Cidades

A CONTA-GOTAS

Falta de verbas para execução
compromete eficiência do Sisfron

Sem todo o dinheiro prometido, estrutura já montada pode se tornar obsoleta antes do uso

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Concebido pelo Exército como um programa tecnológico moderno, que poderia também ser utilizado como instrumento de combate aos crimes transfronteiriços, especialmente o tráfico de drogas e armas, a implantação do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) patina por falta dos recursos federais prometidos. O reflexo dessa falta de dinheiro é o risco real de toda a estrutura tornar-se obsoleta, antes mesmo de ser usada.

Por conta dessa ameaça, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado realizou, nesta terça-feira, em Brasília, reunião para colocar o problema em análise. A adversidade foi confirmada pelo chefe do Escritório de Projetos do Exército (Epex), general de divisão Ivan Ferreira Neiva Filho.

Conforme o general, iniciado em 2012, com orçamento inicial de R$ 12 bilhões, o Sisfron só recebeu R$ 2 bilhões até agora. Até dezembro deste ano, estão previstos apenas R$ 220 milhões. A limitação orçamentária, além de impedir o avanço do programa, pode quebrar o sistema.

A avaliação é de que o corte de verbas na execução do projeto dentro de seu cronograma original pode até mesmo inviabilizá-lo. Criado como projeto estratégico e instrumento de apoio à tomada de decisão e de emprego operacional e elogiado por dezenas de países, como França, Reino Unido, Rússia, Estados Unidos e Espanha, o Sisfron arrasta-se em meio a uma guerra de propósitos para mantê-lo vivo. Mesmo sendo um sistema que fortalece a presença e a capacidade de ação de segurança nas faixas de fronteira, sem o dinheiro necessário ao seu planejado seguimento, o projeto já amarga atraso de mais de 15 anos em sua programação original, que deveria atender  ao cronograma inicial de 2010.

FASES

“Das nove fases do programa, temos apenas a primeira [completa] e parte da estrutura seguinte implantadas. A falta de recursos nos obrigou a fazer um remanejamento e adiar a entrega dessa solução importante para o País para 2035, o que poderá, inclusive, torná-la antiquada”, lamentou Ivan Neiva.

Ainda segundo o chefe do Epex, a relação custo-benefício do Sisfron é clara. Ele garantiu que, além de se pagar com a contribuição para a diminuição da criminalidade, o sistema se pagaria novamente por meio do fomento à cadeia econômica e da geração de empregos. Ele afirmou que diversas empresas nacionais são incentivadas pelo programa, por meio do desenvolvimento de tecnologias que ajudam a gerar renda para a população. “O retorno sobre esses investimentos é ainda maior quando conseguimos reduzir ainda mais a violência”. 

Já o diretor do Departamento de Tecnologia da Informação do Exército, general de brigada Sérgio Luiz Goulart Duarte, esclareceu que a expansão da primeira parte do Sisfron, iniciada a partir de Dourados, contempla a fronteira de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e parte do Pantanal com a Bolívia. A segunda fase está evoluindo, ao mesmo tempo, na Região Sul, nos limites do Paraná e de Santa Catarina com o Paraguai, e no Norte, na divisa do Amazonas com a Colômbia e o Peru. 

Segundo ele, o Sisfron ajudaria a integrar órgãos como Polícia Federal e Receita, por meio de ações de inteligência para combate ao crime organizado. Ele pediu apoio aos senadores para a extensão do sistema, afirmando que o controle das fronteiras só é bem-sucedido por meio de ações coordenadas. De acordo com o general, os R$ 10 bilhões que ainda faltam ao orçamento possibilitariam a finalização do sistema em até seis anos. “Estamos tratando de um problema nacional, e a mitigação dos riscos na faixa de fronteira está relacionada à segurança nacional”, frisou.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelson Trad Filho (PSD-MS), disse que “88% dos municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são rotas de tráfico”. “Esse índice assustador é da Confederação Nacional de Municípios e é altíssimo para uma região composta apenas por dois estados e com o menor número de cidades fronteiriças” explicou.

