Cidades

ESCRITÓRIO DE PISTOLAGEM

Fazenda que já foi da seita de Moon está na origem de execuções

Disputa por fazenda teria resultado na execução por engano de estudante, e em plano para matar produtor rural

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A disputa por uma das fazendas que no início da década pertenceram à Associação das Famílias pela Unificação da Paz Mundial, a seita do coreano Revendo Moon (morto em 2012) pode estar entre os motivos  do último assassinato cometido pelo grupo de extermínio investigado pelo Grupo de Apoio Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras). Depoimento do policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, verdadeiro alvo dos pistoleiros que em 9 de abril executaram o filho dele, o estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, no Bairro Bela Vista, em Campo Grande, põe a disputa entre a empresa da família Name e o advogado paulista Antônio Augusto de Souza Coelho, pela Fazenda Figueira - que já pertenceu à seita coreana - como um dos fatos que estava gerando grande tensão entre os dois lados. 

É neste contexto que aparece o nome do produtor rural de Bonito, Edvaldo Luiz Francischineli, ligado à Antônio Augusto de Souza Coelho, e que foi alvo de um dossiê encontrado em pen-drive que estava em posse do guarda municipal Marcelo Rios, em 19 de maio deste ano, ocasião em que o guarda foi preso em flagrante com um arsenal que continha seis fuzis (dois deles AK-47) e dezenas de pistolas, revólveres e espingardas, além de seis munições. Quem ajudou o grupo de extermínio a coletar informações sobre Francischineli foi o policial federal aposentado Everaldo Monteiro Assis. Ele acessou o sistema de informações da Polícia Federal, para oferecer informações sobre o produtor. Investigadores do Garras e do Gaeco acreditam que Francischinelli seria o próximo alvo da milícia armada, que para a força-tarefa, tem como chefões Jamil Name e Jamil Name Filho, presos na última sexta-feira (27). Everaldo também continuou preso, depois que habeas corpus, impetrado por seu advogado, o ex-juiz Odilon de Oliveira, foi negado pelo Tribunal de Justiça. 

Francischinelli e Xavier, porém, têm algo em comum: a relação com o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. Aos policiais do Garras, Xavier disse que depois de estar muito próximo à família de Name, distanciou-se, e teve mais contato com Coelho. No caso de Francischinelli, o Gaeco atribui a ele o status de sócio do advogado paulista. “Francischinelli, segundo consta, seria sócio ou mesmo ‘testa de ferro de Antônio Augusto, já na época residiria em Bonito, e teve papel fundamental nas transações envolvendo as fazendas negociadas pelo advogado”, afirmam os promotores do Gaeco em representação feita ao Poder Judiciário. “Tendo confidenciado inclusive, que havia transportado grande quantidade de dinheiro, a partir de Pedro Juan Caballero (Paraguai) para utilizar na negociação da Fazenda Figueira”, complementam os promotores. 

O Gaeco já vinha investigando Antônio Augusto desde 2010. O advogado teria recebido da associação ligada à seita de Reverendo Moon, procuração com amplos poderes para negociar as propriedades em troca de honorários advocatícios e com a tarefa de resolver problemas da entidade com autoridades. 

Xavier não soube dizer aos policiais do Garras em que condições ocorreu a transferência da Fazenda Figueira da seita de Moon para o advogado. “Contudo, posteriormente, soube que ele (Antônio Augusto) deu um golpe milionário na associação, visto que com esta procuração, ele efetuou a venda de várias propriedades da associação, fato que culminou na revogação da procuração que ele possuía”, consta no depoimento de Paulo Roberto Xavier ao Garras.  

O mesmo policial, alvo do atentado do último dia 9 de abril, revelou aos investigadores, que a Fazenda Figueira, já com Antônio Augusto, foi permutada com Jamil Name pela Fazenda Invernadinha, localizada perto de Campo Grande. O inquérito indica que a Fazenda Figueira pertence atualmente à Agropecuária Confiança, empresa que está em nome de Jamil Name Filho. 

ENGANO E CRISE NA MILÍCIA

A execução por engano de Matheus Coutinho Xavier em 9 de abril último, com tiros de fuzil 7.62 mm (o mesmo calibre dos fuzis AK-47) desencadeou todo o trabalho de investigação da força-tarefa, que foi criada, justamente após este crime. A crise interna gerada pela execução por engano facilitou o trabalho das equipes de investigação. 

Foi no final de abril, depois do depoimento de um técnico de informática (o nome foi preservado) que seguia remotamente os passos de Xavier, que o motorista Juanil Miranda Lima e o ex-guarda municipal José Moreira Freires, simplesmente desapareceram. Os policiais do Garras e do Gaeco oferecem recompensa de R$ 2 mil para quem fornecer informações sobre o paradeiro deles. 

