DEIXOU ESTRAGOS...
Assim como o secretário titular da Sisep, prefeita afirmou que medidas definitivas nas regiões que mais sofreram com as fortes chuvas serão tomadas quando a estiagem chegar
Com acumulado nas últimas 24h equiparado ao esperado no mês de abril inteiro, a prefeita Adriane Lopes disse que Campo Grande vem sendo impactada pelas mudanças climáticas de uma forma “bem pesada”.
Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a capital sul-mato-grossense recebeu 88,6 mm de chuva entre o início da manhã do dia 24 e às 7h50 de hoje, sexta-feira (25). Para fins comparativos, a média histórica de Campo Grande em abril é de 89,4 mm.
Diante disso, muitas regiões da cidade registraram estragos, como diversas crateras, desabamentos, árvores caídas e alagamentos. Nesta manhã, durante evento de entrega de seis ambulâncias do SAMU, Adriane Lopes falou sobre as consequências das chuvas no município, com destaque para algumas localidades.
“As mudanças climáticas estão impactando a capital de uma forma bem pesada. No feriado prolongado tivemos chuvas intensas e ontem durante todo o dia também. Isso impactou regiões como Ernesto Geisel, em frente ao Belas Artes, Hospital do Câncer, e a gente está também na Chácara dos Poderes, que está com algumas regiões danificadas”, afirmou a prefeita.
Citado por Adriane, a Chácara dos Poderes foi fortemente afetada pelas chuvas, com grandes crateras e desabamentos avistados no local. Um morador do bairro conversou com a reportagem do Correio do Estado e criticou a demora do executivo para tomar medidas efetivas acerca dos estragos causados pela precipitação na região.
“Todo serviço contratado exige um mínimo de garantia. Na minha opinião, quem projetou é o responsável pelo que aconteceu na região. Quem que assinou para fazer uma obra tão mal projetada como esta? O que já se consumiu de recursos públicos para fazer serviços paliativos dessa região já seria possível fazer viadutos, asfaltos, pontes, drenagens e muitas outras melhorias em outros lugares da região”, disse o morador.
A prefeita Adriane Lopes explicou que medidas efetivas só irão ser tomadas após a chegada da estiagem e que, por enquanto, as equipes estão fazendo trabalhos paliativos, assim como também afirmou o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli.
Próximos dias
De acordo com o centro de monitoramento, com início previsto entre sexta-feira (25) e domingo (27), há probabilidade para ocorrência de chuvas intensas e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento com acumulados significativos de chuvas, acima de 50 mm em 24 horas.
Segundo o Cemtec, a mudança no tempo ocorre devido à combinação de diversos fatores, como o intenso transporte de umidade, à atuação de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o norte da Argentina e no Paraguai, um cavado em médios níveis da atmosfera e a formação de um ciclone extratropical associado a uma frente fria na altura do litoral da região Sul do Brasil.
Conforme a previsão, haverá queda nas temperaturas, com mínimas entre 12ºC e 14ºC e máximas 26-28°C em alguns locais.
No Pantanal e regiões próximas, esperam-se mínimas entre 18-21°C e máximas entre 26-28°C. Na capital, em Campo Grande, o frio deve chegar de maneira breve, com mínimas entre 22-23°C e máximas entre 25-28°C ao longo dos três dias.
Já nas regiões do bolsão, leste e norte, os termômetros devem registrar mínimas de 21° a 23°C e máximas entre 28-31°C. Em relação aos ventos, os valores poderão variar entre 40-60 km/h e, pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.
Saiba
De acordo com o Cemtec, Campo Grande registrou 192,2 mm de chuva acumulada do dia 1º a 23 de abril. Somando com os 88,6 mm de quinta-feira e manhã desta sexta-feira, a capital chegou a 280,8 mm, cerca de 214% a mais do que o esperado (89,4 mm).
*Colaborou Alicia Miyashiro
Assine o Correio do Estado