Ele destacou que os dados indicam também que, possivelmente, existe uma malha de transporte interligada às outras regiões do País pela facilidade de acesso a grandes centros de distribuição, proporcionada pela posição geográfica da área. “O combate ao crime organizado exige abordagem mais ampla, e não apenas repressiva. Por isso, um sistema de vigilância e defesa como o Sisfron é fundamental”, concluiu. 

ÁREA DE SEGURANÇA

A proposta é de que os meios de sensoriamento do Sisfron estejam ao longo dos 16.886 quilômetros da linha de fronteira, monitorando uma faixa de 150 quilômetros de largura junto a essa linha, o que favoreceria o emprego das organizações subordinadas aos comandos militares do Norte, da Amazônia, do Oeste e do Sul. Também  serviria para a atuação integrada dos vários escalões de emprego da Força Terrestre, desde patrulhas e postos de controle na faixa de fronteira, passando pelos batalhões, brigadas, divisões, comandos militares de área, chegando ao Comando de Operações Terrestres, em Brasília. Para o Exército, o sistema, além de incrementar a capacidade de monitorar as áreas de fronteira, produziria informações confiáveis para a tomada de decisões, bem como apoiaria ações de defesa ou contra delitos transfronteiriços e ambientais. 

Cidades

Corpo de turista que desapareceu no Rio Aquidauana é encontrado

Três pessoas caíram da embarcação na tarde de sábado (07); nenhum dos tripulantes da embarcação estariam usando o equipamento de segurança, sendo o colete salva-vidas

09/12/2024 13h30

Corpo de homem que desapareceu no Rio Aquidauana é encontrado

Corpo de homem que desapareceu no Rio Aquidauana é encontrado Reprodução

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Foi encontrado na manhã desta segunda-feira (9), o corpo do homem que desapareceu no Rio Aquidauana após a embarcação em que ele estava virar, no último sábado (7). 

Identificado como Marcos Rosa Tolentino, de 56 anos, estava junto com o filho e o piloto do barco no momento do acidente. 

Segundo repassado, nenhum dos tripulantes da embarcação estariam usando o equipamento de segurança, sendo o colete salva-vidas. O corpo foi encontrado a 1 quilômetro de distância de onde a embarcação virou.

Informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros indicam que, ainda na tarde de sábado (07), a família aproveitava os últimos instantes em território sul-mato-grossense para registrar o passeio. 

Conforme a mídia local, o Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de 15h30 para atender à ocorrência de desaparecimento. 

Essa família teria vindo do Estado de São Paulo, hospedando-se em um rancho localizado próximo à rodovia BR-262, entre os municípios de Aquidauana e Anastácio, indica o portal O Pantaneiro. 

O acidente

Visitantes em Mato Grosso do Sul, uma família vinda de São Paulo viveu momentos de tensão, após um barco virar no meio do Rio Aquidauana e o patriarca do grupo desaparecer, levado pela correnteza e força das águas no interior do Estado. 

Próximo a Cachoeira do Campo, eles subiam o rio no momento em que o barco virou, quando pai; filho e piloto caíram no Aquidauana. 

Conforme os populares no local, o homem (branco, alto e vestido de bota e calça jeans) de aproximadamente 60 anos estava em um lugar seguro num primeiro instante, porém, teria ido em busca do filho. 

Ainda, a mídia detalha que piloto e o filho citado teriam conseguido se segurar no barco.  

Sem a mesma sorte, o idoso segue desaparecido, sendo que as buscas foram suspensas no período noturno ontem (07), porém retomadas no primeiro horário da manhã de domingo (08).

Inclusive, ao Corpo de Bombeiros, o filho desse homem relatou Que seu pai entrou em um poço fundo do Rio Aquidauana e, com isso, acabou se afogando. 