No inquérito policial os investigadores alegam que, por causa do engano na execução de Matheus  (o pai dele, Paulo Roberto Xavier era o alvo), a dupla de pistoleiros temia retaliação dos que são apontados como chefe do grupo de extermínio. O estudante foi executado por engano porque foi confundido com o pai ao manobrar a caminhonete dele, uma S-10. 

Após o desaparecimento da dupla, e desconfiados de que os policiais do Garras estavam monitorando os passos da quadrilha, os chefes passaram a dar ordens para recolher o material supostamente utilizado nos crimes, que estava guardado em uma casa no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande. A esta altura, Marcelo Rios, apontado como gerente do grupo, e outros guardas municipais: Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, já estavam mesmo sendo monitorados pela força-tarefa. 

Foi assim que em 19 de maio de 2019, os policiais do Garras interceptaram um trabalho de “limpeza” de evidências. Naquele dia, Rios foi abordado pela primeira vez perto da casa de Jamil Name, com 39 pen-drives, mídias eletrônicas com várias informações utilizadas na investigação (inclusive o dossiê contra o produtor rural de Bonito). Mais tarde, os policiais encontraram, além do armamento pesado (fuzis e pistolas), um carro roubado escondido com uma lona preta, silenciadores, e até um instrumento de tortura (arreadores, aparelhos elétricos utilizados no embarque de bovinos). Foi o início da Operação Omertá (nome alusivo à máfia italiana) desencadeada na última sexta-feira (27 de setembro).

Seita coreana teve “império” no Sudoeste de MS 

Em 2016, o Correio do Estado esteve no que restou do império que Reverendo Moon montou no Sudoeste de Mato Grosso do Sul no início da década. Na época, o grande volume de aquisição de terras gerou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. Sun Myung Moon morreu em 3 de setembro de 2012, na Coreia do Sul, de pneumonia. 

SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

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Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

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solidariedade

Campanha arrecada alimentos para instituições beneficentes de MS

Alimentos não perecíveis poderão ser doados até o dia 21 de dezembro

06/12/2025 12h00

Divulgação

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A campanha nacional de arrecadação de alimentos "Alimento a Gente Compartilha", organizada pelo Instituto Assaí, irá arrecadar alimentos não perecíveis até 21 de dezembro em todas as mais de 300 lojas do Assaí, incluindo as seis presentes em Mato Grosso do Sul.

As cinco lojas de Campo Grande e a de Dourados, estarão mobilizadas na arrecadação, com pontos de coleta para receber doações de alimentos não perecíveis e itens de cesta básica, como arroz, feijão, óleo, açúcar, leite em pó, macarrão, farinhas, enlatados e molhos.

"Mais de 100 organizações sociais parceiras serão diretamente beneficiadas. Essas instituições utilizam os alimentos doados para preparar refeições, montar cestas básicas, distribuir marmitas e atender famílias que enfrentam fome ou insegurança alimentar em diferentes regiões do Brasil. A campanha se consolidou como uma das maiores mobilizações solidárias da rede e desempenha um papel essencial para a manutenção dos projetos atendidos, especialmente no período de fim de ano, quando a demanda aumenta.", explica Fábio Lavezo, Gerente de Sustentabilidade e Investimento Social do Assaí.

No Mato Grosso do Sul, as contribuições beneficiarão instituições como a AACC, Casa Peniel, Cotolengo e o Instituto SOS Gente, que redirecionarão os alimentos para as famílias atendidas.  Nos dias de maior mobilização, cerca de 10 voluntários das instituições sociais parceiras estarão presentes nas lojas para sensibilizar o público e apoiar o recolhimento das doações.

Criada em 2023, a campanha cresce anualmente em engajamento e impacto. Em 2025, o Instituto busca alcançar o objetivo de 460 toneladas de alimentos arrecadados, somando, ao longo das três edições, aproximadamente 1.300 toneladas destinadas a pessoas em vulnerabilidade alimentar. Ao final do período, o Instituto Assaí acrescentará 15% sobre o total arrecadado para ampliar o impacto coletivo da ação. 

Serviço

Campanha: Alimento a Gente Compartilha "Do coração para o prato"
Período: até 21 de dezembro de 2025
Onde doar: 

CAMPO GRANDE

Assaí Coronel Antonino
Localização: Av. Cônsul Assaf Trad, s/n - Mata do Jacinto 

Assaí Acrissul
Localização: Av. Fábio Zahran, 7.919 - Jardim América

Assaí Aeroporto
Localização: Av. Duque de Caxias, 3.200 (Próx. ao aeroporto) - Santo Antônio

Assaí Joaquim Murtinho
Localização: Rua Joaquim Murtinho, 3.167 - Tiradentes

Assaí Gunter Hans
Localização: Av. Doutor Gunter Hans S/N Cophavila II - Campo Grande

DOURADOS

Assaí Dourados
Localização: Rua Coronel Ponciano de Mattos Pereira, 785 Conj Habit. Terra Roxa

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