injúria e violência doméstica. 
*(Colaborou Alison Silva)


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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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