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EUA não devem fechar acordo comercial com o Brasil, diz representante do governo Biden

Daniel Watson enfatizou que forma como o país lida com questões ambientais será fundamental ao negociar parcerias

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A chance de o Brasil obter um acordo comercial amplo com os Estados Unidos atualmente é pequena, pois o governo de Joe Biden está focado neste momento em questões internas do país, disse Daniel Watson, representante-assistente do Departamento de Comércio dos EUA para o Hemisfério Ocidental.

"O presidente Joe Biden deixou claro que não faremos novos acordos comerciais agora, e que a prioridade são os projetos de investimento doméstico que estão no Congresso", afirmou, em um debate virtual na sexta (10), mencionando os pacotes trilionários de infraestrutura e de direitos sociais em análise neste mês.

Watson também afirmou que o manejo das questões ambientais pelo Brasil terá grande peso na hora de negociar um acordo do tipo, que depende de aval do Legislativo. 

"Continuamos a ouvir preocupações muito fortes de alguns membros do Congresso sobre a Amazônia, em relação ao desmatamento, direitos indígenas e direitos humanos. Essas são coisas que irão inevitavelmente afetar o ambiente para nossa relação com o Brasil", disse o representante.

Ele ressaltou que a questão ambiental é central para o governo Joe Biden. "A abordagem nova para o comércio trazida pelo governo atual inclui as mudanças climáticas e as questões trabalhistas", disse.

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As declarações foram dadas na sexta (10), durante um evento virtual organizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Wilson Center, think tank sediado em Washington.

Antes da fala do americano, o embaixador Pedro Miguel Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais do Itamaraty, havia reafirmado que o Brasil deseja um acordo comercial amplo com os EUA, mas que está disposto a negociar os temas em blocos separados.

"Estamos prontos para nos engajar em diferentes temas, como mudança climática, proteção da Amazônia e direitos trabalhistas", afirmou Silva. "Temos indicado aos nossos colegas dos EUA que temos flexibilidade e mente aberta para avançar."

Um tratado do tipo retiraria barreiras e taxas na circulação de mercadorias e serviços entre os dois países. Um estudo do Ipea aponta que um acordo comercial amplo, que facilitasse a troca de mercadorias entre os dois países, poderia gerar um aumento de US$ 50,2 bilhões nas exportações brasileiras até 2035, o que geraria um aumento de 0,35% do PIB (produto interno bruto) nacional.

Um acordo do tipo beneficiaria especialmente os setores brasileiros de petróleo e gás, metalurgia, indústria química, equipamentos de transportes, alimentos, bebidas e serviços.

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem buscado um acordo comercial amplo entre Brasil e Estados Unidos desde o começo da gestão. 

No entanto, mesmo durante o mandato do presidente Donald Trump, que tinha maior alinhamento ideológico com Bolsonaro, o governo americano buscou negociar primeiro mudanças pontuais. Em 2020, outro representante do governo americano também disse que não havia planos de fechar um acordo de livre-comércio com o Brasil.
 

O Ipea apontou que o peso dos EUA no comércio exterior brasileiro teve queda no ano passado. O mercado norte-americano passou a receber 10% das exportações brasileiras –antes eram 15%, e o Brasil passou a corresponder por 1% do total de produtos comprados pelos EUA no exterior. Antes, representava 1,5%.

Em 2020, o total das exportações para a China foi três vezes maior do que o volume enviado ao país da América do Norte, e que as importações da China foram 50% superiores às dos EUA.

Apesar de apontar as dificuldades para um acordo amplo, Watson disse que há grande espaço para ampliar as relações comerciais entre os dois países, e citou a atualização do Atec (Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, na sigla em inglês), em outubro de 2020, que tem como objetivo reduzir burocracias e facilitar a troca de mercadorias e investimentos entre os dois países, além de reforçar a cooperação no combate à corrupção.

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Golpe

Idoso tem cinco anos de desconto indevido na aposentadoria em MS

A Defensoria Pública constatou que um estelionatário realizou um empréstimo utilizando os dados de um idoso, que teve dinheiro descontado desde 2019

14/01/2025 19h00

Reprodução Redes Sociais

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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, ao ser procurada pela filha de um idoso de 71 anos, constatou que, desde 2019, um banco vinha descontando valores indevidos da aposentadoria da vítima.

Com o auxílio da Defensoria, o idoso conseguiu uma liminar na Justiça que impede o banco de realizar novos descontos enquanto o caso é analisado. Os descontos estavam relacionados a um empréstimo consignado que a vítima afirmou nunca ter contratado.

A situação só veio à tona quando a filha do aposentado percebeu os descontos e, ao revisar os extratos bancários para ajudar o pai, notou discrepâncias. Diante disso, decidiu procurar a Defensoria, que constatou que a assinatura no contrato do empréstimo não correspondia à assinatura do idoso.

Para comprovar, foi realizada a comparação entre a assinatura da vítima no RG e a assinatura no documento do empréstimo, que apresentaram diferenças claras.

