O novo papa da Igreja Católica foi eleito no fim da manhã desta quinta-feira (8). A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina indicando que os cardeais chegaram a um consenso no conclave para escolher o sucessor de Francisco.
De acordo com a CNN, a identidade do cardeal escolhido deverá ser revelada pelo protodiácono, Dominique Mamberti, que irá à varanda central da Basílica de São Pedro em breve para anunciar aos fiéis as palavras "habemus papam".
Dentro de alguns minutos o pontifice deverá aparecer para a multidão e realizar sua primeira oração. Em até cinco dias a primeira missa também será feita.
Cabe ressaltar que não há franco favorito para suceder Jorge Bergoglio, que tornou o colégio cardinalício mais diverso, com mais integrantes da África e da Ásia e menor proporção de europeus. Para ser eleito, são necessários 2/3 dos votos (89).
O Conclave
O conclave é o processo de eleição do novo Papa da Igreja Católica, realizado entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do pontífice anterior.
O evento ocorre na Capela Sistina, no Vaticano, e segue um protocolo rigoroso e secreto. Durante esse período, conhecido como novemdiales, os cardeais se reúnem para discutir o estado da Igreja e se preparar para a eleição.
O conclave é composto por 120 cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos de idade. Esses cardeais são completamente isolados do mundo exterior durante o processo.
Votação
Durante a preparação, duas mesas são colocadas na Capela Sistina: uma coberta com um pano púrpura e outra para os cardeais escrutinadores. Três grandes vasos de vidro transparente e uma bandeja de prata são colocados sobre a mesa. Após isso é iniciado o processo de votação.
No primeiro dia, há apenas uma votação que, para ser concluída, precisa que um candidato receba um terço dos votos (80). Nessa etapa, cada um dos 120 cardeais escreve o nome do seu candidato em uma cédula. Os cardeais não podem votar em si mesmos e, caso ninguém seja eleito no primeiro dia, novas eleições são realizadas no dia seguinte.
A partir do segundo dia, o modelo de eleição muda: são feitas quatro votações diárias sendo duas pela manhã e duas à tarde. Essa rotina se repete por três dias. Caso não seja definido o novo Papa, os cardeais se retiram por um dia para orar e, ao retomarem as votações, todo o ciclo se repete.
Esse esquema pode se repetir por até sete vezes. Se mesmo assim nada for definido, pode-se optar por uma votação de maioria absoluta ou um "segundo turno" entre os dois candidatos mais votados.
Quando um cardeal recebe os votos necessários, o decano dos cardeais pergunta se ele aceita a posição. Se aceitar, o novo Papa escolhe seu nome pontifical.
Anúncio do resultado
Ao final de cada votação, são dados sinais ao mundo exterior para informar se o novo Papa foi definido.
- Fumaça negra: Indica que não houve eleição naquela rodada de votação.
- Fumaça branca: Sinaliza que um novo Papa foi eleito.
Cardeais brasileiros eleitores
Atualmente, sete cardeais brasileiros estão aptos a votar em um eventual conclave para a escolha de um novo Papa. São eles:
- Dom Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo
- Dom João Braz de Aviz, 77 anos, arcebispo emérito de Brasília
- Dom Leonardo Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus
- Dom Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília
- Dom Jaime Spengler, 64 anos, arcebispo de Porto Alegre
- Dom Orani João Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro
- Dom Sérgio da Rocha, 65 anos, arcebispo de Salvador
Todos esses cardeais têm menos de 80 anos, que é o limite de idade estabelecido pela Igreja para participar da votação em um conclave. Dom Raymundo Damasceno Assis, 88 anos, arcebispo de Aparecida não pode mais votar porque passou do limite de idade.
Dos setes votantes atuais, três foram nomeados pelo Papa Francisco recentemente. São eles: Dom Leonardo Steiner e Dom Paulo Cezar Costa, nomeados em 2022, e Dom Jaime Spengler, nomeado em dezembro de 2024.