**Colaborou Leo Ribeiro**

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NARCO ESTADO?

Sob domínio do tráfico, Paraguai dispensa ajuda dos EUA

Com cerca de 300 integrantes, a Senad, um grupo de elite especializado no combate ao tráfico, não quer mais ajuda da DEA, o grupo especializado norte-americano

09/12/2024 12h50

Senad e DEA atuaram em conjunto para interceptar carregamento de mais de 4 tonelada de cocaína em um porto próximo a Assunção

Senad e DEA atuaram em conjunto para interceptar carregamento de mais de 4 tonelada de cocaína em um porto próximo a Assunção

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Publicação do jornal norte-americano The Woshington Post, um dos mais renomados dos Estados Unidos, publicou reportagem na última sexta-feira (6) informando que a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) estava abrindo mão da ajuda direta que há anos vinha recebendo da Drug Enforcement Administration (DEA) no combate ao narcotráfico no país vizinho. 

Com cerca de 300 integrantes, o grupo de elite da polícia que integra a Senad tem forte presença na região de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e, além de receber informações e treinamento da polícia dos EUA, recebe equipamentos dos norte-americanos. 

A parceria entre a Senad e a DEA foi firmada ainda durante a ditadura do ex-presidente Alfredo Stroessner, que comandou o Paraguai durante quase 35 anos, de agosto de 1954 até fevereiro de 1989. 

E, diante da repercussão negativa que o fim desta parceria estava causando, o ministro do interior do Paraguai, Enrique Riera, convocou coletiva de imprensa negando que o Paraguai estava abrindo mão da ajuda da DEA. Ele garantiu que a partir de agora este apoio dos EUA será redirecionado à Polícia Nacional. 

Polícia Nacional é a chamada “polícia comum” e, segundo o ministro, o grupo de inteligência da DEA vai passar a assessorar esta polícia, embora os agentes da Senad sejam exclusivamente destinados ao combate ao tráfico de drogas. 

Um dos primeiros a reagir foi o ex-presidente Mario Abdo Benitez, que classificou o rompimento como um “grande retrocesso” no combate ao narcotráfico, que, segundo ele, não tem mais fronteiras. O deputado colorado Maurício Espínola é outro que não poupou críticas. 

“Sem cooperação internacional, a luta contra o crime organizado é impossível”, afirmou, segundo reportagens do jornal ABC Color, o principal do país vizinho. Segundo outro deputado, Gerardo Soria, este é mais um passo para transformar o Paraguai em um “Narco Estado”. 

Conforme oposicionistas, o rompimento aconteceu depois de uma operação policial na qual foi morto o deputado Lalo Gomes, em 19 de agosto deste ano, em Pedro Juan Caballero, cidade que faz divisa com Ponta Porã. 

Lalo Gomes era investigado por supostamente ser o responsável pela lavagem de dinheiro de traficantes com Fernandinho Beira-Mar, Cabeça Branca e o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão. Oficialmente, ele teria reagido a tiros a uma operação policial em sua casa. Para familiares, porém, ele teria sido executado por agentes da Senad. 

Para deputados de oposição ao atual governo, com este rompimento pretende-se impedir que a DEA  interfira nas investigações que poderiam resultar na descoberta que integrantes do Governo fazem integram grupos de narcotraficantes, principalmente de cocaína. 

E é justamente a cocaína que nos últimos três ou quatro anos, segundo estes críticos, tomou conta do Paraguai, que antes enfrentava principalmente o tráfico e plantio de maconha. 

Boa parte desta cocaína acaba passando por Mato Grosso do Sul rumo ao grandes centros consumidores e rumo aos portos de Santos e Paranaguá, de onde as drogas são despachadas para a Europa e a Ásia. 

Só nos primeiros 11 meses deste ano as polícias de Mato Grosso do Sul apreenderam 17 toneladas de entorpecentes. Até 2020, o volume anual variava entre 4 e 5 toneladas. 

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