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Ferrovia que corta MS passará por nova licitação

Rumo, que detém a concessão da Malha Oeste – a antiga ferrovia Noroeste do Brasil –, quer renegociar os termos do contrato

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Depois da CCR MSVia, empresa que administra os 845 quilômetros da BR-163 em Mato Grosso do Sul, uma outra concessionária pediu para aderir ao processo de relicitação: trata-se da Rumo S.A.

A empresa é detentora da concessão da Malha Oeste, ferrovia que liga a cidade de Mairinque (SP) a Corumbá e que atravessa Mato Grosso do Sul de leste a oeste, passando por Três Lagoas e Campo Grande e com um ramal que liga a Capital a Ponta Porã.  

A Rumo informou ontem (22) à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, durante as negociações do processo de relicitação, continuará operando os serviços de transporte ferroviário de cargas, conforme condições, prazos e determinações da ANTT.  

“A Companhia manterá seus acionistas e o mercado em geral atualizados a respeito do processo de relicitação e das informações adicionais sobre o tema”, informou a concessionária em comunicado.

O próximo passo do processo de relicitação será a apresentação, pela Rumo, de uma proposta para renegociar o contrato de concessão, que venceria em 2024. 

A concessionária já vinha negociando com autoridades governamentais a realização de investimentos na malha, condicionando à renovação da concessão.  

A concessionária calcula que são necessários pelo menos R$ 2,2 bilhões para revitalizar a malha ferroviária de 1,9 mil quilômetros do trecho que foi construído há mais de 100 anos pela Rede Ferroviária Federal e que recebeu o nome de Ferrovia Noroeste do Brasil no século passado, antes de ter sido privatizada, no fim da década de 1990.  

Se a proposta de relicitação da Rumo for aceita (nela a empresa deverá enumerar os investimentos e o prazo que conduzirá) pela ANTT, depois ela terá de ser referendada pelo Ministério dos Transportes e também pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão ligado à Presidência da República. 

Se não houver acordo na relicitação, um novo edital para licitar a concessão será aberto.  

O trecho operado pela Rumo em Mato Grosso do Sul integra o projeto da Ferrovia Transamericana, uma espécie de rota bioceânica ferroviária, entre os oceanos Pacífico e Atlântico.  

Ao contrário da Rota Bioceânica rodoviária, os trilhos desta ferrovia já existem, só precisam de revitalização. Em Corumbá, a Malha Oeste já se conecta com o Expresso Oriental, da Bolívia.  

FERROVIA DA CELULOSE

Na tarde de ontem, o governo de Mato Grosso do Sul manifestou apoio ao pedido de relicitação. 

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que o assunto vem sendo discutido há quatro anos e que havia três alternativas em estudo, sendo a relicitação viável e fundamental para se conseguir a revitalização de toda a malha.

“É uma ferrovia existente, não tem necessidade de desapropriação nem licenciamento ambiental, portanto, esses são pontos positivos”, frisou o secretário.

Ele prossegue apontando a importância da via e a necessidade de investimentos.

“Serão necessários investimentos de vulto, é preciso fazer investimentos em trilhos, dormentes e travessias urbanas para torná-la operacional. Trata-se de uma ferrovia bastante importante e com uso muito restrito”, pontuou.

Verruck diz ainda que há apenas três contratos vigentes para transporte de minério pela ferrovia, e aponta que poderia haver outro uso.

“Poderia se transformar na ferrovia da celulose do Brasil. Ou então só combustível já viabilizaria. Hoje, todo o transporte é feito por caminhão”, finalizou.

CCR MSVia

A ANTT aprovou na terça-feira outro pedido de relicitação envolvendo uma concessão de Mato Grosso do Sul. Trata-se do trecho de 845 quilômetros da BR-163, operado pela CCR MSVia.  

A concessionária não conseguiu cumprir as exigências do contrato firmado em 2014 e não duplicou os trechos da rodovia previstos no edital de licitação. 

Agora, o pedido da CCR será analisado pelo Ministério dos Transportes e posteriormente pelo Conselho do PMI. Até lá, a tarifa de pedágio permanece a mesma e as obras de duplicação continuam paralisadas. 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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