Segundo o defensor público Pedro Lenno Rovetta Nogueira, responsável pelo caso, as provas indicam que o contrato foi realizado de forma fraudulenta, sugerindo que os dados do idoso foram utilizados por um estelionatário.

Isso, conforme apontado, teria sido possível devido a falhas no sistema de segurança da instituição financeira, cujo nome não foi divulgado. O defensor destacou que casos semelhantes são comuns e orientou a população a procurar a Defensoria Pública em situações desse tipo.

O processo segue na Justiça, e a Defensoria pediu a anulação do contrato de empréstimo, a devolução de todos os valores descontados e uma indenização de R$ 10 mil por danos morais para a vítima.

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Ribas e Campo Grande

Ex-militar suspeito de furtar computadores de megafábrica de celulose seguirá na prisão

Preso na véspera de Natal sob suspeita de furtar computadores da Suzano, meses depois de furtar o TRE-MS, ex-sargento e técnico de T.I. teve habeas corpus negado

14/01/2025 18h27

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose Fotomontagem

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O ex-sargento do Exército Brasileiro, ex-técnico de informática terceirizado do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) e ex-funcionário da Suzano, Higor Prates de Amarilha, 34 anos, vai continuar na cadeia, se depender do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Higor foi preso em flagrante no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, por suspeita de furtar pelo menos 14 computadores portáteis (notebooks) da megafábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, onde trabalhava.

Os equipamentos, que custam em torno de R$ 5 mil a unidade em lojas oficiais, estavam sendo vendidos a R$ 1,3 mil no mercado paralelo, conforme investigação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras).

Amarilha vai continuar preso porque o desembargador da 3ª Câmara Criminal do TJMS, Fernando Paes de Campos, ratificou na semana passada, no retorno do recesso, a decisão do colega plantonista Dorival Pavan, que negou habeas corpus ao ex-técnico de TI da megafábrica de celulose da Suzano S.A.

“Observa-se que a prisão preventiva está justificada na gravidade concreta da conduta, haja vista que o paciente foi acusado pelo furto de ao menos 14 (quatorze) notebooks da empresa em que trabalha, Suzano S.A., que somaram aproximadamente R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ao longo de 2 (dois) meses, além de outros objetos apreendidos em posse do suspeito que guardam fortes suspeitas de serem provenientes de furto da empresa vítima”, asseverou Dorival Pavan ao negar habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública.

Amarilha e a Defensoria Pública só recorreram ao tribunal porque antes tiveram o mesmo habeas corpus negado pelo juiz de plantão.

Na investigação, os policiais do Garras, ao consultar outros técnicos de informática da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, revelaram que Higor havia feito a exclusão dos notebooks furtados do sistema que controla o acervo patrimonial da empresa.

Os policiais do Garras chegaram a Higor Amarilha na véspera de Natal, depois de localizar um dos notebooks que pertenceu à Suzano com um rapaz identificado como Carlos Henrique.

Ao ser abordado pelos policiais, o rapaz estava com um dos computadores, do modelo Dell Latitude 3440, que depois comprovou-se ter sido subtraído da Suzano.

Carlos, que revende computadores, disse aos policiais ter comprado de outro rapaz, cujo nome é Ian de Souza Mendes. Ian foi abordado, e, na abordagem, os investigadores do Garras descobriram Higor.
Higor havia revendido a Ian pelo menos 10 dos 14 notebooks furtados por R$ 1,3 mil cada um. Ian e Carlos acabaram enquadrados por receptação culposa.

Posteriormente, na casa de Higor, outro notebook igual aos furtados da Suzano foi encontrado. Ele foi preso e passou o Natal longe da família.

Outro furto

Apesar de ser ex-sargento do Exército Brasileiro e réu primário, como alega a Defensoria Pública, Higor havia sido preso meses antes, no dia 25 de julho, desta vez pela Polícia Federal.

É porque ele responde juntamente com Patrick Olavo Lang por prática parecida de furto de computadores, só que no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS). No caso específico, Higor desviava os computadores do TRE-MS, e Patrick revendia.

Na época, o juiz federal Luiz Augusto Imassaki Fiorentini relaxou o flagrante de Higor, sob a condição de que ele se recolhesse em casa todas as noites, a partir das 20h, e de que não deixasse a comarca por mais de sete dias sem autorização judicial.

Exército

No Comando Militar do Oeste, Higor foi 3º Sargento. Seu nome até aparece em reportagem sobre a conclusão de um curso de Planejamento, Instalação, Manutenção e Configuração de Circuito Fechado de Televisão, realizado no 6º Centro de Telemática de Área (6º CTA).

Na época, Higor falou da competência de seus colegas:

“Essa foi uma excelente oportunidade de aprendizado. Além do professor, houve uma equipe que nos ajudou de todas as formas para que conseguíssemos colocar na prática tudo o que aqui foi ensinado. Saímos daqui capacitados para instalação do sistema, tanto aqui no CMO quanto nas demais organizações militares”, finalizou.

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