O Exército a pedido da Secretaria Municipal de Saúde, vai instalar até três hospitais de campanha na área central da cidade e em regiões sem a cobertura de unidades de saúde 24 horas, para atender pessoas com sintomas da dengue. Os hospitais, cada um com capacidade para atender 30 pacientes, devem começar a funcionar no mês que vem. A rede hospitalar – tanto privada, quanto pública – está no limite da sua capacidade de internação. Os 96 leitos reservados para pacientes com dengue já estão ocupados. Haveria uma margem para apenas mais 20 vagas. Hoje à tarde, o Comitê de Combate à Dengue reúne-se para avaliar o avanço da epidemia e definir essa e outras estratégias para enfrentar a situação. O funcionamento de cada um dos hospitais de campanha, que vão ser cedidos pelo Exército, vai exigir a contratação de cinco médicos e pessoal auxiliar. “O processo de recrutamento, em regime emergencial, está sendo feito de forma permanente e os profissionais já contratados estão reforçando as equipes dos postos”, informa a coordenadora a coordenadora de Vigilância e Saúde, Ana Lucia de Oliveira. Cada hospital terá capacidade para atender 30 pacientes que serão internados para se reidratar. Falta definir o número de hospitais de campanha necessários. A previsão é de que sejam no máximo três, com prioridade para o centro da cidade, onde não há unidades básicas de saúde nem postos 24 horas. “É uma estrutura rápida de ser montada e que já estava dentro do nosso planejamento, sendo indicada conforme evoluísse a epidemia”, explica Ana Lucia. O infectologista José Ivan de Aguiar apoia a iniciativa de recorrer à instalação de hospitais de campanha. “A população terá um atendimento mais rápido, vai reduzir a demanda nos postos e nos próprios hospitais”, avalia. Hoje, o paciente com sintomas da dengue espera até quatro horas para ser atendido porque “concorrem com pacientes acometidos por outras doenças”. “ A classe médica há muito tempo vinha cobrando por esta medida”, comenta. Na reunião de hoje, o Comitê de Combate à Dengue também deve mostrar preocupação com os focos do mosquito transmissor da dengue. “A população precisa colaborar. As equipes eliminam os focos numa semana e no retorno, na semana seguinte, constatam os mesmos problemas de lixo e falta de cuidado com a manutenção dos quintais”, observa a coordenadora de vigilância. Superlotação A epidemia de dengue, além de lotar os leitos hospitalares, aumentou o número de atendimentos nas unidades de saúde. Em janeiro de 2009, 68.126 pacientes passaram pelas nove unidades 24 horas, e no último mês, 67.551. Em fevereiro de 2009, foram 65.952 atendimentos, enquanto nos primeiros 24 dias deste mês, 80.291. Em média, 400 pacientes procuram diariamente os centros de saúde com sintomas da doença.