Com passagens por tráfico de drogas, um interno do sistema penitenciário, identificado como José Eduardo Amarilha Misiano da Silva, de 33 anos, foi executado no início da manhã desta quinta-feira (11), em Campo Grande (MS). O crime ocorreu por volta das 6h, no momento em que a vítima deixava o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, unidade destinada a presos do regime semiaberto, localizada na zona rural da Capital.
Conforme apurou o Correio do Estado, dois homens desceram de um carro portando uma espingarda calibre 12 e uma pistola com cano prolongado, abrindo fogo assim que José Eduardo saiu da unidade. Testemunhas afirmam ter ouvido cerca de 20 disparos. A Polícia Militar, que atendeu à ocorrência, confirmou ter encontrado ao menos 20 cápsulas deflagradas no local. Seis tiros atingiram a vítima, todos na região do tórax.
Após os disparos, os atiradores fugiram no veículo, cujo motorista permaneceu dentro durante toda a ação. Apesar de relatos apontarem três criminosos, a PM informa que apenas dois ocupantes foram visualizados disparando de dentro do carro. Corpo de Bombeiros e policiais estiveram no local, mas a vítima já estava sem vida quando o socorro chegou.
Natural de Ponta Porã, José possuía passagens por receptação, posse ilegal de arma de fogo, furto qualificado, disparo de arma, tráfico de drogas e por integrar organização criminosa. O interno havia acabado de deixar o presídio para cumprir sua rotina de trabalho, como permite o regime semiaberto.
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Dados encaminhados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) ao Correio do Estado mostram que este ano já bateu recorde no número de assassinatos dos últimos oito anos em Campo Grande, o que indica que 2025 é um dos mais violentos da história recente da Capital. Até 31 de agosto, a Capital registrou 99 vítimas de homicídio, em 87 ocorrências. Janeiro foi o mês mais letal, com 20 mortes.
No site da Sejusp, é possível visualizar o histórico ano a ano desde 2015, indicando que este ano é o terceiro mais violento no período analisado, ficando atrás de 2016 e 2017, quando foram catalogadas 103 e 135 vítimas, respectivamente.
Dentre os principais motivos para os homicídios, um deles é o tráfico de drogas. No dia 30 de agosto, o cantor sertanejo Yuri Ramirez, de 47 anos, foi executado enquanto morava com uma idosa de favor. Segundo informações obtidas pelo Correio do Estado, o rapaz era um dos maiores traficantes da Região Noroeste de Goiânia antes de se aventurar no mundo da música, com o nome artístico de Yuri Ramirez.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, titular da Delegacia Especializada de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP), o aumento deste ano está diretamente ligado a brigas entre traficantes de drogas em Campo Grande.
Setembro violento
Com pouco mais de 10 dias passados, este mês já causa preocupação por parte das autoridades. Somente no último fim de semana, dois casos envolvendo jovens abalaram Campo Grande.
Na noite de sábado, dois irmãos, um de 15 anos e outro de 17 anos, foram baleados por atiradores que passavam de moto pela Vila Nhanhá. Ambos conseguiram chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Leblon e foram socorridos. Porém, o caçula não resistiu aos ferimentos e morreu no espaço hospitalar. Até o momento do fechamento desta matéria, não havia informação sobre a motivação do crime.
Na madrugada de domingo, Ismael Eliel Rodrigues de Souza, de 22 anos, foi morto a facadas na Rua Maracaju, esquina com a Rua 14 de Julho, no Centro da Capital. Testemunhas relataram que Ismael teria sido atacado por um homem conhecido como Totó, supostamente por dívidas relacionadas ao tráfico de drogas. A companheira da vítima, que não presenciou o crime, e uma amiga dela confirmaram a versão.
Colaborou Felipe Machado**


